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Elden Ring

Elden Ring vale o peso em runas!

Uma das grandes preocupações de quem vai comprar um game hoje em dia é a relação custo x benefício, principalmente na época dos lançamentos em que um título ocupa a faixa dos 300 reais pra mais. Já passadas mais de 100 horas de gameplay puro, descobri que ou eu sou péssimo em finalizar Elden Ring ou o jogo te surpreende a cada nova exploração com regiões interessantes, desafios de proporções épicas e novidades mesmo quando você pensa que já está totalmente adaptado e inserido no universo do jogo.

Coloco um pouco de crédito na primeira opção por eu ser extremamente curioso para explorar cavernas, locais e aquele cantinho que com certeza não tem nada, além da teimosia de enfrentar poderosos inimigos dezenas de vezes consecutivas. Mas certamente o resultado certeiro é um grande jogo, criado para justamente deixar o jogador intrigado e com sentimento de descoberta a cada nova paisagem que aparece ao longo do trajeto, as opções infinitas de armas, combinações e estilos que fazem a obra toda um eterno aprendizado e redescobrimento.

O grande diferencial de Elden Ring para os demais jogos da From Software é justamente dar a liberdade ao jogador para viver como achar melhor. Não lembro de nenhum título similar que ofereça tantas possibilidades – o mais próximo seria Zelda Breath of the Wild, embora em estilo diferente – em questão de mundo para explorar. É possível gastar centenas de horas explorando e melhorando suas habilidades sem seguir a missão principal do jogo, que é achar o Anel Prístino e se tornar o lorde.

Elden Ring

Mundo Sombrio

Dificilmente quem nunca passou por jogos como Demon´s Souls, Bloodborne e Dark Souls vai chegar em Elden Ring e se maravilhar logo à primeira vista. O clima sombrio, sem muitas explicações e recheado de inimigos mortais está lá, disposto ao infinito praticamente. A esta altura já devem ter ouvido críticas aos gráficos do jogo e detalhes como golpes que atravessam paredes e resultam em mortes injustas. Não dá para negar que nesses aspectos o estúdio poderia ter caprichado mais, justamente por ser uma nova franquia que atingiu um público ainda virgem no estilo. Por outro lado, tudo isso faz parte do DNA do Souls-like e jogadores veteranos devem ter encarado com naturalidade e sem espanto.

No começo, o jogo até parece bem simples, agregador, para abrir realmente as portas para quem quer adentrar na experiência. Basta escolher dentre as classes disponíveis, atentar para que tipo de personagem está criando, com foco em combate corpo a corpo, à distância, magia, etc, e entrar no mundo que até oferece um tutorial!

Mas as facilidades param por aí, ao sair da caverna inicial, já há um grande inimigo esperando. E não deixa de ser mais uma aula sobre Elden Ring. Diferentemente dos demais jogos da From Software, evitar áreas difíceis e retornar quando estiver mais poderoso é não só recomendado como irá fazer o jogador sofrer muito menos. O mundo é realmente aberto e está lá para ser explorado, o jogador que precisa saber quais seus limites, de paciência principalmente, pois como todo Souls-like, tudo é possível se o jogador estiver disposto à enfrentar, até mesmo zerar o jogo em menos de uma hora ou com o personagem vestindo apenas cuecas.

Explorar é viver

Além de viver em Elden Ring como bem entender e poder optar para onde ir, outro grande destaque do jogo é o mapa. As Terras Intermédias, como é chamado o território a ser explorado, é oculto e vai sendo mostrado conforme o jogador recolhe pedaços dele espalhados pelo cenário. E juro, quando você pensa que está acabando, mais uma área se apresenta trazendo uma gama enorme de conteúdo. Não sei nem precisar quão grande é todo o mundo de Elden Ring, mas os desenvolvedores acertaram em cheio nas viagens rápidas entre as Graças – que funcionam como pontos de descanso e oferecem possibilidades de configuração do personagem, alteração de itens e muito mais – e na montaria Torrent, que também ajuda e muito ao enfrentar, ou passar correndo, pelas criaturas que você não consegue ou não quer enfrentar no momento.

De repente você pega um elevador e descobre um mundo totalmente novo por baixo daquele terreno já explorado, ou passa por uma fresta escondida e tem todo um universo tematizado por trás. Me lembrou, por exemplo, em God of War 2018, ao chegar nas Terras do Rei Anão. Porém em Elden Ring isso acontece incontáveis vezes. E cada área foi claramente trabalhada e colocada ali com um propósito e uma temática, reunindo inimigos ou informações que sempre agregam ao universo do jogo.

Entendi mais ou menos

Em diversos momentos Elden Ring te coloca em missões ou objetivos que não fazem muito sentido ou podem ser completamente uma perda de tempo. A história segue a linha de seus antecessores espirituais e não entrega de bandeja os objetivos principais ou propósitos de certas missões.

Sabe-se que houve uma grande guerra em que o Anel Prístino foi quebrado e separado em Grandes Runas. E a lenda diz que um dia chegará um Maculado que irá reunir as Grandes Runas para se tornar o lorde Prístino.  Mas no início você já descobre que é uma pena não ter uma companheira para almejar se tornar o Lorde Prístino.

Quem curte explorar a trama terá muito o que fazer em Elden Ring também. São textos e mais textos que trazem informações sobre os acontecimentos do passado e as profecias que direcionam os acontecimentos futuros. Junte-se a isso diferentes ordens com objetivos similares porém por diferentes métodos. Não é difícil o jogador ficar em dúvida se deve aceitar certas missões, se unir a facções ou prosseguir adiante em certos pontos das Terras Intermédias.

Gameplay Infinito e além

Tudo isso que escrevi ainda deixa de fora o ponto primordial de Elden Ring: você pode jogar como quiser! Se optar por ser um poderoso mago e focar em combate à distância, tudo bem. Se quiser upar seu personagem pro level 200 antes de enfrentar o mundo, também pode. E se quiser invocar amigos ou desconhecidos para não ter que enfrentar sozinho todos os grandes desafios (alguns até injustos), pode fazer. Ah, e se quiser infernizar a vida dos outros basta invadir jogos alheios para causar dor e sofrimento a outro player.

Elden Ring

O online de Elden Ring é tão poderoso que mesmo que você decida não utilizar invocações, estará o tempo todo sendo guiado ou sacaneado pelas mensagens e manchas de sangue deixadas por outros jogadores, que servem tanto para alertar de perigos vendo como outros players morreram como dicas sobre inimigos e itens próximos ou, claro, paredes secretas que não existem.

O jogo conta ainda com 3 finais diferentes e o sistema de New Game +, que aumenta a dificuldade mas mantém o progresso do jogador, incluindo os itens recolhidos durante a primeira campanha.

Elden Ring

Elden Ring é uma obra prima dos videogames, um jogo que será falado por muito tempo, até porque, mesmo com centenas de horas empregadas, há muito o que descobrir sempre, seja em novos ambientes ou em detalhes que os desenvolvedores colocam para instigar a exploração e curiosidade dos jogadores.

Voltando à questão que levantamos no início desta análise, não há hoje no mercado um jogo que ofereça tanto conteúdo, tanta exploração e tantos detalhes como Elden Ring. Para quem quiser mergulhar de cabeça em um universo desafiador, recompensador e, principalmente, interessante, Elden Ring é o jogo do ano, e para muitos anos além.

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