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Dead Island 2: Valeu a pena a espera?

Desde que foi anunciado em meados de 2014, Dead Island 2 chamou a atenção de sua base de fãs estabelecida com o sucesso do seu primeiro título pela promessa de entregar uma experiencia evoluída da fórmula que caiu como uma luva no primeiro game da série lançado em 2011. Entretanto, enquanto os anos se passavam e as notícias ruins sobre o desenvolvimento do game eram popularizadas na mídia dos videogames e os fãs pareciam perder a esperança de que o jogo veria a luz do dia em algum momento.

Dead Island 2

Eis então que podemos dizer com muito orgulho que Dead Island 2 é uma realidade e que o game já está entre nós. Portanto, nesta breve análise, vamos destrinchar a prometida evolução do título proposta em Dead Island 2 de forma a avalizar se valeu a espera dos fãs por um novo título da franquia que definiu a mistura perfeita da ação escrachada de empilhar cadáveres de zumbis com um tom ácido de comédia.

Hell A, a nova L.A.

Embora a narrativa não seja o forte da franquia Dead Island, essa sequência parece se esforçar mais para entregar ao jogador uma experiência completa tanto em jogabilidade quanto na sua narrativa, e isso muda um pouco como Dead Island 2 conta a sua história, dessa vez com mais algumas camadas de profundidade, mas ainda em segundo plano em detrimento da ação desenfreada. Sendo assim, o jogador deve interagir mais com os NPCs do game, sendo estes, versões caricatas dos figurões de Los Angeles, agora chamada de Hell A, em missões principais e secundárias que, além de serem divertidas para jogar, também oferecem um alto nível de comédia e torna o clima mais leve entre uma obliteração e outra.

A narrativa principal dá o seu pontapé na ação quando um grupo de sobreviventes ao apocalipse zumbi embarca em um avião a fim de alcançar uma nova zona de quarentena que os mantenha seguro. Como esperado, a viagem do grupo é acompanhada de alguns percalços que culminam na queda do avião e marcando o ponto de início da gameplay com seis dos sobreviventes da catástrofe aérea à disposição de escolha do jogador.

Escolhido um dentre os seis prováveis heróis, cada um deles com temáticas visuais, atributos de força e destreza e até poderes especiais únicos, o jogador deve partir numa missão onde sobreviver acaba sendo tão importante quanto encontrar uma possível cura para o mal que assola a humanidade.

Cartas na Mesa

Sem a ousadia de tentar reinventar a roda, Dead Island 2 entrega ao jogador uma aventura que se aproveita bastante da estrutura criada na versão original do game. Assim como no primeiro título, o ponto forte do combate é o seu arsenal de equipamentos com o foco principalmente em armas brancas. Desta forma, os jogadores experimentados na franquia devem ter uma experiência turbinada ao longo de todo o game, visto que essa sequência entrega ainda mais possibilidades de equipamentos que podem ser craftados, com possibilidade até de combinar ataques elementais nas armas cujo único propósito é tornar ainda mais divertido o ato desmembrar mortos-vivos.

Dead Island 2

Assim como a diversidade de armamentos de combate aumentou consideravelmente, também é de se exaltar o mesmo trabalho na criação das criaturas inimigas do game. Nesse quesito o game ganha muito em variedade, pois a habilidade de cada um dos personagens à disposição do jogador é testada até o limite com os diversos tipos de inimigos, que podem – ou não – atacar em bandos a fim de potencializar o seu poder destrutivo. Entretanto, se a diversidade adversária favorece o surgimento de criaturas terrivelmente poderosas, cada um dos 6 heróis do game agora contam com um sistema de habilidades baseado em cartas. Desta forma, conforme o jogador evolui, novas cartas são disponibilizadas para que cada herói seja personalizado conforme o estilo de gameplay do jogador, tornando a experiência ainda mais divertida e de acordo com o estilo de jogo que lhe agrada.

Fechando o pacote de diversão em prol da dilaceração, Dead Island 2 também consegue entregar uma Hell A bastante abrangente, sendo assim um cenário digno e com muito mais conteúdo do que o apresentado na primeira aventura. Aqui, tanto a história principal quanto as missões secundárias favorecem positivamente na hora de entregar uma boa dose de compromissos para que o jogador passe mais tempo se divertindo e esmurrando hordas de zumbis. Contudo, apesar de dar a entender que a aventura dos seis heróis do game será em um mundo totalmente aberto, a verdade é que os objetivos obedecem a uma narrativa muito linear, forçando o jogador um rumo um tanto frustrante e eliminando quase que por completo a sensação de liberdade.

Vale a pena?

Se existe algo bom para a comunidade fã do primeiro game em relação a toda expectativa criada em torno dos atrasos é que houve uma maturação considerável na tecnologia dos jogos de videogames que possibilita um salto bastante factível e uma experiência bastante renovada de um jogo para o outro. Entretanto, cabe a desenvolvedora tirar o melhor desse avanço tecnológico e trazer para o game evoluções capazes de justificar todo esse atraso em atender a demanda dos fãs, o que felizmente parece ter sido o caso da Dambuster Studios nessa sequência em boa parte do game.

Os gráficos, ainda que não seja nada fora da curva para a atual geração de consoles, apresentam cenários consistentes, detalhados e muito críveis nos momentos em que deve imergir o jogador em todo o caos da catástrofe global. Os controles, por sua vez, entregam respostas rápidas e precisas, colaborando para uma jogabilidade refinada e precisa nos combates. A trilha sonora é que parece pecar um pouco, pois em momentos chave de perseguição ou em ambientes claustrofóbicos não parece existir a preocupação de imergir o jogador no clima de cada cena, deixando todo o trabalho com a ambientação espetacular do game.

Em termos de evolução geral em relação a primeira aventura, Dead Island 2 é um jogo que não deve decepcionar os seus fãs, pois ao mesmo tempo em que é capaz de manter todo o seu DNA de game de ação desenfreada com humor escrachado, ele consegue evoluir em gameplay, aspectos técnicos e na quantidade de conteúdo oferecido. Logo, o que fica de Dead Island 2 é a sensação de dever cumprido.

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