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Estudo revela que 41% dos jovens sentem que a tecnologia causa tristeza, ansiedade ou depressão

Estudo de professor da FGV revela também que a população jovem é a que menos confia no digital

A terceira e mais recente edição do Indicador de Confiança Digital (ICD), levantamento contínuo, que afere a perspectiva do brasileiro em relação a mudanças políticas, sociais, econômicas, ambientais ou tecnológicas, indica que 41% dos jovens entrevistados sentem que as redes sociais causam sintomas como tristeza, ansiedade ou depressão. O estudo aponta também que a população jovem é a que menos confia em informações digitais.

Entre os adolescentes (faixa etária entre 13 e 17 anos), o ICD é 3,00 – o mais baixo entre o público analisado – em uma escala onde o limite é 5,00. O valor cai ainda para 2,78 em entrevistados com Ensino Fundamental completo, o que coincide com o público dessa faixa etária. “Os jovens estão cada vez mais nervosos com a possibilidade de perder alguma coisa que está acontecendo no mundo ou no seu ciclo mais próximo de amizades. Todos ficam querendo consultar o celular muitas vezes por dia. Ou seja, sintomas da Síndrome FoMO, sigla para “fear of missing out“, destaca André Miceli, professor da Fundação Getúlio Vargas e principal responsável pelo estudo.

Miceli explica que os jovens foram também um dos grupos mais impactados pelos escândalos sobre vazamento e uso indevido de dados em 2018. “64% dos jovens deram uma pausa nas redes sociais, enquanto 34% as abandonaram por completo. Muitos fazem isso para preservar sua saúde mental, no entanto, boa parte que diz deixar as redes sociais acaba voltando por causa do sentimento de aumento do convívio social”, diz André Miceli.

Miceli ressalta ainda que grande parte dos jovens está menos otimista quanto à tecnologia pois possuem maior entendimento sobre o assunto e perceberam as dificuldades de se viver conectado. “Percebemos que as meninas estão cada vez mais preocupadas com a sua privacidade, principalmente com medo de expor fotos. Entre os meninos, 85% já relataram sofrer algum tipo de ameaça através de ambientes digitais, seja no WhatsApp ou nas redes sociais”, aponta o professor da FGV.

O estudo revela também que os jovens já notaram que a tecnologia exerce papel fundamental na mudança nos negócios e na possibilidade de conseguir um emprego. “A queda também [na confiança digital] segue a tendência vista no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), produzido pela FGV, que recuou para 47 pontos em 2019. Além de desconfiar mais do digital, a população demonstra menos vontade de consumir, indicando uma desaceleração da economia no atual período”, opina Miceli.

O Indicador de Confiança Digital (ICD) é um índice que busca ilustrar a perspectiva do brasileiro em relação à tecnologia ao longo do tempo em frente a diversas variáveis externas, como mudanças políticas, sociais, econômicas, ambientais ou mesmo tecnológicas. O estudo procura, ainda, padrões de comportamento entre grupos de segmento como idade, sexo, região ou renda. Trata-se de uma pesquisa contínua, cujo os resultados são publicados semestralmente, comparando a variação do indicador com desempenhos de mercado, além de mapear qualitativamente os possíveis fatores que levaram a essa variação.

Para maiores informações acerca dos estudos elaborados pelo Indicador de Confiança Digital, acesse este link.

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