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Melhor em campo, PES2018 peca fora dos gramados

Bola Rolando!

Dentro das quatro linhas, PES é o melhor simulador de futebol da atualidade. As jogadas são fluídas e se assemelham ao plano do esporte mais popular do mundo. Isso seria o suficiente para convencer qualquer fã de futebol a adquirir o jogo, certo? Não é bem assim! PES vem demonstrando uma crescente evolução do jogo “com bola rolando” nos últimos anos, mas deixa de lado alguns fatores que interessam demais aos jogadores virtuais, como modos de jogo interessantes, menus instintivos e climatização do jogo.

Vamos por partes. PES2018 é excelente! Um jogo perfeito para uma disputa entre amigos, que mesmo em um nível básico conseguem tornar uma partida interessante. Jogando sozinho, a curva de aprendizado do jogo é muito boa, inclusive só liberando a dificuldade Lenda após 5 vitórias na dificuldade anterior, Estrela. As melhorias em relação à versão 2017 são claras, principalmente nos goleiros, que dão menos raiva agora – exceto nas saídas de bola. O toque de bola é refinado e bonito de ver, cumprindo bem seu papel. A variação tática é notável, sendo possível perceber claramente quando times menores jogam retrancado contra os clubes recheados com grandes estrelas. Durante os 90 minutos, a única coisa que complica é a falta de ambientação do jogo. A torcida é recatada e a narração de Milton Leite com comentários do Mauro Betting, que tinha tudo pra ser sensacional, decepciona em aproximadamente 51,4% das vezes – uma das falas gravadas, repetidas à exaustão. A tentativa de criar um clima descontraído falha miseravelmente e chega a irritar, sem contar os comentários datados da época em que o narrador era Silvio Luiz, que inclusive é invocado por Betting de vez em quando. Ainda bem que há possibilidade de escolher o clássico Jon Kabira, narrador japonês icônico do começo da série PES que retornou este ano aos microfones.

Alterar as táticas é sacrificante

Mas não é dentro de campo que estão os problemas de PES2018. Logo de cara os menus continuam feios e pouco intuitivos. As fontes usadas são ultrapassadas, destoando do clima jovem e moderno que o futebol atual oferece. Mas isso é até superável se comparado ao arcaico sistema de escalação do time. Tudo é feio e complicado. O jogo por vezes ainda tenta usar o texto para explicar algumas coisas que seriam óbvias para os fãs de futebol. A falta de licenciamento de alguns dos maiores times da Europa também afastam os jogadores mais detalhistas, mas usuários de PC e PS4 conseguem contornar este problema com o Option File, arquivos criados por fãs que atualizam os times, uniformes e competições.

United não tinha. Agora tem (com Option File)

Falando dos modos de jogo, os destaques são para as competições europeias, reproduzidas fielmente, e a Liga Master, um clássico que apesar de ter muito espaço para melhorar, ainda é estimulante. Já o modo MyClub poderia ser menos complicado. São muitas regrinhas desnecessárias e que não levam a lugar nenhum, como por exemplo o level up dos jogadores – poderia facilmente não existir que seria melhor. O novo modo criado em PES2018 é o 3 contra 3, uma tentativa bacana de criar mais interação entre os gamers, mas que dificilmente emplacará. Já o Rumo ao Estrelato, aquele em que utiliza-se apenas um jogador para criar uma carreira, aumenta as opções mas não acrescenta expectativa aos jogadores.

Clássicos Nacionais engrandecem PES2018

Como disse no início, PES2018 é a melhor reprodução do futebol real nos games. Algumas vezes é sensível a falta de carinho com alguns fatores que potencializariam o valor do jogo – veja bem, já contrataram o Milton Leite, queridinho do público, custa fazer uma sonorização decente? Parece um trabalho preguiçoso – e a evolução que demonstrou dentro dos gramados virtuais deixou a desejar no pacote que complementa o jogo, afinal, não é só futebol.

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