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Horizon Forbidden West é continuidade ampliada em todos os sentidos!

O ano é 2017 e a Guerrilla Games introduz ao mundo dos games uma franquia que, definitivamente, é digna das suas superproduções de entretenimento que fizeram da Sony a maior empresa de entretenimento nos consoles. Obviamente nos referimos a Horizon, em seu primeiro capítulo intitulado Zero Dawn que, tão importante para o pleno aproveitamento da sua sequência, merece destaque inicial nessa análise pelo fato de seu sucesso criar a expectativa do segundo game, Horizon Forbidden West, aguardado por uma legião de fãs.

 Horizon Forbidden West

Agora, em 2022, eis que a Guerrilla dá continuidade ao seu primoroso primeiro trabalho com uma viagem ao Oeste Proibido, mantendo a premissa de retratar fielmente grandes paisagens dos Estados Unidos. Agora intitulada A Salvadora, Aloy parte rumo a salvação definitiva do planeta, ao mesmo tempo em que dá uma polida em algumas arestas e fecha arcos narrativos deixados em aberto no final do primeiro game.

Concebido como uma sequência imediata dos eventos de Zero Dawn, Horizon Forbidden West é um game que respeita sua origem em todos os quesitos, sejam eles narrativos ou de jogabilidade, o que não quer dizer que o game não possa ser apreciado por novos interessados na franquia. Entretanto, é inegável o impacto positivo que o conhecimento da primeira aventura de Aloy proporciona aos jogadores no novo jogo, seja no desenrolar da história ou na sua jogabilidade que, se por um lado não muda, evolui com grandiosidade.

Assim como Horizon Forbidden West, esta analise parte do pressuposto de que o jogador já está imerso no universo Horizon, portanto tocaremos no que há de novo, na sua evolução como game, assim como mostraremos porquê esse game tem potencial para ser um dos melhores da geração. Sim, Horizon Forbidden West é um jogo que pertence a uma prateleira superior, portanto não é daqueles onde quem escreve tenta provar, da maneira convencional, o valor do game para – no final – avaliar se vale ou não a pena jogar, mas elucidar o porquê do jogo ser obrigatório para qualquer fã de videogame.

A história

Descrever a verdadeira história de Horizon Forbidden West é impossível sem estragar as grandes surpresas que aguardam os jogadores durante as pelo menos 30 magníficas horas de jogo – aproximadamente – para a conclusão das missões principais do game. Entretanto, de maneira superficial, podemos dizer que o êxito de Aloy ante o sistema Hades no final de Zero Dawn, cujo propósito era a extinção de todos os habitantes do planeta, não foi o suficiente para impedir por completo as ameaças à humanidade.

 Horizon Forbidden West

De início, Aloy acredita que ao restaurar um backup de Gaia – núcleo do sistema Zero Dawn outrora responsável pela continuidade da vida no planeta – seja possível eliminar uma misteriosa peste que assola e destrói morosamente toda a vida conhecida. Com essa premissa, a heroína do Leste parte em missão ao desconhecido, a fim de encontrar respostas numa terra para onde os que partiram jamais retornaram.

A grande evolução em relação a narrativa nesta sequência é o fato de que o game sempre se preocupa em agregar valores à história principal da heroína de Meridiana. Diferente do primeiro game, onde o jogador possivelmente testemunhou momentos de tédio em meio as missões alternativas e até algumas principais, todas as missões de Horizon Forbidden West parecem fazer muito mais sentido em relação à história principal. De alguma forma, o novo jogo parece ter a capacidade de transformar o marasmo dos conflitos das tribos em seu antecessor em histórias interessantes de captação de líderes tribais em aliados à causa da heroína. Desta forma, é fácil afirmar que, no panorama geral, Forbidden West dá um passo à frente em relação ao seu antecessor justamente por favorecer um interesse maior do jogador em progredir nas missões e atividades secundárias. Um grande acerto da Guerrilla Games!

Gameplay

Começando pelo combate, uma das gratas surpresas é a evolução da inteligência artificial das máquinas. Em Horizon Forbidden West os inimigos estão mais agressivos e espertos do que se pode imaginar, sendo possível identificar desde ataques coordenados de um grupo inimigo até tentativas de previsão de movimentos baseado no estilo de gameplay do jogador.

O aumento na diversidade das máquinas para quase o dobro em relação ao primeiro game, capacita essa sequência ainda mais para exigir que o jogador empregue táticas diferenciadas de gameplay, de acordo com o desafio. Obviamente, o jogador conta com a facilidade de ter uma gama bem maior de ferramentas de ataque e defesa em relação a primeira aventura de Aloy.

Outro salto a se destacar nos combates é a adição de uma árvore de habilidades totalmente retrabalhada. Dividida em seis classes distintas, cada uma com foco em expandir capacidades ativas e passivas, ela é capaz de tornar Aloy uma ninja sorrateira, uma especialista em usar máquinas a seu favor ou mesmo uma verdadeira guerreira solitária no melhor estilo Rambo.

Ainda mais importante – no que tange às classes – é a implementação dos Impulsos de Bravura, que em Horizon Forbidden West fazem o papel dos conhecidos golpes especiais. Esses poderosos ataques são liberados a partir do momento em que o jogador usa os seus pontos de habilidade para habilitar upgrades adjacentes ao Impulso escolhido. Cada classe possui até três Impulsos de Bravura e todos eles podem ser habilitados, mas somente um pode ser escolhido para uso de cada vez.

A verticalidade do combate também é favorecida nessa nova aventura, visto que Aloy carrega consigo dois itens fundamentais e de obtenção obrigatória desde o começo do game: Um gancho e um planador. O gancho, no combate, auxilia Aloy a alcançar plataformas que permitem a evasão de ataques ou facilita golpes críticos de cima para baixo.

 Horizon Forbidden West

O planador, por sua vez, é responsável por reformular consideravelmente a maneira em que o jogador explora o mapa em Horizon, trazendo um dinamismo inexistente na primeira campanha de Aloy. Agora, a obrigação de ter que refazer o processo inverso da subida de uma montanha foi eliminada, ou seja, basta o jogador mirar seu objetivo e curtir uma boa planada até o sopé da montanha em busca de uma nova missão.

A derradeira inovação no que tange a jogabilidade pode ser pontuada na transformação que a Guerrilla realizou nas quests que o jogador pode aceitar, ou não, fazer. Agora, a maioria delas acrescenta informações importantes à história principal, assim como personagens secundários dispostos a ajudar na causa da Heroína. Mesmo quests triviais, como escalar um Pescoção, contam suas próprias histórias, o que elimina repetições enfadonhas e dá uma motivação extra para completá-las. Também é normal encontrar personagens dispostos a conversar somente para complementar as narrativas, como NPCs salvos em missões anteriores, por exemplo.

Exuberância técnica

Ponto alto durante toda a aventura de Aloy, a apresentação visual de Horizon Forbidden West alcança um nível que estabelece uma nova meta a ser batida pela indústria de jogos de videogame. Os cenários estão incrivelmente bem construídos, com detalhes que enriquecem e dão vida aos diversos biomas disponíveis no game. A diversidade e quantidade desses anbientes certamente vai agradar em cheio os jogadores, pois a evolução desde Zero Dawn é evidente.

Cada um deles é imbuído de sua própria cultura tribal, biodiversidade e máquinas adequadas para cada tipo de terreno diferente, o que incentiva o jogador a rever suas estratégias de combate e exploração, trazendo um ar de novidade sempre que Aloy atravessa novas regiões.

Essa mesma diversidade também é responsável por trazer uma expansão na jogabilidade de Aloy, que agora consegue mergulhar para explorar ambientes pantanosos, fundamental em missões principais e secundárias em Horizon Forbidden West. Essa experiência também pode ser considerada uma das mais bem feitas nos jogos, pois o realismo é impecável e a sua dinâmica no gameplay aquático é uma evolução marcante entre os títulos. Entretanto, fica uma ressalva pelo fato de que Aloy ainda não consegue combater em ambientes aquáticos, ela apenas consegue se salvar sorrateiramente de ser estraçalhada por ferozes máquinas aquáticas.

Quanto a trilha sonora, é bastante perceptível que houve um aumento considerável na quantidade de faixas apresentadas nesse novo título, o que evita definitivamente a sensação de repetição constante de trilhas que ocorria em Zero Dawn. Apesar de ser um aspecto subjetivo, a sensação é de que – no mínimo – a qualidade se manteve, logo o jogador deve esperar trilhas épicas especialmente trabalhadas para arrebatar sentimentos em momentos chaves da trama, de igual forma como elas fazem surgir o desespero de ser caçado por máquinas assassinas quando se está em fuga.

Fechando com chave de ouro temos os personagens incríveis. É possível perceber durante toda a aventura o esmero impar da equipe de desenvolvimento na construção de cada personagem, seja a própria Aloy ou qualquer outro NPC. A textura da pele, as expressões faciais, os pelos corpóreos, tudo é apresentado com altíssima fidelidade gráfica, de forma a imergir por completo o jogador no clima de cada tribo espalhada pelo Oeste Proibido.

Como nem tudo são flores, existem alguns pormenores os quais não podemos deixar de citar nessa análise. Embora – definitivamente – as poucas falhas técnicas não façam sombra ante a excelência que abraça um título de mundo aberto dessa magnitude, é notório que existem alguns bugs – principalmente de colisões – durante essa aventura. Renderizações tardias esporádicas também podem ser notadas por jogadores com olhos mais treinados, assim como um comportamento antinatural no cabelo de Aloy em momentos específicos do jogo. Entretanto, as falhas são pontuais e o jogo culmina por ser tão incrível que a maioria das ocorrências desses detalhes devem passar batido pela maior parte dos jogadores. Ressalto que em toda minha jornada não encontrei nenhum bug grave que me fizesse perder progresso ou ter que reiniciar o jogo. (PS: A análise foi escrita antes do Patch 1.05 que corrigiu inúmeros destes problemas).

Por que você deve jogar Horizon Forbidden West?

Horizon Forbidden West empenha um esforço tremendo para honrar o legado que o colocou no mapa dos videogames, respeitando, aumentando e melhorando tudo o que foi estabelecido na primeira empreitada de Aloy. Isso por si só já é motivo mais que suficiente para tornar este um jogo obrigatório para os fãs de videogames. A ampla experiência proporcionada ao jogador em uma sequência de um título de sucesso certamente colocará uma certa dose extra de pressão em possíveis continuações de jogos lançados ainda nesta geração.

Um exemplo disso é o Modo Fotografia, tendência em alta nos últimos anos no universo gamer. Em Forbidden West deixa de ser uma mera ferramenta para ser necessário. Os belos cenários, personagens, fauna, flora e tudo mais que compõe este crível mundo futuro são dignos de um belo retrato. Mesmo quem, como eu, não faz muita questão deste modo em si, acaba se perdendo por incontáveis minutos para capturar a melhor pose de Aloy enquanto um guaxinim foge pela vegetação ou o céu brilha estrelado em conjunto com a aurora boreal.

 Horizon Forbidden West

Mesmo se fosse o caso de analisar esse jogo como um título a parte, dispensando a ótica de que o jogo foi concebido para agregar valor à franquia melhorando a experiência do seu primeiro jogo, de igual forma seria estabelecido aqui um novo padrão de qualidade a ser alcançado pelos maiores games de mundo aberto, pois o jogo beira a perfeição. Portanto, independente de qual seja a sua plataforma preferida, gênero predileto ou tipo de jogo que mais lhe agrade: jogue Horizon Forbidden West! A experiência de se maravilhar a cada minuto com este game traz um sentimento peculiar de satisfação que, de forma lúdica, se expressa como a sensação de receber espólios pela dedicação com afinco por anos na vida gamer.

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