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Devil May Cry 5 marca o retorno da franquia em sua melhor forma

Foram onze anos de espera, mas finalmente Devil May Cry está de volta! E dessa vez estamos falando de Devil May Cry 5, e não do controverso universo do reboot de 2013.

Após uma geração sem darem as caras em um jogo próprio, Dante, Nero e companhia retornam para o Playstation 4, Xbox One e PC, mais detalhados do que nunca. Tudo graças à nova queridinha da Capcom: a Re Engine.

Ferramenta de sucessos

Usada anteriormente em Resident Evil 7 e Resident Evil 2 Remake, a Re Engine possibilitou que os personagens tenham traços super realistas, replicando quase que perfeitamente os atores que fizeram a captura facial. Mas, mesmo com a nova direção de arte, Dante e sua trupe ainda são facilmente reconhecidos, já que o estilo da franquia continua perfeitamente representado.

Não foram só os personagens que tiveram uma renovada em seus visuais, o universo de Devil May Cry nunca foi tão bonito. Os cenários também beiram o realismo, com ambientes urbanos e ruínas que parecem ter saído de um filme. Já as localidades mais fantasiosas e as criaturas demoníacas que são enfrentados durante a aventura estão mais assustadores do que nunca. O game é um prato cheio para os fãs de qualidade visual. Seja em suas cutscenes, ou nas sessões de gameplay, Devil May Cry 5 não cansa de impressionar.

A trilha sonora de Devil May Cry 5 também se destaca. O contínuo flerte da série com o heavy metal encontra novas ramificações, dessa vez com a música eletrônica, criando uma experiência cheia de energia e variedade. Cada personagem tem seu próprio tema de batalha, fator que intensifica ainda mais suas personalidades únicas. O tema de Nero é uma mistura de heavy metal e pop, representando sua a atitude arrogante e juvenil. Dante traz novamente um tema extremamente pesado com guitarras e berros – que, após controvérsia envolvendo o cantor, teve seus vocais trocados na versão final – e V, o novo e misterioso personagem, teve seu visual e estilo “dark” perfeitamente representados por um tema que mistura gótico e eletrônico.

Devil May Cry sempre integrou sua trilha sonora ao gameplay de maneira criativa, e isso não é diferente em DMC 5. Durante o combate, diferentes partes dos temas tocam de acordo com o desempenho do jogador. Quanto mais alto o medidor de combo estiver (ainda representado por D, C, B, A, S, SS, SSS), mais alto e explosiva a música fica, criando assim a atmosfera perfeita e motivação suficiente para que o desempenho em batalha seja ainda melhor.

Passado e Presente

Com uma cronologia que pode ser quase tão confusa quanto a de Kingdom Hearts, Devil May Cry 5 entende a necessidade fazer uma recapitulação para os fãs, que há muito tempo não tem contato com a história, e ao mesmo tempo introduzir os novos jogadores da série às aventuras de Dante. Por isso, é possível assistir um breve vídeo no menu inicial que resume a história dos quatro primeiros jogos da franquia em sua ordem cronológica (começando de DMC 3). Uma ótima adição, já isso permite que todos aproveitem minimamente a narrativa.

A história dessa vez coloca Dante e Nero frente a frente com um jovem misterioso chamado V, que acredita que os dois heróis são os únicos que podem impedir que uma árvore demoníaca destrua a cidade de Red Grave City. O destaque, porém, não fica na história em si – que apesar de cativante é extremamente simples -, e sim na maneira que ela é contada, já que o game se utiliza muito bem dos seus múltiplos protagonistas jogáveis. Eventos que anteriormente foram experimentados com um dos personagens são revisitados com outro, em seu ponto de vista, mudando completamente a forma de se interpretar os acontecimentos da narrativa.

Ao jogo!


Devil May Cry 5 coloca o jogador no controle de três personagens diferentes: Dante, Nero e o novato V, cada um com seu próprio estilo de jogo, armas, habilidades e papel na trama que se desenvolve.

Além dos heróis, rostos conhecidos como Trish e Lady e estreantes como a extravagante Nico, fortalecem o elenco carismático e divertido de Devil May Cry 5. A relação entre esses personagens ajuda a criar o clima descontraído do game, marca registrada da franquia, a cada diálogo, interação entre os personagens nos menus ou pequenas ações e piadas durante a jogatina – completamente diferente do reboot de 2013. É a mistura de estilo, violência e galhofa, que faz de Devil May Cry uma série de ação tão amada e a Capcom provou que sabe disso com DMC 5.

Ao longo de vinte missões, o jogador terá acesso a um dos personagens em cada um dos capítulos. Individualmente, cada herói tem sua própria gama de habilidades e armas para serem coletadas e melhoradas, e para fazer isso, é necessário coletar orbs vermelhos, a moeda do jogo. Os personagens dividem apenas os upgrades relacionados à vida e magia, obrigando o jogador a compartilhar seus orbs vermelhos entre os três, fator que pode parecer frustrante, mas acrescenta à longevidade do game, pois é quase impossível terminar o jogo na primeira vez com todas as habilidades.

Um problema frequente da franquia sempre foi a repetição. Apesar de oferecer a chance de jogar com outros personagens, games mais antigos da série acabavam repetindo suas áreas e bosses, deixando a experiência cansativa. DMC 5 resolve esse problema colocando cada personagem em uma rota própria, dando ao jogador a opção de jogar novamente algumas missões específicas com outro herói e de uma forma alternativa.

Apesar da linearidade dos níveis, os orbs azuis, referentes à vida, os roxos, referentes à magia e os dourados, que funcionam como continue, são ferramentas importantes ao jogo, reforçando a importância de explorar cada canto escondido nos mapas. Também é possível encontrar as já conhecidas missões secretas, que são pequenos desafios escondidos em cada um dos cenários.

Uma mudança acertada que Devil May Cry 5 traz para a franquia é o fato de que não é mais necessário carregar itens para recuperar o HP dos personagens. Os orbs verdes agora são mais comuns e foi introduzido um novo sistema de continue, além dos clássicos orbs dourados: é possível trocar orbs vermelhos por novas vidas, porém, a cada morte, o preço para retornar ao combate é mais caro, exigindo cuidado ao se aproveitar da mecânica.

Após o final da campanha, Devil May Cry 5 oferece mais opções de dificuldade e a possibilidade de jogar missões específicas com outros personagens. As opções de replay são infinitas, tornando a campanha de aproximadamente 20 horas só o começo da aventura. Além disso, um modo multiplayer está sendo desenvolvido, onde até três jogadores poderão se juntar para finalizar as missões do game. Este novo modo tem previsão para ser lançado até o meio do ano.

Novidades e melhorias

Os fãs da série podem ficar tranquilos: Devil May Cry 5 mantém o mesmo gameplay frenético e satisfatório que a série sempre apresentou, evoluindo ainda mais a fórmula. Cada um dos personagens conta com seus próprios golpes e estilos de luta, criando um sentimento único ao usar cada um deles. Nero e Dante lembram muito suas versões de DMC 4, mas dessa vez cada um deles tem novos truques em suas mangas.

Nero agora pode utilizar os chamados Devil Breakers, braços mecânicos que possuem golpes diferentes, como ondas de choque ou um soco foguete. Esse equipamento é frágil e pode quebrar após algum tempo de uso, ou ao ser atacado por um inimigo enquanto o utiliza, criando a necessidade de uma estratégia ao utilizá-los.

Dante manteve seus quatro estilos de luta clássicos e trouxe para a mistura quatro armas de fogo e quatro armas de corpo a corpo, cada uma com sua própria gama de golpes e habilidades, algumas similares a equipamentos antigos e outras inéditas. Todas as habilidades e armas podem ser trocadas a qualquer momento durante o combate, criando diversas possibilidades de se experimentar todos os tipos de combinações possíveis. Dante também conta com sua Devil Trigger, uma transformação demoníaca poderosa que necessita de barras de poder demoníaco para ser executada.

Já V funciona de maneira única: ele não pode lutar diretamente contra os demônios. Por isso, invoca Grifo e Sombra, dois demônios em forma de pássaro e pantera que precisam ser comandados em combate. Apesar de poder parecer complicado num primeiro momento, controlar V é talvez a experiência mais única de Devil May Cry 5, já que além de comandar os animais, é necessário manter a atenção também no próprio personagem, já que V é o responsável por finalizar os inimigos durante as brigas. Ele também conta com seu próprio “Devil Trigger”, porém, em sua versão, uma criatura chamada Pesadelo se junta à pancadaria enquanto existirem pontos de poder demoníaco disponíveis.

Não só as amadas mecânicas da franquia estão de volta, mas também alguns dos problemas já conhecidos pelos fãs, mesmo que em menor escala. Durante o combate contra muitos inimigos, o sistema de mira pode ser um problema, já que exige que um botão seja pressionado o tempo todo para que o personagem foque em um monstro específico e por vezes pode ser complicado trocar de alvo.

Mantendo o design dos jogos anteriores, os mapas contam com locais predeterminados para serem explorados ou acessados, criando “barreiras invisíveis” em locações que, à primeira vista, poderiam se acessadas sem maiores problemas. Esse fator também pode prejudicar o jogador durante o combate, já que essas barreiras podem limitar a movimentação em momentos cruciais.

Devil Trigger

Celebrem pois Devil May Cry está de volta, e melhor do que nunca! Devil May Cry 5 não só fortalece todas as qualidades já estabelecidas da franquia, mas também traz novidades suficientes para que a experiência seja nova e divertida. É bom ver Dante, Nero e tantos outros personagens queridos, mas também ser surpreendido por novatos que estão ao nível do elenco original e se sentir preso a narrativa, por mais simples que ela seja. Com qualidade em apresentação e em gameplay, Devil May Cry V promete horas e mais horas de jogatina para os fãs de jogos de ação, deixando aquele gostinho de quero mais e a curiosidade de saber o quanto mais a Capcom vai mergulhar nessa nova fase de acertos da empresa.

Devil May Cry 5 chega ao Playstation 4, Xbox One e PC no dia 8 de março.

Esta análise foi realizada no Xbox One com cópia disponibilizada pela Capcom.

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