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Code Vein: estilo Anime acrescenta drama em “Souls-Like”

Antes de iniciarmos esta análise de Code Vein é importante ressaltar que foi feita no Level 100, com mais de 25 horas jogadas, e ainda parece distante do final. Após finalizá-lo, poderão ser realizadas alterações. Outro ponto primordial é que o jogo bebe da água de Dark Souls integralmente em relação ao gameplay, portanto se você conhece a franquia da From Software, estará mais do que em casa!

No Início

Fontes Termais: Entre para resumo da história ou resgatar metade das brumas perdidas

O jogo começa com você tentando se lembrar de seu nome e sua aparência. Ótima desculpa para a criação de personagem. Aqui já é possível ver uma das melhores coisas do jogo. O sistema de personalização permite criar quase tudo que vier em sua cabeça e não será difícil gastar horas neste processo, já que até a cor e textura do chifre que fica atrás da orelha esquerda do personagem é possível escolher. Por outro lado, os rostos e roupas seguem padrões não tão formidáveis na hora de personalizar, com modelos pré-selecionados.

No caso você é uma Aparição, um ser que a cada morte perde um pouco de sua memória. Não demora a descobrir que tem o dom especial de andar pelo Miasma, que impede outras Aparições de explorar o mundo. Todas as Aparições possuem uma necessidade de consumir sangue, porém com a escassez de seres humanos, o item virou uma raridade. Porém algumas árvores têm como fruto Cristais de Sangue, que suprem esta necessidade. E adivinha quem consegue fazer os cristais floresceres?

Meu herói, após horas de construção

Outro talento que só seu personagem possui é o de trocar seu código de sangue, que funciona como as classes do personagem. O legal aqui é que é possível alternar entre classes a qualquer momento. Muitas vezes me vi buscando um estilo mais rápido e com mais esquiva para enfrentar um boss, enquanto no decorrer do jogo seguia mais rígido e pesado, com armas poderosas.

Até os Dentes

O personagem tem somente duas opções de armas e um véu, que seria equivalente à armadura. Confesso que pouquíssimas vezes até agora tive necessidade de trocar de armas durante um cenário, utilizando o direcional para cima. Já os véus são essenciais, cada quais com suas devidas características.

Códigos de Sangue servem como Classe do herói

O principal aqui é observar a mobilidade, já que a combinação de Código de Sangue, Véu e Armas nem sempre é possível. Por outro lado, como o inventário não pesa, é possível carregar tudo que você achar e substituir como e quando tiver vontade.

Além das armas, o jogador conta com as dádivas, que podem ser passivas, ou seja, estarem sempre em funcionamento, ou ativas, que seriam como um poder extra a ser aplicado sobre o personagem, como aumento de defesa ou ataque, ou até golpes especiais para acertar o inimigo.

Armas pesadas, leves e até baionetas para ataques à distância

Para ativar as dádivas é necessário ter Sangue Negro, que seria algo como o MP dos RPGs. Mais uma vez, os Códigos de Sangue fazem diferença, já que podem variar na aptidão, possibilitando carregar mais ou menos Sangue Negro. O diferencial aqui é que você pode absorver Sangue Negro ao matar inimigos – cada arma tem uma taxa de absorção – ou mesmo ampliar sua capacidade com o golpe especial específico para isso ou atacando seus inimigos pelas costas.

Rola e Ataca

Sim, o ataque pelas costas é um dos melhores do jogo. Assim como na série Souls. Aqui, além de derrubar e tirar grande parte da energia do inimigo, ainda absorve e amplia a capacidade de Sangue Negro. Claramente no começo do jogo uma das estratégias fundamentais é tentar rolar para trás de seu inimigo ou aproximar-se cautelosamente para já ganhar certa vantagem.

Code Vein
Lindos takes contra os chefões

O principal diferencial de Code Vein é que você sempre está acompanhado de um dos amigos, inclusive na base é possível convidá-los a ir com você. Cada qual possui características únicas e até é possível adquirir suas armas por um sistema de troca de itens. Outra coisa muito legal de andar com um amigo é que existem dádivas que operam em conjunto.

Ótimo toque de anime

Enquanto a série Souls trabalha com obscuridade na narrativa, Code Vein aproveita o estilo japonês de animação para carregar na dramaticidade das ações. As cutscenes contam com apresentações cheias de estilo e não faltam olhos brilhando para quem curte o estilo. Também estão presentes outras características dos Animes, como os personagens jovens e a sensualização demasiada de personagens femininas.

Code Vein
Galerinha do barulho apronta várias aventuras

O ponto negativo, talvez o único do jogo, é a restauração de memórias. Embora essencial para entender as motivações de cada um dos personagens, existe uma quantidade enorme de Vestígios para serem desbloqueados. As memórias obrigatórias durante o gameplay já seriam suficientes, mas fazer várias sequências para conhecer tudo o que há sobre os variados personagens é cansativo. Em cada uma delas, o protagonista anda lentamente em um cenário descolorido e visualiza os fatos do passado dos amigos em imagens congeladas. O bom é que cada uma dela desbloqueia uma nova dádiva.

Code Vein
Memórias: um teatro estático e sem vida

Que Mapa?

Logo no começo do jogo, quando você começa a explorar a cidade, parece que o mundo de Code Vein será algo aberto a ser explorado. Mas passados os primeiros níveis, ele acaba por se tornar mais linear. O jogador sempre começa em um Visco, que faz o papel de save-point, fast travel e ainda possibilita aprender e melhorar as dádivas, receber presentes e outras funcionalidades menos necessárias. Há também o Visco Podre, que serve apenas para revelar o mapa do local após restaurado.

Navegar pelo Mini Mapa é a maior dificuldade do jogo

E aqui está a maior dificuldade que Code Vein te causa. O mini-mapa é horroroso. Antes de liberar detalhes com os Viscos, mostra apenas os caminhos percorridos com linhas pontilhadas. Mas até aí tudo bem. Ruim mesmo é apertar pause para ampliar – embora o jogo não tenha pause. É difícil de se localizar e principalmente de traçar o caminho que deseja seguir, até porque diversos dos cenários possuem idas e voltas que se cruzam, principalmente na Catedral.

Por falar nela, a Catedral é o grande cenário de destaque, pelo menos até agora, que faz lembrar aqueles momentos grandiosos de Souls. Porém o estilo gráfico impede que os cenários sejam tão imponentes e acabam ficando limitados a um plano de fundo.

Code Vein
Belíssima Catedral

Seguindo pela fase cheia de criaturas, embora nunca em um número absurdo ao mesmo tempo, o jogo mantém o padrão de vá devagar para ir longe. Isso é importante para recuperar suas brumas em caso de morte, já que elas só ficam esperando no local do ocorrido caso o jogador não seja derrotado novamente

Souls Amigo

Cada fase do jogo conta com Viscos estrategicamente colocados nas partes mais exigentes e antes do chefão que fica ao final de cada uma. Não sei se por experiência em jogos similares como a própria franquia Souls, BloodBorne e Nioh, mas em nenhum momento até agora acabei surpreendido por golpes fatais e caminhos impossíveis. Dominar as dádivas é essencial para ter a vida facilitada, seja com ataques à distância ou golpes especiais que tiram muita vida dos inimigos. Há também o bom e velho esquema “Mega Man” em que uma certa característica aplicada à arma causa mais dano em certo tipo de inimigo.

Code Vein
Cristais de Sangue em abundância

O jogo é completamente imersivo, daqueles que você vai só jogar mais um pouquinho e acaba atravessando horas e horas sem perceber. E o melhor é que há muita coisa para ser feita. Caso não esteja afim de seguir o caminho principal, o jogo oferece sidequests e a possibilidade de conhecer a fundo a historia de cada um dos personagens. Isso pode ainda garantir armas e equipamentos exclusivos!

Code Vein é um jogo “Souls-Like” sem dúvida, mas muito mais amigável do que a franquia da From Software. (Será que a polêmica em torno de Sekiro ser difícil demais influenciou isto?). Os gráficos em estilo animado têm prós e contras, uma vez acrescendo dramaticidade na narrativa no melhor estilo Anime, embora perdendo na grandiosidade dos cenários. Mesmo assim, são irretocáveis em seu estilo, principalmente no que tange à iluminação das cenas, todas muito belas e com traços marcantes. A Bandai Namco acertou em cheio ao postergar esta aventura até estar completamente polida e adequada.

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