É inegável o apelo que jogos simuladores têm dentre a comunidade gamer e, convenhamos, é possível simular tudo o que a mente possa imaginar por meio do alto nível computacional atual. Sendo assim, temos diversas opções dos mais diversos tipos de simulação. Bus Simulator, para consoles, chega como a mais nova tentativa da Stillalive Studios de abocanhar um mercado adormecido de gamers. Principalmente nos consoles, este público se sente abandonado, mas agora o jogo chega ao PlayStation 4 e Xbox One.
Em Bus Simulator, o objetivo do jogador é gerenciar uma empresa de ônibus coletivos começando praticamente do zero. Ou seja, o player acumula funções de motorista e administrador da empresa que será criada logo no início do game. Sozinho tem que dar conta de tudo, desde a direção do veículo, limpeza, cobrança e finanças da companhia.
Pra que serve este botão?
Inicialmente, o game nos introduz numa espécie de tutorial onde é mostrado o primeiro ônibus a ser conduzido, um modelo real e totalmente licenciado do Mercedes-Benz Citaro. Logo depois, já em companhia de uma instrutora, podemos visualizar todo o veículo em cada um dos seus detalhes. Nesse sentido já cabe um elogio ao grande trabalho executado pela produtora do game que criou com perfeição o coletivo em todos os detalhes. Cada botão possui sua utilidade, assim como na vida real, ao invés de ser apenas só um adendo visual.
No painel, extremamente realista com suas dezenas de botões, é explicada a função de cada um. Eles podem ser acessados como uma espécie de cursor de mouse por meio do controle analógico do controle ou por atalhos atribuídos aos botões. Contudo, a imensidão de botões do coletivo acaba por exigir um submenu rápido que inclui o restante das funções para o controle do veículo.
O mais interessante aqui é que o jogador, de fato, vai fazer uso de cada um dos botões em algum momento durante o percurso. Pode ser algo esporádico, como a elevação de cadeirantes, ou constante, como o uso das palhetas na chuva e aberturas de portas. Um problema é que o grande número de parafernálias evidencia a imprecisão do controle. Acionar alguns recursos que estão fora dos atalhos de maneira produtiva pode ser complicado. Entretanto, no que tange a dirigibilidade em si, os controles transferem muito bem a sensação de dirigir um gigante dentro da cidade.
Aumento de Tarifa
Bus Simulator apresenta a premissa de recompensar o jogador com dinheiro virtual. O lucro vem ao ter boas maneiras no trânsito, conservar o veículo e cumprir com o horário em suas rotas para manter a clientela. Com o dinheiro acumulado é possível comprar novos e mais modernos veículos, todos também licenciados e com suas características únicas. Estas vão desde mais assentos disponíveis para os cidadãos até mesmo o uso de combustíveis gasosos, imprescindíveis para não onerar ainda mais a empresa. Com o tempo e o crescimento da empresa, o jogador poderá também contratar funcionários para atender outras rotas. Assim, se o jogador desejar, ele poderá só administrar a empresa e recolher os seus lucros.
No volante
Durante o percurso, o jogador terá que lidar com várias situações do dia a dia de um bom motorista de ônibus. O trânsito caótico na hora do rush, buracos nas vias, acidentes ou obras são alguns dos percalços. Ainda é necessário cobrar as passagens e até limpar seu veículo no final do expediente. Sendo que um trabalho bem executado em todas as suas exigências vai ser determinante para calcular o montante gerado no soldo do fim do mês.
Para guiar o jogador, Bus Simulator oferece uma planilha de objetivos que que ajuda muito a focar nos pontos necessários para o crescimento da empresa. Ainda que não seja obrigatório, o cumprimento dos objetivos é altamente recomendado. Além de nortear melhor o jogador para dar um prosseguimento mais lucrativo na empresa, os prêmios são muito satisfatórios. Eles vão desde uma grande quantia em dinheiro até novos veículo para integrar sua frota.
O jogo também conta com um sistema de evolução que vai liberando território e recursos de acordo com o crescimento da empresa. Nesse sistema, logo percebe-se que os bairros adjacentes só serão acessíveis para a implantação de rotas conforme o nível estrutural que a empresa atingir. Isso contribui também para uma adaptação mais amigável do jogador em relação à todas as ferramentas que o jogo disponibiliza.
Na cidade
A cidade fictícia do jogo em um primeiro momento parece bem viva e real. São muitos pedestres ao dia, um trânsito intenso nos horários de pico e dezenas de clientes em potencial nos pontos dos grandes centros cercados por arranha céus belíssimos. Entretanto, ao longo da jogatina, o jogador logo percebe que a cidade na verdade é um ambiente totalmente sem vida própria. Os habitantes circulam como robôs pré-programados e não reagem ao atropelamento de um estudante na faixa de pedestres. Outro exemplo é uma colisão do ônibus em um carro alheio. Em Bus Simulator a única penalidade é dedução no lucro da empresa, sem que haja reação da população às barbaridades de um mal motorista.
Gráficos e controles
Os gráficos do jogo são bem simples mas também não é nada que vá incomodar ao longo da jogatina, pois é flagrante a intenção da desenvolvedora de entregar performance em detrimento da beleza gráfica. E isto ela o faz primorosamente bem, com uma fluência muito boa, sem engasgos ou quedas de frames. Isto seria um pesadelo nesse tipo de jogo que demanda respostas rápidas e precisas para uma boa destreza no comando desses veículo de grande porte.
Os controles funcionam muito bem enquanto os comandos estão focados na dirigibilidade dos veículos. As setas de direção e demais apetrechos indispensáveis durante a condução são de fácil acesso e funcionam com respostas rápidas o tempo todo. Mas o problema começa de verdade quando o coletivo para nos pontos de ônibus e o jogador tem que usar vários recursos ao mesmo tempo. A máquina de tickets, espelho interno, rampa de cadeirantes e os demais itens para o atendimento geral dos passageiros, entre outras funções. Nesse momento os controles funcionam como um mouse clicável e tudo vira um caos devido a dificuldade de navegar com os analógicos.
Bus Simulator
É inegável o fato de que Bus Simulator tem seus problemas. Talvez a falta de interação com a população da cidade do jogo seja o mais grave de todos eles. Contudo o funcionamento do game quanto a gestão da empresa e principalmente a dirigibilidade dos veículos é um tanto quanto satisfatória. Um sistema de punição mais abrangente e que não fique restrito somente a ganhar menos ou mais dinheiro é uma adição que parece meio óbvia conforme o jogador vai se dedicando mais ao jogo.
Apesar de seus erros, Bus Simulator é sim um jogo bastante divertido e sólido, que cumpre muito bem o papel de mostrar ao jogador, que normalmente está do outro lado do negócio que envolve o transporte público, um olhar focado principalmente no condutor do coletivo, que além de lidar com toda a frustração do trânsito caótico e até mesmo de alguns passageiros, tem que manter toda a concentração no transporte em segurança de toda a população atendida. O bacana é que no final até o sentimento de dever cumprido ao findar um dia de expediente sem acidentes é muito bem simulado no jogo assim como a satisfação de contemplar o êxito da sua empresa que outrora só tinha o próprio jogador como motorista e um único coletivo, agora é uma mega empresa implantada em cada canto da metrópole.
Para mais análises e outras novidades de games, acompanhe a GamePress, assim como nossas redes sociais: Twitter, Facebook, YouTube e Instagram.