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God of War no PC: Saudades do que já vivemos!

Quando comecei a rodar God of War – o Jogo do Ano de 2018 – no PC agora em 2022, o primeiro sentimento foi de estranheza. Algo de errado não está certo, e isso só se intensifica quando o jogo pede para apertar o botão B para certa ação. Mas os felizes gamers que puderam aproveitar o jogo no seu lançamento precisam ver essa nova versão sob uma nova ótica.

God of War
Sério?

Em 2018, como expliquei na análise feita à época, eu quis jogar como um mero apreciador de videogame, sem pressa, para ver onde o novo Kratos me levaria. Agora na versão PC, meu foco mudou, é a busca por enxergar até onde God of War, o jogo, pode ir. Após atualizar meus drivers da placa gráfica (nVidia RTX 3060), que trazem configurações específicas para GOW, rodei o jogo e ele detectou automaticamente minha GPU e definiu que jogaria em 4K com a configuração Ultra e sem limite de FPS.

A primeira cena já causa impacto absurdo. Cada casquinha de árvore está com detalhes absurdos, assim como as rugas na face do protagonista barbado. O jogo traz em suas configurações opção para DLSS e FidelityFX Resolution, novas tecnologias que eu nem sonhava ouvir em 2018.

Talvez o impacto na qualidade tenha sido bem grande pra mim pois desde que fechei o jogo em seu lançamento no PS4 (e depois emprestei para um amigo que demorou uns 6 meses ou mais pra devolver), não havia mais jogado. Nem quando comprei o PS5 e tive o jogo à disposição via PS Collection.

God of War
Configurações de Exibição

Mas para meu PC também foi um salto muito grande e logo no primeiro ogro acabei sofrendo com stuttering, então reduzi para 2K e travei em 60 FPS (já que é a compatível com meu monitor).

Em busca de novidades

Eu não tenho hábito de rejogar títulos que já tenha fechado, mesmo se forem grandes nomes. Até com a nova versão de Demon´s Souls no PS5 fiquei com aquela impressão de “já te vi”. Por isso, resolvi mudar algumas coisas nesta gameplay para análise de GOW no PC.

God of War
Já estive aqui antes…

A primeira delas foi a dificuldade. Em 2018 joguei no difícil, e tive uma experiência bem agradável. O jogo oferece 4 níveis diferentes: Quero uma História, Quero uma Experiência Balanceada, Quero um Desafio e Quero God of War. Escolhi a última, mas não demorou pra perceber que não iria avançar em um ritmo adequado. Então mudei para Quero uma Experiência Balanceada e achei frustrante. O nível dos inimigos fica muito fácil, praticamente impossível morrer em um inimigo comum. A bruxa maldita é um mero inimigo que teleporta e o próprio Atreus vira uma arma mortal. Sugiro fortemente mesmo pra quem estiver no primeiro gameplay, a jogar em pelo menos Quero um Desafio. Não vou prometer mas deu vontade de retomar Quero God of War pra sentir na pele as dificuldades propostas.

God of War
B? Onde fica o B?

Outra mudança que fiz foi a troca de idioma. Em 2018 havia ido ao lançamento do jogo e conhecido Ricardo Juarez, que dá voz em português ao Kratos, então decidi prestigiar. Desta vez troquei o bom Garoto pelo mundialmente famoso Boy. Com áudio em inglês e legendas em português. Já reparei algumas tenuidades como o filho da mãe em vez do filho da puxa! É uma diferença e tanto!

O Pai, o Filho e o espírito assassino

God of War marcou seu tempo em 2018, e agora em 2022 continua excepcional, uma vez que a profundidade do jogo se esconde no relacionamento de Kratos, pai, e Atreus, filho. Porém para entender as nuances e os detalhes deste relacionamento, é recomendável conhecimento da mitologia nórdica – e não, filmes da MARVEL não atendem o requisito.

Prazeroso como sempre

Só dando uma raspada por cima para quem só está jogando agora (recomendo ler a análise do lançamento do jogo), Kratos está envolvido em uma trama maior que ele, em um novo ambiente, e ainda com um filho para introduzir no mundo dos combates, que se não são tão ferrenhos quanto arrancar o olho de um ciclope da trilogia original, ocorrem com muito mais fluidez. Aliás, para quem está revisitando o jogo, repararam como tudo volta intuitivamente? Mesmo antes do tutorial, já estava usando (ou querendo usar) golpes familiares.

Um dos fatores que mais gostei na primeira vez que joguei é que o próprio gamer vai definir se deseja vivenciar mais a história ou ir atrás de grandes desafios como as Valquírias ou atravessar grandes mundos para conseguir um equipamento extra. Mas o ponto principal é que o fator RPG (um must-have nos jogos desenvolvidos hoje em dia) nunca ofusca o sentido de aventura e grandiosidade, que são o DNA da franquia.

Vou empurrar o garoto e tá resolvido

É importante lembrar que o lançamento da sequência (e fim?) desta saga nórdica está prevista para esse ano com God of War: Ragnarok. Mas será que trazer GOW para o PC foi uma estratégia para impulsionar a sequência?

O conceito de estratégia, em grego…

Seria de uma presunção enorme querer adivinhar a estratégia de uma enorme produtora de videogames como a PlayStation Studios, mas podemos tentar entender as coisas como apresentadas. Se são fatos reais ou se ainda sob elas há um véu, uma máscara, para disfarçar a realidade, aí está além do alcance de quem não faz parte do quadro de diretores da empresa.

Iluminação fantástica

O fato é: God of War no PC não só dominou as vendas da Steam (também foi lançado na EPIC Games Store) e todos os envolvidos com o jogo em mídias sociais elogiaram e enfatizaram o lançamento do jogo para computadores. Agora mesmo encontram-se mais de 50 mil pessoas se divertindo com o jogo, com pico acima de 73 mil durante o final de semana, além de figurar como o jogo mais vendido na semana de lançamento. Ou seja, sucesso!

Nas análises dos usuários da Steam, o port para PC é extremamente elogiado, o que afasta de casos como Days Gone, que recebeu críticas severas nesse sentido. Joguei e endosso! A nota 93 no Metacritic, para um jogo lançado há 4 anos, também é um sinal bastante positivo desta versão.

Metacritic fundamenta o sucesso

Agora, muitos comentários apontam para God of War no PC como isca para atrair mais usuários para o PS5 ou mesmo para a sequência, Ragnarok, que chega este ano. Acho tudo isso plausível mas sem resultados numéricos expressivos que justificassem essa manobra.

Sacrifícios são necessários

Pra mim, o trabalho é para estar presente nos PCs apenas. O mercado de games está cada dia mais recebendo novidades e fenômenos, que tornam imprevisível o futuro. Quem chegar por último pode não encontrar espaço, então é importante já demarcar território. Enquanto houver esse gap de anos entre o lançamento no console e nos PCs, não há motivo que lançar GOW no PC desabone possuir um PS5, por exemplo. Se o bom Kratos mudou da mitologia Grega para a Nórdica, também pode migrar do PlayStation para os PCs. Strateegia.

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