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CrossCode mistura ideias e estilos, em uma aventura surpreendente

Já disponível para os PCs desde o ano de 2018, CrossCode debuta nos consoles da atual geração trazendo uma nostálgica mistura de um RPG de ação com apresentação inspirada na era de ouro dos consoles de 16-bits, mas com muitos elementos modernos que entregam um gameplay agradável, repleto de puzzles e com uma história que não tem vergonha de mostrar sua inspiração no que há de mais influente na cultura dos animes japoneses.

CrossCode

Essa história eu já vi…

No universo de CrossCode os humanos foram capazes de criar um jogo de realidade virtual tão realista, que o jogador é capaz de sentir e vivenciar aventuras de maneira em que a realidade é confundida com o mundo virtual. Denominado CrossWorld, o jogo desliga os jogadores por completo da realidade humana e transporta sua consciência para um mundo de aventuras virtuais, a fim de proporcionar excitantes experiências que não seriam possíveis no mundo real e livrá-los de suas enfadonhas vidas cotidianas.

CrossCode

A história vivida no game conta os passos de Lea, um avatar danificado do jogo CrossWorld que aparentemente mantem a mesma premissa dos avatares do jogo, de também ser controlado por um humano do mundo de CrossCode.

Devidos aos misteriosos danos sofridos, Lea também esqueceu toda a sua história, suas habilidades de batalha, assim como sua capacidade de se comunicar por meio da fala, mas o mais importante, e ponto chave na história, é que a sua capacidade de deslogar do jogo virtual também foi inutilizada. Portanto, desconhecendo tudo e todos, cabe ao jogador desbravar o mundo de CrossWorld, resolver muitos puzzles e enfrentar hordas de inimigos em busca de uma solução para o mistério de Lea.

Bem no controle

Com uma jogabilidade que simula de maneira bem competente um jogo de MMORPG, CrossCode entrega uma ação com movimentos rápidos e precisos durante todo o gameplay, seja em momentos de combate ou de resolução de puzzles.

Seus comandos de ataque centralizados principalmente nos botões de ombro, acabam por se tornar uma ótima sacada da equipe de desenvolvimento para contribuir com o dinamismo das batalhas, visto que dessa maneira o jogador consegue executar os quatro movimentos exigidos pelo game de maneira simultânea.

CrossCode

No combate básico, que é usado na maior parte do tempo, o jogador vai se mover com o analógico esquerdo, mirar com o analógico direito, atacar com R1 e se esquivar com L1, o que em um primeiro momento dá aquela impressão de confusão quando a execução desses comandos é exigida simultaneamente. Contudo, a simplicidade do gameplay em conjunto com a boa disposição dos comandos no controle e a fluidez da jogabilidade se traduzem em uma linha de aprendizagem na medida para quem decide aceitar o desafio do game.

Os ataques de Lea podem ser executados no corpo a corpo, usando sua espada próximo ao adversário, ou atirando raios lasers em um combate a uma distância mais segura, o que agrega um agradável fator estratégico nas batalhas contra chefes ou mesmo as hordas de inimigos durante as fases.

RPG e mais

As características de RPG raiz da era 16-bits em CrossCode vão além da inspiração gráfica comum à época e também se apresentam por seu sistema de aumento de level conforme se ganha experiência em combate.

CrossCode

Ao subir de nível, além do jogador melhorar seus atributos de uma maneira pré-definida pela programação do game, o player acumula pontos de circuito que podem ser usados para desbloquear habilidades no circuito de Lea. Com isso, a experiência de evolução do avatar torna-se bastante pessoal e de acordo com o estilo de cada jogador, seja ele mais agressivo ao investir no poder de ataque melee, ou mais conservador melhorando ataques de longas distâncias.

Conforme os pontos da história de Lea são ligados, outros avatares também podem se juntam para dar uma força, porém o jogador não tem qualquer controle sobre os seus golpes, restringindo sua influência somente ao comportamento de cada um, seja ele agressivo ou mais focado na defesa.

Com estilo

Com uma fantástica apresentação baseada no que há de melhor do visual dos jogos 16-bits, CrossCode surpreende ao entregar ambientes onde os detalhes saltam aos olhos e as cores vibrantes dão vida ao mundo virtual futurista de CrossWorld.

As cidades são imensamente grandes, bem construídas usando a arquitetura característica da época e repletas de NPCs dispostos a recrutar Lea para uma pequena missão ou simplesmente contar uma história interessante sobre o mundo de CrossWorld.

Suas dungeons são igualmente bem elaboradas e distintas entre si, levando Lea de um passeio em alguma planície tropical, repleta de rios e vegetações características de climas quentes, até o cume de uma montanha repleta de neve, quase sem vida vegetal.

O mesmo cuidado também pode ser percebido em todo o trabalho sonoro disponível em Crosscode. Igualmente inspirado nas grandes obras dos anos noventa, o jogo entrega melodias bem agradáveis e condizentes com a ação do momento, permitindo uma completa imersão do jogador no mundo de Crossworld.

Um pé no passado, outro no futuro

CrossCode é um jogo que utiliza diversas ideias que deram certo em jogos de sucesso durante a história dos videogames na era 16-bits. Porém, ele também é ousado o bastante para não ficar preso somente aos conceitos da época e entrega uma aventura mais amigável, que certamente vai deixar os gamers atuais mais confortáveis para desfruta-lo.

Seu foco em contar uma jornada futurista, com um sistema de batalhas que busca evidenciar o dinamismo e em conjunto com diversos elementos de RPG, resulta em um game que aborda dilemas da nossa vida moderna com uma história marcante e divertida.

Sua temática saudosista aliada à alguns conceitos mais modernos de gameplay também se mostram um grande acerto da desenvolvedora. CrossCode traz uma boa dose de nostalgia sem aquela jogabilidade travada, característica dos games da época.

Disponível para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch, CrossCode possui uma edição em mídia física para colecionadores disponível em https://crosscode.inin.games/.

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