Situado em um ambiente repressivo e cheio de referências irreais aos comunistas, Black: The Fall é um plataforma de solução de problemas a cada tela que se apresenta. A história não é muito elaborada, mas o desejo de fugir transparece e atinge o jogador. Nada é muito claro, uma vez que você começa em um elevador em meio a dezenas de outros “iguais”, porém é o único que ousa tentar escapar. Os demais aceitam seu fardo e seguem seu destino, ou por doutrinação ou pura falta de desejo.
Logo no início duas coisas ficam claras: Você irá repetir algumas cenas diversas vezes e terá que usar a inteligência para conseguir fugir. Cada nova tela apresenta desafios variados, mas ao ser detectado por um inimigo ou câmera de vigilância, a morte é certa e inevitável. Impossível não comparar com games de sucesso lançados recentemente como Limbo ou Inside, mas Black: The Fall tem uma apresentação mais madura. Quem jogou clássicos como Out of This World (Another World) ou Flashback também pode sentir cera semelhança.
O maior ponto positivo do jogo, porém, vai para as variações necessárias para solucionar os problemas propostos em cada sala. No início você está por conta própria, um pouco mais adiante, conta com uma arma, que somente serve para ativar e desativar algumas funções, e mais para o fim do jogo ganha um companheiro de aventura imprescindível. Outro gostinho bom é aquele “como não pensei nisso antes?” ao solucionar um problema que tentou por diversas vezes. Graficamente o jogo não é espetacular, com ambientes escuros e destaque para o a escala de cinza e vermelho, mas atende o necessário para a mecânica do estilo, principalmente considerando os planos de fundo.
O jogo vale a diversão para quem gosta de puzzles elaborados e que exigem atenção ao mínimos detalhes. Por vezes acaba-se descobrindo o que deve ser feito somente após seguidas mortes – e as vezes nem mesmo assim – o que pode acabar irritando. Nessas horas é sempre bom desligar e relaxar um pouco, pois o cérebro fresco é a medida ideal para fugir dos comunistas.