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Company of Heroes 3 mistura estratégia em turnos e tempo real

Jogos de estratégia sempre aquecem o coração dos jogadores de PC, principalmente quando dão sequência a uma série já famosa, como as que dominaram o cenário dos games nos anos 90 e 2000. E Company of Heroes 3 (CoH3) consegue agradar justamente neste ponto, ao não se prender somente ao que fez sucesso no passado e entregar uma premissa interessante misturando aspectos estratégicos em turnos com ação em tempo real, sem deixar de lado a pausa tática para jogadores que preferem traçar tudo meticulosamente.

Company of Heroes 3

A SEGA e a Relic Games entregaram um bom jogo mas ao mesmo tempo limitaram suas possibilidades ao escolher cenários menos populares da Segunda Guerra Mundial como plano de fundo. São duas campanhas para um jogador, uma contando a retomada da Itália pelos aliados e outra mais simples e direta com os alemães em atividade no norte da África. Há também o modo escaramuça, com ação direta em mapas randômicos e a opção de jogar multiplayer até 4×4, em modo similar.

De longe e de perto

A campanha principal do jogo, a italiana, possui um aspecto extremamente interessante que é planejar os deslocamentos das unidades e também traçar as estratégias que o jogador considerar mais apropriadas para retomar a velha bota. O mapa é afastado com o jogador controlando unidades, e não soldados. E nisso pode decidir se, por exemplo, opta por liberar uma cidade portuária, trazendo opções náuticas para o confronto ou vai logo atrás das unidades inimigas para o confronto direto. Há também o controle de movimentação, em que o jogador pode optar por movimentar-se mais rapidamente pelas estradas ou discretamente por terrenos diferentes, como florestas.

Company of Heroes 3

Os desenvolvedores ainda colocaram algumas questões táticas envolvidas nesse grande mapa estratégico, como o fornecimento de mantimentos para os exércitos, que não podem sair feito loucos atrás dos inimigos senão não chegarão para a batalha em totais condições de combate. O jogo pode ser simplificado nesse modo com as lutas automáticas, que decretam o vencedor baseado em inúmeros fatores.

O grande porém é que toda essa parte estratégica não parece fazer muita diferença quando passamos para o mapa no estilo RTS, mesmo com as diferenças entre as companhias que selecionamos durante o jogo, como a Aeronáutica, Forças Especiais ou Artilharia. Parece que todas são suficientemente boas para todas as missões.

Contra-Ataque

O modo mais próximo, focado em RTS é disparadamente mais bonito e bem trabalhado que o mapa de longe, já que é o foco do jogo. As missões, porém, deixam a desejar no que tange à variedade, já que fase após fase em uma campanha que leva um pouco mais de 20 horas para finalizar, sem contar as 8 da campanha africana, seguem sem grandes reviravoltas, sempre escalonando a conquista de bases inimigas ou aniquilação dos mesmos.

Um dos pontos mais fracos do jogo diz respeito ao contra-ataque adversário. Talvez para manter o aspecto histórico inalterado ou mesmo em uma falha de desenvolvimento, parece que os inimigos nem fazem questão de brigar por aquele espaço. Em níveis em que há uma base construída, por exemplo, nunca é palpável a ameaça de sofrer ataques que impeçam o jogador de obter reforços continuamente para suas tropas.

Por outro lado, o advento de armas de destruição em massa, assim como o apoio de artilharias, criam cenas memoráveis para quem gosta de explosões e ver, literalmente, o circo pegar fogo. Inclusive unidades podem se apoderar de armamentos distintos para causar mais destruição.

Vale a Pena?

Com certeza CoH3 é uma boa experiência para quem curte comandar tropas e conquistar objetivos, mas o fato de não se passar em campanhas mais populares pode frustrar principalmente quem mergulha de cabeça no universo das grandes guerras.

As quase 40 horas de campanha, somadas as duas, que parecem pouco para um jogo com essa ambição, até porquê as duas jornadas não se encaixam. Poderiam ser, sem pesar nenhum, um conteúdo adicional lançado posteriormente.

A parte da movimentação na ambientação RTS é muito bem detalhada e é sempre divertido ter que comandar em diversas frentes de batalha, mesmo que deseje assistir as explosões magníficas que estão acontecendo em outra parte do mapa. O modo de turno também tem ideias interessantes, mas traz muito menos emoção ao jogador, já que tudo parece passar longe de ser decisivo na campanha.

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