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Elea tem problemas no ritmo – mas pode melhorar

Elea é uma aventura episódica de ficção científica feita pela estreante Kyodai e publicada pela SOEDESCO, empresa holandesa por trás do lançamento de diversos jogos indie. O game se encontra em fase de Early Access, e tivemos a oportunidade de testar o primeiro episódio, chamado Memories.

A história mostra a busca de Elea por informações sobre o paradeiro de seu marido, que se encontrava em missão espacial para colonizar o planeta Solace,  numa tentativa da humanidade se salvar da extinção após uma mutação neurológica causar uma fúria incontrolável em crianças nascidas na Terra, o que levou a uma crise demográfica. A nave em que ele se encontrava, Pilgrimage, no entanto, entrou em silêncio absoluto após chegar em Solace. Elea, agora a bordo de uma missão de investigação sobre o que houve com a Pilgrimage, fará qualquer coisa necessária para descobrir a verdade.

O maior ponto forte do jogo, sem dúvidas, é o visual. Elea nos presenteia com cenários futurísticos de encher os olhos, onde até um local mais mundano como uma casa possui detalhes de iluminação estonteantes. As locações espaciais então, nem se falam. Não ficam devendo absolutamente nada para games de grandes produtoras. O capricho é muito claro em todos os momentos.

No entanto, o gameplay apresenta algumas falhas que lembram o jogador que Elea ainda não foi finalizado. Glitches são comuns ao interagir com objetos. Em dado momento, ao fechar o jogo e retornar depois, haviam diversos objetos no inventário que sequer haviam sido encontrados naquele ponto da história, e que simplesmente desapareceram do inventário e apareceram no cenário ao chegar no local onde eles deveriam estar desde o começo.

Por falar em glitches, um momento do jogo, ainda no começo do episódio, mostra uma espécie de glitch mental sofrido por Elea, e o jogador pode ficar preso num looping de acontecimentos até descobrir o que precisa ser feito. A sequência lembra bastante segmentos finais de filmes como 2001 e Interestellar, envolvendo metafísica e confusão visual, e foi bastante cansativo, já que nessa altura do jogo não possuímos qualquer contexto sobre o que está acontecendo.

Alguns puzzles também são bastante arrastados para completar, e os objetivos são demasiadamente vagos em muitos momentos. Geralmente envolvem ir até determinado local para pegar algum objeto, mas sem nunca especificar onde tal objeto pode ser encontrado, ou com o que ele se parece para ter uma noção do que você está procurando. Logo no início do game, você revive uma memória de Elea de quando estava grávida de seu segundo filho, e devido a isso, ela se move lentamente. Após dez minutos o jogador já se encontra cansado, pois simplesmente descer uma escada se torna torturante de tão demorado.

Jogadores mais atentos podem tirar proveito de uma imersão maior ao interagir com objetos como revistas e computadores, onde alguns textos proveem informações que dão background de acontecimentos da história, como o surto de fúria que acometeu as crianças terrestres.

A reta final do episódio teve uma quebra muito positiva no ritmo, com passagens mais aceleradas e dinâmicas, e, consequentemente, mais divertidas e envolventes.

Elea ainda possui dois episódios pela frente, e há tempo de sobra para melhorar estes detalhes que atrapalham o gameplay. Se tomar um rumo definido, pode se tornar um clássico cult no futuro.

O game já está disponível na Steam.

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