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Shaq-Fu: A Legend Reborn é um beat’em up competente, mas não inova.

Não é novidade para ninguém que os anos 90 foram um tanto quanto… Excêntricos. Grandes figuras da cultura pop constantemente estampavam suas caras em diversos tipos de produtos, muitas vezes completamente alheios de suas “áreas de atuações”. Em um desses episódios curiosos, fomos “presenteados” pelo famoso ex-jogador de basquete Shaquille O’neal com uma das maiores pérolas já feitas para os vídeos games, chamada Shaq-Fu.

Shaq-Fu é um game de luta 2D protagonizado pelo ex-jogador, que ficou conhecido pela sua péssima qualidade e até hoje é um meme dentro da comunidade gamer. Talvez seja por este motivo que o anúncio de Shaq-Fu: A Legend Reborn pegou todo mundo despreparado. Financiado por uma campanha no site Indiegogo e publicado pela Wired Productions, o jogo chegou este mês para todas as plataformas atuais.

Shaq-Fu: A Legend Reborn é um beat’em up protagonizado novamente por Shaq, que, dessa vez, é um órfão “chinês”, que após sofrer bullying a infância inteira por conta de seu tamanho, foi treinado por um misterioso mestre em artes marciais para salvar o mundo. O protagonista não sabe nada sobre o seu passado. Sua única pista, é o elemento que o diferencia das demais crianças chinesas: uma marca de nascença.

Com apenas essa descrição, é possível ter uma ideia de que A Legend Reborn não trouxe apenas os beat’em ups de volta dos anos 90, mas também o humor duvidoso. Por mais que em alguns momentos acabe sendo cansativo, o clima de “não se levar a sério” faz com que o game seja uma experiência divertida para quem apenas um passatempo descompromissado.
Visivelmente inspirado em games como Final Fight e Streets of Rage, todos os elementos que são esperados do estilo “briga de rua” estão em Shaq-Fu: fases horizontais, diferentes tipos de inimigos, objetos quebráveis com consumíveis, etc.

Shaq conta com diversos golpes, que podem ser usados em combos ou individualmente. Um ponto extremamente positivo é a variedade de inimigos durante a aventura, onde cada um conta com uma vantagem e uma fraqueza diferentes, exigindo que o jogador tenha que utilizar uma gama de estratégias contra cada um desses tipos. Cada uma das 6 fases do game apresentam variações únicas de personagens, referentes ao tema ou o boss.

Falando em bosses, todos são divertidos e oferecem tipos diferentes de desafios e mecânicas. Porém, um problema recorrente durante essas batalhas, é que Shaq pode ficar preso em uma animação de dano enquanto é atacado por alguns golpes específicos que acertam mais de uma vez, tornando impossível ter qualquer reação até que o inimigo termine seu movimento.

Outro problema recorrente em A Legend Reborn é a redundância. A partir de um certo ponto, alguns elementos acabam sendo repetidos de forma cansativa, como por exemplo o uso de objetos das fases como arma ou armadilhas, obrigando o jogador a derrotar centenas de inimigos antes de poder seguir em frente, algumas vezes, várias vezes durante o mesmo mapa. Esse fator de repetição, somado com as poucas horas de jogo (por volta de três horas), transformam a breve aventura numa experiência maçante.

Em contrapartida, algumas mecânicas exclusivas do jogo acabam sendo mal aproveitas, como por exemplo as transformações. No inicio do jogo, o mestre de Shaq diz que espalhou pelo mundo várias roupas que dariam poderes especiais para o Shaq, porém, no decorrer da história, encontramos apenas dois tipos: uma armadura e uma fantasia de cacto. Mesmo trazendo uma variação considerável no andamento dos mapas, ter disponível apenas duas dessas roupas é um tanto quanto enjoativo. Outro fator um pouco confuso, é que Shaq pode se mover para as 8 direções do mapa, porém, apenas atacar para trás e para frente, exigindo que mesmo quando o personagem está olhando para o inimigo em alguma diagonal, Shaq tenha que se mover até o mesmo plano para que possa acertar seus golpes. Apenas com o power up de armadura é possível atacar para as 8 direções.

Já no quesito apresentação, Shaq-Fu tem um estilo de arte simples e cartunesca, com cenários e personagens coloridos e carismáticos. De modo geral, as músicas do game não se destacam, com exceção da música tema (cantada pelo próprio Shaquille), e outras faixas com vocais.

Shaq-Fu: A Legend Reborn é um beat’em up competente, entrega controles extremamente funcionais e uma nostalgia indiscutível, capturando o clima dos games e do humor dos anos 90 de maneira positiva. Porém, não arrisca em nenhum outro aspecto, fator que quando somado a sua curta duração e natureza repetitiva, acaba não trazendo motivação alguma para ser revisitado depois de finalizado pela primeira vez. O game foi lançado no dia 5 de junho para Xbox One, Playstation 4, Nintendo Switch e PC.

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