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My Time At Portia é opção diferente entre os “jogos de fazenda”

Você talvez já conheça esta premissa: o jovem protagonista se muda para uma pequena e bucólica cidade, onde terá que cuidar de uma propriedade herdada de um parente. Harvest Moon? Stardew Valley? Não, estamos falando de My Time At Portia, game que recentemente saiu do Early Access e que tivemos a oportunidade de testar.
Infelizmente essas comparações são inevitáveis. Os jogos citados já têm seu espaço no coração de muitas pessoas, é impossível não lembrar deles neste cenário. No entanto, as similaridades entre eles e My Time At Portia praticamente acabam aí.

A primeira e principal diferença é o foco na atividade do protagonista. Enquanto o normal nesses jogos é ter a agricultura como trabalho primário, em My Time At Portia o jogador deverá cuidar de uma oficina, e passará muito mais tempo juntando recursos e construindo os mais diversos objetos do que plantando hortaliças.

Muito diferentemente de outros do gênero, o game tem um plano de fundo pós-apocalíptico, com detalhes interessantes sendo revelados em diálogos casuais, ou em descrições de objetos achados durante exploração de cavernas, o que dá um toque criativo à maneira de encarar aquela sociedade, e deixa o jogador imaginando o que diabos deve ter acontecido anteriormente.
No entanto, o jogo não se preocupa muito em dar respostas ou explicar situações, objetivos e mecânicas. Se por um lado isso certamente economiza tempo gasto em tutoriais e exposição, por outro pode deixar o jogador perdido em diversos momentos, precisando talvez recorrer à pesquisas na Internet para descobrir o que fazer em seguida.

O ritmo do game muda conforme o tempo. No início do jogo pode até faltar tempo para tantas tarefas. Há diversas missões da história principal, “side quests” para desenvolver a relação com os moradores, fora explorar diversos cenários para juntar materiais necessários. Também se perde bastante tempo esperando objetos ficarem prontos enquanto estão em processamento em algum aparelho na oficina, o que é um pouco frustrante quando você depende disso para continuar a quest. Outro ponto que poderia ser melhorado é o sistema save, que só é feito quando o personagem vai dormir. Não existe forma de salvar manualmente, se você se esquecer e fechar o jogo em qualquer momento antes de dormir, todo o progresso até aquele momento é perdido.

Há muito o que explorar em Portia. São mais de 50 personagens para conhecer, fazer amizade, receber quests e até mesmo se envolver amorosamente. Não há restrição de gênero ao escolher um interesse romântico, ficam vetados apenas personagens crianças, idosos, adultos já casados e animais antropomorfizados (não perguntem). Além disso, há diversas áreas do mapa para desbloquear, festivais para frequentar e ainda há o objetivo de tornar sua oficina a melhor da cidade, o que já é um prato cheio.

O jogo possui gráficos cartunescos e coloridos, criando uma ambientação divertida e convidativa. Existe também um aspecto interessante que une as mecânicas de construção e combate: cada tipo de móvel ou peça de mobília que você construir para colocar na sua casa dá um aumento em algum recurso necessário ao enfrentar inimigos, como stamina ou defesa. Outro recurso oferecido que ajuda a dar um ar de RPG ao jogo é a árvore de habilidades, onde o jogador pode fortalecer suas aptidões em três diferentes vertentes: batalha, coleta e social, dependendo da estratégia e do foco desejado.

Em termos gerais, My Time At Portia é um jogo bastante agradável e relaxante para quem gosta deste estilo. A inconsistência no ritmo pode interferir na imersão, mas o saldo final ainda é positivo. Se você procura algum jogo confortável para passar dezenas de horas e esquecer um pouco o mundo lá fora, esta pode ser uma ótima pedida!

My Time At Portia está disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One.

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