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Curse of the Sea Rats tem excelentes gráficos em metroidvania pirata

A fim de lançar um novo tempero no gênero Metroidvania, aquele onde o jogador deve explorar cenários em duas dimensões com o objetivo de derrotar inimigos que garantam uma nova habilidade que propicie alcançar novas áreas, a Petoons Studios presenteia os fãs do gênero com Curse of the Sea Rats. Nesse game, a ideia é mesclar o estilo Metroidvania com belos gráficos cartunescos desenhados a mão, uma narrativa no melhor dos contos de fadas da Disney em um mundo de magia e elementos da franquia Souls em prol de conceber originalidade à obra.

Curse of the Sea Rats

Em um primeiro momento, podemos adiantar que essa fórmula caiu como como uma luva agregando um fator diversão inédito ao gênero e se traduzindo em um jogo para lá de viciante, mesmo com sua simplicidade evidente. Entretanto, existem pormenores em que os jogadores devem ficar atentos e que serão abordados nessa análise, pois alguns deles são graves e têm potencial para minar grande parte da diversão de quem decidir dar uma chance ao game.

Piratas do Caribe

Era para ser apenas mais uma viagem ordinária em um mundo de magia qualquer, cujo propósito era somente transportar os prisioneiros considerados como os piores malfeitores piratas da época do Caribe até a Inglaterra. Entretanto, como não poderia ser diferente, eis que uma bruxa pirata em forma de gato lança um feitiço sobre o navio que transforma todos os humanos ali presentes em ratos. Como tudo que é ruim pode ficar ainda pior, a bruxa – conhecida como Flora Burn – também se aproveita da situação para raptar o filho do capitão do navio, tudo isso enquanto tripulação de vis transgressores escapa à solta numa ilha desconhecida.

Curse of the Sea Rats

Dentre os prisioneiros, apenas quatro delinquentes resolvem não escapar ao passo que fazem um trato com o Capitão de resgatar seu filho e quebrar a maldição, na expectativa de conseguir o perdão real. A partir daí o resto é história com Curse of the Sea Rats e a sua narrativa de fantasia com ilustrações de tirar o fôlego e um potencial incrível de manter o jogador vidrado até o fim do jogo, se ele conseguir.

Jogabilidade

Como já descrito anteriormente, Curse of the Sea Rats é um game de scroll lateral em 2D no estilo de aventura e exploração. Para avançar, o jogador deve alcançar e explorar as áreas possíveis para enfrentar chefes e ganhar habilidades que o permitirão avançar ainda mais, até o fim do jogo.

O game dispõe de quatro personagens controláveis que se diferenciam pelas suas estatísticas de força, velocidade, mágica, nível de saúde e defesa. Além disso, cada um possui sua própria árvore de habilidades onde se deve desenvolver movimentos, magias e skills próprias a fim de proporcionar uma diversificação deveras interessante ao longo do game. O jogo pode ser aproveitado por até dois jogadores por meio de um multiplayer local e o gamer não precisa se importar muito com a sua seleção de personagem no início do game, visto que é possível fazer a troca entre eles durante o encontro com uma criatura mística que aparece em locais específicos do game.

Conforme o jogador avança no jogo e derrota inimigos, pontos de experiência para subir de nível, dinheiro para comprar poções ou itens diversos e almas são adquiridas. Este último, deve ser acumulado até o contato com a criatura mística que disponibiliza a sua troca pelas habilidades dispostas na árvore de cada um dos personagens. Caso o jogador seja derrotado nesse interim, as almas são perdidas, ficando a cargo do jogador retornar ao local para reivindicá-las no melhor do estilo Souls.

Quanto ao combate, os comandos são os mais simples possíveis, contendo apenas um botão de pulo, ataque melee, ataque mágico e um botão de parry.

Problemas na pirataria

A maior adversidade apresentada em Curse of the Sea Rats surpreendentemente não são uma alta quantidade de contratempos decorrentes de erros de programação que o jogador deve encarar ao longo da sua aventura, mas a gravidade desses erros. A começar podemos citar que existe um desiquilíbrio abissal entre os personagens jogáveis, ao ponto de um deles possuir uma habilidade tão quebrada que mina qualquer desafio proposto pelo game, pois ele se torna praticamente invencível e capaz de dilacerar qualquer boss do game – até o último – com a energia cheia no final da batalha.

Outro problema são os bugs graves que literalmente destroem uma jogada completa, colocando o jogador em uma situação em que não é mais possível prosseguir no game, ainda que isso não implique em um travamento que poderia ser resolvido recomeçando desde o último ponto de salvamento. Esse bug em específico, permite que itens essenciais do jogo, como uma chave única por exemplo, simplesmente sumam do inventário de forma a deixar o jogador sem ter o que fazer para avançar no game.

Por fim, os controles que, mesmo com a proposta de serem simples e objetivos, sofrem bastante na hora de registrar os inputs do jogador. Nesse ponto fica claro que existe algum erro na programação dos registros de movimentos do controle, ao ponto de existir uma incapacidade do jogo em aceitar comandos executados rapidamente. Como exemplo podemos citar que, se o jogador estiver andando para a direita e apertar muito rapidamente para trás e novamente para frente, o seu personagem vai continuar andando para trás mesmo com o jogador segurando o direcional para frente. Um problema bizarro!

Vale a pena?

Curse of the Sea Rats é um game que certamente chama a atenção dos olhos de boa parte dos fãs de jogos de aventura – principalmente fãs do estilo Metroidvania – por seus belos gráficos desenhados à mão, sua narrativa típica de conto de fadas e uma trilha sonora competente o bastante para completar com chave de ouro o pacote audiovisual entregue pelo game. Entretanto, decisões de balanceamentos duvidosas, problemas sérios com os seus controles e outros pormenores capazes de fazer com que o jogador perca toda a sua progressão no game são erros crassos que podem afastar grande parte de uma comunidade com potencial para se divertir no game.

Em um mundo hipotético onde essas escorregadas são colocadas à parte, Curse of the Sea Rats seria um jogo espetacular e obrigatório, pois possui grandes ideias que funcionam e trazem uma nova luz ao gênero de forma a divertir ao máximo o jogador. Entretanto, a realidade é que esses problemas causam um dano muito alto à imagem do game, principalmente em um estilo com tantas boas opções no mercado, o que faz de Curse of the Sea Rats uma opção quebrada ao gênero no momento, embora esses erros possam ser corrigidos em atualizações futuras.

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