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Caprichado e nostálgico, Resident Evil 2 é um exemplo de remake a se seguir

Depois de muitas suplicações e décadas de espera, finalmente os jogadores poderão apreciar a reimaginação do verdadeiro survivor-horror: Resident Evil 2 . Lançado em 1998, o jogo seguiu a linha de seu antecessor, levando os amantes de games de terror delirarem com a qualidade esperada devido ao sucesso do primeiro game. Quase duas décadas depois, a expectativa seguiu a mesma linha com o lançamento do remake do game em 25 de Janeiro de 2019. Aparentemente em algum momento neste espaço de tempo, a Capcom deixou de entender o que fazia um Resident Evil ser excelente, principalmente depois do quarto game da franquia. O caminho foi tortuoso e cheio de sucessivos lançamentos sem a mesma essência, até a estreia do excelente Resident Evil 7. Depois de uma certa reflexão, a desenvolvedora aparentemente entendeu o que realmente o público quer. Resident Evil 2 (2019) é um exemplo à ser seguido de como se deve repaginar um clássico.

Claire e Sherry remodeladas em RE2

A interminável noite de Raccoon City

O remake de Resident Evil 2 começa exatamente como seu original. O policial novato Leon S. Kennedy e a estudante universitária Claire Redfield vão à Raccoon City em busca de respostas. Os dois, unidos por um encontro casual, se veem de repente em um pesadelo com mortos vivos implacáveis em um posto de gasolina próximo à cidade. Separados por um acidente, ambos agora precisam sobreviver à todos os tipos de desafios para escaparem com vida de Raccoon. Só não esperavam descobrir que agora fazem parte de algo muito maior.

Procurando refúgio e suprimentos, Claire e Leon seguem para a delegacia de Raccoon City – principal cenário do game – mas descobrem que a força policial da cidade está acabada, além de que a RPD (Raccoon City Police Departament) está comprometida.

Placa icônica de Raccoon no começo do game

Ambientação arrepiante

É emocionante ver cenários icônicos como o saguão da Delegacia de Raccoon City repaginada. Muitos locais farão jogadores do game original suspirarem de emoção. Mas não se engane, nem tudo é como em 1998…

Toda a delegacia, local onde se passa a maior parte do game, está bem modificada com alguns locais novos e alguns clássicos recolocados. Corredores estreitos e escuros encharcados de sangues com corpos mutilados deixam a ambientação impecável para um game de terror. A nova engine gráfica da Capcom deixou o game absurdamente lindo, com cenários nostálgicos remodelados para a atual geração.

Jogabilidade nova e caminhos distintos

No game original de 1998, a jogabilidade seguia o mesmo estilo do primeiro Resident Evil com câmeras fixas em cada cenário causando alguns sustos em mudanças involuntárias que muitas das vezes poderia causar frustração.

Uma das novidades do Remake é sua câmera em terceira pessoa.

Já no Remake, a Capcom implementou a mecânica atualmente utilizada nos games em terceira pessoa, fixa atrás dos protagonistas e favorecendo jogadores iniciantes que estão acostumados com o módulo atual da saga. Alguns fãs mais nostálgicos reclamaram da nova jogabilidade, alegando que a original deveria ser implementada no reboot. O importante é que o novo método encaixou com o game com uma jogabilidade fluida com movimentações plásticas tanto dos personagens quanto das criaturas. Os zumbis reagem realisticamente aos impactos das armas, com a física reagindo bem as interações.

A campanha segue o mesmo estilo do original, com os jogadores tendo a opção de jogar o cenário da Claire e do Leon. O método de cenário utilizado em 1998 segue a mesma receita de bolo, com cada personagem seguindo em alguns momentos o mesmo caminho com algumas salas acessíveis apenas para um determinado protagonista, mas sempre com um desfecho diferente com um script para cada. A ida e vinda nos ambientes segue mantida, fazendo com que o jogador mantenha um certa organização de inventário para carregar itens de sobrevivência (que são bem limitados) e itens chave para seguir na campanha.

A dificuldade mantém a linha de “Fácil, Normal e Hard”. O modo normal já apresenta certa complexidade, com zumbis e criaturas resistentes que exigirão do jogador um pouco de sabedoria na administração de recursos. Diferente de alguns jogos da franquia, os mortos-vivos não morrem com um tiro na cabeça. No modo padrão, as vezes o jogador deverá “desembolsar” até 6 tiros para matar a criatura: mesmo aparentemente morta é necessário estar atento para evitar alguns sustos desconfortáveis. No modo hard a resistência dos inimigos é triplicada, fazendo com que o jogador evite alguns confrontos desnecessários para não perder totalmente suas munições. Esse modo também trás o clássico Ink Ribbon, onde o jogador deverá encontrar “cartuchos de tintas” para realizar os “saves” nas icônicas máquinas de escrever. Também como no jogo original, há ainda a opção de rejogar o game com Cenários B, onde itens e inimigos são relocados. Esta é uma forma de prolongar a vida do jogo, já que a campanha principal não é muito longa.

Resident Evil 2 traz de volta as armas clássicas do game original, como o lança-granadas de Claire e a escopeta de Leon. Cada uma dessas armas devem ser adquiridas durante o game, explorando as salas da delegacia naquele vai e vem de itens para desbloqueá-las. Combinações de ervas e pólvoras também retornam, e do mesmo jeito escasso do game original, então a organização de recursos é importante.

Mr. X, Lickers, Birkin…

As criaturas sempre foram um marco na saga de Resident Evil, residindo eternamente na memória dos fãs. Em RE2 os grandes vilões estão implacáveis! Os Lickers estão mais lindos do que nunca e no mesmo estilo de sempre: ágeis e mortais, mas cegos. Um dos jeitos de se evitar o confronto com essas criaturas é não fazer muito barulho pois os inimigos escutam muito bem – 7.1 surround, como dizem carinhosamente os jogadores na internet.

O famoso Dr. William Burkin está de volta no remake, e seus confrontos são em boss fight’s intensos. Com sua mutação de olho gigante em seu braço esquerdo, sua velocidade é mediana, mas sua força bruta e aspecto repugnante são de dar arrepios.

Mr. X, o Tyrant perseguidor de RE2 está mais implacável do que nunca!

Em uma certa altura da campanha, os jogadores serão agraciados pela presença de Mr. X, o “Tyrant” perseguidor – com calçado tamanho 80 – que é outro a causar gelo na espinha. Ele é imbatível, então é impossível derrota-lo. O único jeito é ouvir seu andar e tentar evitá-lo. Sem dúvidas, Mr. X é um dos pontos altos do game, sendo bem difícil despistá-lo.

E não poderiam faltar os icônicos Zumbis que se alastram por todos os locais do game. Como citado acima, são inimigos bem resistentes, e o nível de detalhamento é o ponto mais alto do jogo. Sejam suas vestimentas, seus cabelos – ou falta deles -, suas movimentações, desmembramentos e reações. Os detalhes dos mortos-vivos é de cair o queixo! Atirar em um Zumbi com o lança granada de ácido e ver sua pele e roupas derretendo é simplesmente espetacular! A nova engine gráfica da Capcom, utilizada também em RE7, caiu como uma luva em Resident Evil 2. Os modelos dos personagens estão dignos da atual geração!

Nível de detalhamento dos zumbis impressiona

Resident Evil 3 e o futuro

Definitivamente o remake de Resident Evil 2 já é um verdadeiro sucesso. O game já alcançou mais de 4 milhões de cópias vendidas com poucas semanas de seu lançamento. Isso claramente abre portas para que a Capcom se mantenha inicialmente no lançamento de remakes de seus jogos, até para dar um pouco de tempo para um possível Resident Evil 8. O caminho que deve seguir provavelmente será um Resident Evil 3 Remake, pois esse é claramente o desejo dos jogadores. Já pensou como seria Nêmesis em alta definição?! Haja coração!

Qualidade gráfica dos modelos do game é excelente

A qualidade de RE2 trouxe a tona o que realmente os fãs da franquia querem da produtora. Serve também para mandar o recado para outras de desenvolvedoras: uma repaginação bem feita, traz sim o sucesso e uma revitalização para as franquias. E não são poucos os games do mesmo estilo de despertar o sentimento dos fãs. Resident Evil 2 é uma obra de arte que foi polida para que novos jogadores pudessem apreciá-la e veteranos se arrepiar com nostalgias em cima de nostalgias. Como não é segredo, a campanha com aproximadamente 10 horas de gameplay deixa um gosto de quero mais para os jogadores. Resta nos ver como será o suporte da Capcom para o jogo, com mais conteúdos, como a DLC já anunciada The Ghost Survivors.

Resident Evil 2 está disponível para Xbox One, Playstation 4 e PC.

A GamePress realizou esta análise graças a cópia cedida pela Capcom Brasil, a qual agradecemos mais uma vez pela confiança e parceria.

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