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Bleeding Edge é uma ótima experiência cooperativa

A Microsoft já vem se fortalecendo há algum tempo nesse fim de geração com a aquisição de diversas desenvolvedoras, criando uma expectativa muito grande sobre o futuro dos games exclusivos da empresa. Uma dessas aquisições, a Ninja Theory – conhecida pelo excelente Hellblade: Senua’s Sacrifice e o divisível reboot de Devil May Cry – foi uma das primeiras a mostrar o que podemos esperar desse novo capítulo com Bleeding Edge, game disponível para Xbox One, Steam e Windows 10. 

*Código para análise cedido pela Microsoft.

Gameplay rico!

Bleeding Edge é um game multiplayer online onde duas equipes de quatro jogadores disputam para completar objetivos com grande ênfase no trabalho em equipe. Por conta desse foco, o jogo praticamente exige que seja jogado em times organizados, já que comunicação e planejamento são essenciais para a vitória. Um membro do grupo fora de sintonia pode prejudicar completamente a experiência. 

Tudo isso pode soar familiar por conta de outras franquias populares como Overwatch ou Paladins, mas o diferencial de Bleeding Edge é seu combate. Ainda que traga influências dos chamados “hero shooters” ou até de MOBAs, Bleeding Edge tem grande foco em corpo-a-corpo e movimentação e elementos de jogos de luta, especialmente de arena fighters. 

Ao iniciar o game, participamos de um rápido tutorial, onde aprendemos as regras básicas e os controles. O gameplay de Bleeding Edge é simples e intuitivo: cada personagem é armado com um combo básico de até quatro ataques rápidos ou projéteis de curto alcance; três habilidades que após seu uso entram em um estado de cooldown; e uma de duas super habilidades disponíveis que podem ser selecionadas juntas ao personagem.

O elenco do jogo é dividido em três categorias base: ataque, suporte e tanque, e suas habilidades serão primariamente baseadas em suas funções. Porém, alguns dos personagens acabam funcionando bem mesmo fora de sua “zona de conforto”.

Um exemplo é Miko, personagem de suporte que pode curar amigos próximos e criar barreiras, mas também conta com excelente mobilidade e ataque primário, além de uma habilidade que congela um inimigo próximo, tornando a personagem perigosa quando enfrentada no mano-a-mano. Essa gama de possibilidades que não se limita apenas à função principal torna o elenco de onze personagens do game interessante e divertido de ser explorado. Para isso, um modo de treinamento está disponível, com diversas opções para testar os lutadores e seus potenciais.

Mobilidade também é um ponto chave em Bleeding Edge. Todo personagem tem sua própria barra de stamina com diferentes “cargas”. Usando o botão RT do controle, o jogador tem diferentes opções dependendo da situação. Se está parado e no momento certo, o personagem pode dar um “parry” no golpe do inimigo e imediatamente contra-atacar. Os personagens também podem dar “dashs” para se esquivar e escapar dos oponentes, ou até mesmo para se aproximar. Para qualquer uma dessas funcionalidades, uma barra da stamina é utilizada, exigindo o uso estratégico dessa ferramenta, pois ela é essencial em situações ofensivas e defensivas.

O que liga todas essas funções e nuances do jogo é a fluidez de seu gameplay. O combate é rápido e frenético, mas nunca convoluto ao nível de se perder no que está acontecendo. O sistema de mira talvez seja o único vilão na situação, pois em alguns momentos não marca o inimigo desejado, ou não troca de alvo tão rápido quanto o combate exige. É possível editar a melhor maneira de se marcar os oponentes nas opções, tornando a situação um pouco mais confortável, mas poderia ser mais responsiva.

Mundo interessante

Bleeding Edge se passa em um universo cyberpunk onde um grupo de pessoas, utilizando-se de melhorias cibernéticas proibidas, cria um “clube da luta” chamado Bleeding Edge e uma comunidade underground dedicada inteiramente ao novo esporte clandestino. Por que essas pessoas se enfrentam? Simplesmente porque sentem prazer nisso.

Mesmo com a plot simples e um backstory mínimo, o mundo de Bleeding Edge é interessante por não exigir demais dele mesmo. Essas pessoas estão se divertindo da mesma maneira que nós estamos, tudo é um jogo tanto para nós quanto para eles.

Porém, toda essa personalidade fica apenas na cutscene inicial, pois ela não é muito bem refletida nos cinco mapas do game. Mesmo que cada um tente representar um espaço diferente como uma estação de metrô, ou uma praça, nada muito interessante ou que se conecte a história acontece por ali. Em questão de estética, os mapas também são muito parecidos para que possam funcionar da mesma maneira nos dois modos de jogo. São pequenas gimmicks que os fazem se diferenciar um pouco, mas após algumas partidas, acabam sendo repetitivos.

Os personagens, apesar de capturarem a ideia do mundo que representam, acabam não se destacando por designs que passam constantemente a sensação de “já vi isso antes”. Games como Borderlands são visíveis inspirações na criação do elenco, além do estilo de arte cel shading.

Isso não quer dizer que não existam boas ideias, como Kulev, um cientista com suas memórias implantadas em uma serpente robótica que carrega seu antigo corpo mumificado, Maeve, uma senhorinha que se move presa a uma bola gigante, e o futuro personagem Mekko, um golfinho dentro de um aquário gigante. Mas, de modo geral, o elenco acaba sendo em sua maioria de rostos sem muita personalidade própria e mais “homenagens” a outros games e mídias.

Apresentação funcional

Visualmente Bleeding Edge não impressiona, porém, não quer dizer que seja um jogo feio. Os traços em cel shading destacam os personagens em meio aos cenários urbanos que as batalhas acontecem.

Mesmo que não impressione, os visuais acabam cumprindo a função de não desviar a atenção dos jogadores durante as partidas, já que é importante ter uma visão clara do que está acontecendo durante a ação.

A trilha sonora captura essa ambientação com influência de dubstep e outros elementos eletrônicos pesados. As vozes dos personagens transmitem bem suas personalidades e nacionalidades, sendo um dos destaques do game na parte de apresentação.

Só um gostinho

Mesmo com o gameplay divertido e fluído, existe pouco o que se fazer no momento em Bleeding Edge. O game foi lançado com apenas dois modos, que apesar de serem diferentes, não trazem variedade o suficiente quando lembramos que o jogo possui apenas cinco mapas, ficando velho bem rápido.

Diversas opções de customização estão disponíveis para dar aos jogadores mais motivos para continuar jogando. É possível adquirir durante a jogatina pontos que podem ser trocados na loja por emotes, skins entre outros itens cosméticos, que até o momento são bem escassos.

Mods também podem ser adquiridos e esses são mais interessantes para o gameplay, já que alteram diretamente a forma que os personagens se comportam. Esses mods podem alterar a forma que habilidades funcionam, duram ou até status gerais dos lutadores como vida e velocidade. Eles podem ser comprados na loja com pontos, ou adquiridos quando o personagem sobe de nível.

Durante a jogatina, não tivemos nenhum problema relacionado a conexão, ou matchmaking. Encontrar partidas foi sempre rápido e fácil. Mesmo em partidas onde participavam jogadores com conexões menos estáveis ou de outras regiões, era possível aproveitar o game com apenas algumas eventuais “engasgadas”.

Futuro promissor!

Bleeding Edge é uma das grandes surpresas desse começo de ano e chegou num bom momento, frente a situação atual. Um game fácil e divertido de se jogar com amigos online. Apesar do lançamento com pouco conteúdo, o futuro desse brawler competitivo pode ser promissor com o conteúdo gratuito que o espera.

Bleeding Edge já está disponível para Xbox One, Steam e Windows 10 e é gratuito aos assinantes do Xbox Game Pass.

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