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Preview de Dead Island 2: Esperamos por muito tempo!

Tivemos a oportunidade de testar uma versão prévia de Dead Island 2, sequência direta de Dead Island, jogo que causou polêmica em seu lançamento, lá em 2011, ao apresentar uma ilha repleta de zumbis que eram destroçados pelos sobreviventes que aguardavam um resgate. Com o sucesso do jogo, talvez mais pelo momento em que se apresentou do que pela qualidade de gameplay, a esperada continuação foi anunciada para 2015, com um dos trailers mais conhecidos do mundo dos games, sendo inclusive parodiado no anúncio de Goat Simulator 3.

Dead Island 2

Agora em 2023 pudemos enfim colocar as mãos e amassar alguns zumbis, desta vez em Los Angeles – rebatizada de HELL-A, que faz mais sentido se pensado na sigla LA, em inglês -, e não em uma ilha, como sugere o título. E a primeira impressão que passa é que os anos de espera custaram caro ao projeto da Dambuster Studios, que se esforça para ser moderno ao mesmo tempo que divide espaço com outras franquias como Dying Light, Dead Rising e outras que enveredaram pelo “zumbicídio”.

Na mesma linha

Seguindo o padrão do primeiro jogo, Dead Island 2 apresenta alguns personagens para o jogador escolher. Todos possuem uma única característica em comum: ser imune ao vírus que transformou a humanidade em zumbi. Fora isso, cada qual possui personalidade única, tornando interessante escolher seja por conta da personalidade ou das características de gameplay de cada um.

Eu escolhi jogar com Carla, que foi a primeira personagem apresentada pela Deep Silver na divulgação do game. Ela é local de Los Angeles, e trabalhava como dublê. Sua personalidade é debochada e se apresenta pronta para encarar as hordas de zumbis.

Dead Island 2

Os demais personagens são Dani, de origem irlandesa, personifica o estilo brigão mundialmente famoso deste país, Jacob, aspirante à astro de Hollywood, Ryan um pessimista que almeja encontrar seu irmão, Amy, a atleta paralímpica focada e calma e Bruno, o espertalhão do bem.

A aventura se inicia quando o avião em que estes distintos personagens se encontram tenta sair de HELL-A e sofre um acidente.

Elementos de RPG

Apesar de ao meu ver ser um jogo de aventura, Dead Island 2 é apresentado pela Deep Silver como um RPG em primeira pessoa, o que faz até sentido pelo fato do jogador poder escolher entre personagens para representar no gameplay, o que é a essência em si do RPG.

O ponto alto do jogo é a variedade de armas e combinações que permitem eliminar os zumbis de inúmeras maneiras diferentes e como o jogo incentiva utilizar esta prática. Logo no começo da jornada, um NPC (já conhecido, por sinal), oferece uma arma de choque e o ambiente se torna propício para combinar a eletricidade com a água para causar danos extras, com hidrantes e canos jorrando em várias partes do cenário. A estratégia é fundamental para aumentar o “dano-benefício” em um game que, se não é escasso em recursos, torna-se mais divertido com os itens menos frequentes de conseguir.

Dead Island 2

Mas o grande expoente dos “elementos de RPG” presentes no game é o sistema de cartas, que substitui a árvore de habilidades. Em vez de somente aumentar e crescer as habilidades, encontrar, utilizar e combinar as cartas em slots limitados é uma maneira de fazer com que quem está no comando tenha que utilizar o raciocínio para obter vantagens conforme os obstáculos a serem enfrentados. Por exemplo, tem cartas que aumentam a durabilidade de itens, outras que ajudam a recuperar vida após eliminar zumbis, e assim por diante.

Podia ser melhor

Dead Island 2 vem com uma carga emocional mergulhada no deboche, passando longe de criar momentos de tensão dignos de um apocalipse, o que pode ser frustrante se o jogador busca uma experiência mais emocional sem conhecer a franquia. O belo visual de HELL-A, incluindo pontos conhecidos mundialmente, contrasta com a qualidade de áudio, que algumas vezes causa cacofonia com os zumbis se misturando aos diálogos e demais barulhos sem muita prioridade ou distinção.

Dead Island 2

Porém o mais decepcionante foi o combate corpo a corpo com zumbis. Principalmente no início do game, quando nossas armas são simples bastões, tudo é muito igual. A produtora havia divulgado um novo sistema F.L.E.S.H. – Fully Locational Evisceration System for Humanoids, ou Sistema de Evisceração Totalmente Local para Humanóides -, uma ferramenta que em tese faz cada parte do corpo responder de maneira diferente ao golpe aplicado, mas que afora a parte gráfica, não entrega emoção nenhuma ao jogador, entregando um raso sistema de amassar botão nas lutas.

Timing

A meu ver o que mais atrapalha Dead Island 2 é o tempo que demorou para o jogo ser finalmente lançado, e entendam que estou muito feliz que finalmente tenha acontecido. Porém um jogo neste nível de expectativa acaba por não entregar um conteúdo moderno, que se destaque em um mercado cada dia mais concorrido.

A versão preview foi disponibilizada para PC. Pudemos jogar 9 missões mais algumas side quests, e embora seja divertido utilizar artimanhas para derrubar zumbis, a batalha corpo a corpo, que toma a maior parte dos confrontos, carece de graça.

O plot também não é muito elaborado, mas a presença de NPCs já conhecidos dos fãs do jogo é um ponto super a favor. Aliás, o jogo é muito bom em afagar quem já conhece a franquia. Com certeza mais surpresas estarão guardadas para as partes mais adiantadas, pelas belas paisagens de HELL-A e região.

O jogo certamente agradará quem já sabe o que esperar de Dead Island e está sedento para destroçar zumbis de maneiras épicas, porém quem imaginou que mais de 10 anos de intervalo para a sequência traria algo estratosfericamente inovador, precisa ponderar a empolgação para curtir Dead Island 2.

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