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Victoria 3 permite mudar rumos da história

Em uma época de mudanças, conhecida como Vitoriana, as grandes nações do mundo estabeleciam suas fronteiras e decidiam quais os rumos que a sociedade iria tomar. E é justamente este cenário o palco de Victoria 3, que dá ao jogador o controle de uma nação do mundo entre 1836 e 1936, época em que o comércio e as leis engatinhavam e o mapa começava a tomar a forma que conhecemos hoje.

Victoria 3

É importante dizer que, embora o mote do jogo seja ser o chefe de estado, as ações não são deliberadamente tomadas de maneira única e unilateral. O povo e os partidos políticos tem ampla influência em tudo o que acontece no jogo e inclusive podem acontecer revoltas separatistas que põe fim ao seu mandato.

O princípio

Como todo jogo de estratégia da Paradox Interactive, a pauta política é esmiuçada em detalhes e cada gameplay é diferente, variando com os rumos que determinado país vai tomar e seus relacionamentos com as demais nações do mundo.

Para iniciar, o jogo sugere 4 cenários, com objetivos distintos como formar uma sociedade igualitária ou se tornar um destaque no comércio mundial. Nesses casos, o jogo vai apontando metas que devem ser cumpridas para chegar ao objetivo, como promulgar leis ou construir melhorias. Também há a opção de sandbox, em que o jogador pode fazer o que quiser sem direcionamento. O período de 100 anos parece pequeno, mas dá pra fazer muita coisa e há muito com o que se ocupar, uma vez que nem toda ação tem as consequências esperadas.

Em meu primeiro gameplay, segui a sugestão do tutorial e peguei a pequena Bélgica. O objetivo aqui é meramente econômico e governamental. Seria algo como um modo fácil. Ninguém te ataca e se você evitar conflito com os grupos dominantes, levará o jogo de boa, sem maiores problemas, chegando ao sucesso em algo que é muito parecido com o que a Bélgica é hoje em dia. Mas não se engane achando que não há complexidade!

Politicagem

O menu principal do jogo apresenta os quadros de Leis, Finanças, Comércio, Construções e Guerra. Esses são os principais artifícios para governar seu país. Há um sub-menu principal também com pesquisa, diário, diplomacia, cultura, entre outros, que dão profundidade e apresentam uma maior complexidade conforme o gosto do líder da nação.

Gerar riqueza é importante, então focar em comércio e construções é o básico no jogo. Importante ficar sempre de olho nas finanças pois um país rico prospera. A partir daí, conseguir apoio político de grupos específicos (latifundiários, trabalhadores, militares, etc) para conseguir aprovar leis e alterar suas diretrizes conforme seus gostos. E, porque não, partir para conquistar outros países ou explorar colônias.

Mas veja bem, tudo isso envolve uma complexidade de ações que são determinadas na maioria das vezes pelo interesse da população. É importante lembrar que cada mudança pode gerar atrito e acabar com seu apoio e gerar revoltas internas.

Vai Brasil!

Obviamente meu lado nacionalista decidiu comandar o Brasil em uma jornada de dominação na América Latina. porém o tiro saiu pela culatra. Primeiramente o Brasil enfrenta um processo de unificação no jogo, com a anexação do Grão-Pará e da região Sul. Também ainda não temos a região do Acre anexa ao Estado. Essas áreas seguirão em conflito por alguns anos no começo da partida. E a guerra custa caro!

Como fui com muita sede ao pote, acabei criando dívidas, tendo que baixar o soldo do exército e aumentando impostos sobre produtos (álcool e tabaco, por exemplo), o que gerou insatisfação de parte da população. Se na Bélgica eu conseguia legitimidade de 100% de governo, no Brasil ficava em torno de 60%.

Finalizadas as revoltas internas, pude voltar as atenções para os demais países, e os mais interessante são a Venezuela e uma união Peru-Bolívia. Porém esses países possuem um pacto de defesa com a França, na época uma das maiores, senão a maior potência mundial. também não é possível começar uma guerra sem motivo, então todo um trabalho diplomático é necessário antes de invadir os inimigos ou conseguir aliados. Tratei logo de fazer um acordo de comércio com os Estados Unidos, visando um futuro acordo bélico também. E fui atacar a Argentina, afinal, é a Argentina! Consegui tomar um pedaço chamado Jujuy, mas ele ficou isolado das minhas fronteiras. E a dívida aumentando.

Tive que pedir falência, mas isso gerou revoltas e mais revoltas do povo. Que acarretou em guerras internas e, por fim, fui deposto. Game Over para minha tentativa de conquistar a América do Sul.

Vale a Pena?

Victoria 3 é um jogo que permite que você brinque com uma das eras mais importantes da humanidade, justamente aquela em que o comércio, a cultura e as fronteiras estão sendo estabelecidas. Por mais emocionante que seja, é preciso entender que não existe uma vontade soberana às vontades da população, então todo passo precisa ser estudado e efetuado com cautela.

A Paradox Interactive já é mestre neste tipo de estratégia e mais uma vez entrega um produto de altíssima qualidade. Uma das coisas mais interessantes do jogo é ver como cada estado dentro de uma nação se desenvolve, com o zoom aproximado, variando de uma sociedade mais consolidada urbanamente contra o domínio de latifundiários (Bélgica x Brasil, por exemplo). Os detalhes pensados sobre cada rumo possível são impressionantes. É o tipo de jogo que você passa horas e horas sem perceber, fazendo absolutamente nada e tudo ao mesmo tempo, pois cada pequena mudança impacta no futuro da nação.

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