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Divinity: Original Sin 2 é RPG que exige dedicação dos fãs do gênero

Eis que depois de quase um ano após o lançamento nos PCs, a Laraian Studios finalmente entregou o jogo eletrônico que melhor representa os RPGs de mesa no bom estilo Dungeons and Dragons e que promete manter a coroa de melhor jogo do gênero, assim como foi o seu primeiro lançamento.

Prepare-se para dialogar.

Começamos esclarecendo que Divinity 2 não é para qualquer um. O jogo é extremamente voltado para os jogadores que estão habituados às aventuras do bom e velho rpg de mesa. Está tudo lá, desde as extensas linhas de diálogo, escolhas emocionantes que podem mudar completamente o rumo da sua aventura e até um narrador que te acompanha ao longo da sua jornada pelo mundo de Rivellon.

Ler e ler mais um pouco

Divinity 2 é um jogo de comprometimento. Cada linha de diálogo tem a sua importância, tornando assim a leitura meticulosa e o entendimento profundo do que está acontecendo ao seu redor vital para a sobrevivência e progressão na história. E é aí que o jogador casual pode começar a se complicar. Mesmo com o completo domínio da língua inglesa (o jogo não está disponível em português), é muito comum não saber como prosseguir para dar andamento na história. Isso porque, propositalmente, tudo funciona de uma maneira que simula a naturalidade no mundo do game, forçando o jogador a fazer parte de todo um ecossistema criado por meio das suas próprias decisões para entender o que fazer em seguida. O diário de quests não busca simplificar as jornadas e nem oferece atalhos para as missões.

As opções são muitas, mas personalizações nem tantas

O jogo já começa efetivamente mesmo na tela de escolha e criação de personagens, pois ali é definido como todo o background da história principal será contado, o preconceito resultante da escolha será sentido, a capacidade de persuasão será testada e até mesmo a habilidade nos combates será posta à prova. É possível escolher um entre os seis heróis pré-definidos para apreciar toda uma história ímpar concebida exclusivamente para cada raça ou criar o próprio herói e escreva uma história única no mundo de Rivellon. Na jornada, o player nunca estará sozinho, pois Divinity: Original Sin 2 permite que até três amigos te acompanhe ao longo da história, seja online ou off-line por meio de tela dividida. Mesmo jogando solo, o game te direciona a aceitar companheiros em uma party de 4 pessoas, em que é possível inclusive alternar o comando sobre cada um dos componentes e juntar ou separar grupos específicos.

O começo de tudo

A história começa com o herói escolhido acordando em uma prisão e muito rapidamente descobrimos que o motivo do confinamento é que todos os seres capazes de usar magia são considerados desprezíveis pela sociedade de Rivellon, pois através do uso de habilidades mágicas, surgem criaturas diabólicas que colocam em risco o bem-estar da sociedade. A partir daí, cabe ao herói impedir essas criaturas malignas de destruir o mundo de Rivellon, obviamente com toneladas de side-quests que enriquecerão a história principal em um nível nunca alcançado em um jogo de rpg de tabuleiro.

Cuidado ou pode acabar morto

A parte inicial, compreendida pelo despertar do herói até a fuga da prisão, funciona bem como um tutorial do game, onde são aprendidos os detalhes básicos do funcionamento do game como um todo, colocando o jogador mais à vontade com o gameplay e a história.

O combate é baseado em turnos, mas com a adição de um sistema de movimentação estratégica, onde os seus pontos de ação são usados tanto para andar no cenário quanto para o ato de atacar ou usar habilidades mágicas, exigindo muito da parte estratégica. Isso porque tudo é relevante na relação de personagens do jogo e claro, no combate não poderia ser diferente.

O jogador deve levar em consideração o ambiente da luta como poças d’água e de sangue, barris de pólvora e também os atributos de fraqueza e força dos adversários para traçar a melhor estratégia para o êxito na batalha. Por exemplo, lançar raios elétricos nas poças d’água e de sangue, fortificando assim a magia, ou fogo nos barris para que exploda pode ser determinante para a vitória.

Cada um, cada um
Personalidade

O desenvolvimento do personagem é totalmente livre, favorecendo o jogador a distribuir os atributos de acordo com a sua maneira de encarar o gameplay. Seja voltado ao ataque físico, mágico ou simplesmente de maneira diplomática. Mesmo após a escolha inicial do personagem é possível desenvolver características diferentes, conforme a necessidade do jogador. Vale sempre, porém, levar em conta aptidões naturais dos personagens. Qualquer Undead, por exemplo, não precisa de lockpicks para abrir portas, ou seja, são ótimos para arrombamentos.

A complexidade dos personagens também se refletem da hora de subir o nível de cada um. Gastar tempo olhando cada detalhe e cada novidade proveniente de gastar pontos nesta ou naquela skill é obrigatório. Além dos atributos básicos, existem os sociais, as características únicas e habilidades em combate. Tudo precisa ser escolhido com primazia para que o player não sofra na hora de evitar uma luta por meio do diálogo ou levar tudo às últimas consequências, se for necessário.

Preciosos pontos de upgrade

Os gráficos do jogo estão bem bonitos e detalhados, favorecendo a fluidez das longas horas que serão dispensadas no conhecimento dos cenários e interação com as civilizações estabelecidas ao longo do desenvolvimento do jogo. Como o próprio cenário se torna o campo de batalha contra os inimigos, alterar a configuração pode render danos extras em alguns combates. A IA dos oponentes também utilizará o ambiente como forma de aprimorar os danos causados.

A parte sonora também foi muito bem trabalhada e não deixa a desejar. Inclusive é possível escolher o instrumento base que melhor agrade para os arranjos da trilha sonora, tornando ainda mais imersiva e personalizada a experiência de gameplay.

Mouse e teclado?

Os controles respondem muito bem para uma adaptação de uma jogabilidade concebida para ser executa no PC. Mesmo assim, ações simples como mover um objeto requerem acessar uma lista de comandos ou a barra de atalhos. É compreensível que o jogador se sinta meio perdido no início do jogo, principalmente até conhecer a combinação de botões que levarão a executar as magias, mas nada que comprometa a jogabilidade como um todo.

Dificuldades disfarçadas elegantemente

A dificuldade do game também é bastante extrema. Pensando nisso a desenvolvedora disponibilizou níveis de dificuldades – maquiados como modos de jogo – para agradar a todos. O modo “Explorador” é o mais fácil no combate direto com os inimigos, permitindo que a história do game possa ser explorada de uma maneira mais simplificada. O modo “Clássico” é equivalente ao modo normal e o “Tático” o difícil. O desafio fica mesmo para o modo “Honra” onde, além de ser extremamente difícil, o save é apagado quando todos os heróis são mortos em combate.

Jogadores que entendem as nuances de um típico rpg de mesa, tem o tempo necessário para se comprometer e viver em um mundo de fantasia onde tudo influencia de alguma maneira como as pessoas ao redor se comportam, encontrarão uma experiência definitiva em Divinity: Original Sin 2. A Laraian Studios coroa Divinity: Original Sins 2 como o melhor jogo do seu gênero específico. Embora muito exigente, principalmente para o fato do jogador estar ciente do desafio que irá enfrentar, este jogo irá render diversão por muitas e muitas horas, até porque é impossível viver todas as experiências do mundo de Rivellon.

Todas as capturas foram feitas in-game (versão PS4)

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