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Gameplay e narrativa se complementam no excelente Control

A Remedy Entertainment já é uma velha conhecida do público quando se trata de criar mundos complexos e interessantes. Mas, mesmo com jogos como Max Payne, Alan Wake e Quantum Break em seu histórico, nenhum desses mundos é tão aterrorizantemente encantador como o de Control, novo game produzido pela Remedy e publicado pela 505 Games.

Complexo e encantador

Control conta a história de Jesse Faden, uma mulher em busca de seu irmão desaparecido, que acaba encontrando pistas de seu paradeiro em um prédio misterioso. Após alguns eventos estranhos, ela é repentinamente nomeada como a nova diretora do Departamento Federal de Controle. Como se já não fosse uma situação estranha o suficiente, Jesse descobre que o prédio foi invadido por uma força misteriosa chamada de Ruído, que pode alterar e controlar pessoas e ambientes inteiros naquele local.

Um elenco de personagens carismáticos e igualmente misteriosos te espera em Control. Cada um possuindo suas próprias histórias e mistérios, que às vezes acabam não tão bem explorados durante a história principal. Para isso, centenas de colecionáveis estão espalhados pelo mapa, trazendo diversas informações a respeito do Departamento, informações pessoais dos funcionários, ou até segredos sobre o universo do game, além de diversas missões secundárias. Essas descobertas são incentivos suficientes para continuar o jogo mesmo após o fim de sua campanha, já que essas missões continuam disponíveis.

Apesar de conterem majoritariamente informações interessantes e adições relevantes a experiência, a grande quantidade de colecionáveis pode prejudicar a experiência de alguns jogadores, por não serem obrigatórias para o entendimento geral da história. Coletar centenas de pedaços de papéis e outros itens não é uma experiência gratificante para todos. Mas, outros elementos como músicas, áudios e vídeos, ajudam a expandir o universo de Control.

Os vídeos encontrados durante o game são todas gravações live action, mostrando mais uma vez que a Remedy não tem medo de misturar o “real” e o 3D. Entre esses vídeos, é possível encontrar o que pode ser o colecionável mais genuinamente assustador do game: uma espécie de teatro de bonecos macabro, onde histórias similares aos eventos contados no jogo são representados com um mistura de terror e humor negro.

Esses pequenos toques acabam apimentando as diferentes facetas de Control, que, apesar de manter seu clima de mistério durante quase todos os momentos, flerta com outros estilos como terror e uma dose de humor.

Que a força esteja com você

Uma vez diretora do Departamento, Jesse recebe uma arma especial, que é capaz de destruir inimigos controlados pelo ruído, e também pode tomar diferentes formas como pistola, metralhadora, ou escopeta, e funciona como o equipamento padrão do jogo. Essas formas podem ser adquiridas e melhoradas utilizando materiais e peças encontradas durante a exploração.

Além da arma, Jesse pode aprender diferentes poderes psíquicos durante o jogo, tais como o poder de arremessar objetos, se mover rapidamente, controlar a mente dos inimigos, entre outros, que, além de serem utilizados durante o combate, são de extrema importância durante a exploração. A protagonista conta com uma árvore de habilidades com a qual é possível melhorar os seus status pessoais e poderes, e adquirir capacidades complementares. Além da árvore de habilidades, também é possível equipar materiais que alteram as diversas características da personagem.

O gameplay abraça essas características de forma excepcional, tanto na utilização das armas, quanto das habilidades. O combate é extremamente rápido e fluído, exigindo movimentação constante e conhecimento dos diversos tipos de inimigos que o game apresenta. Cada um deles possui certas habilidades ou comportamentos, que podem ser contra-atacados com o uso da arma ou do poder certo, desafiando o jogador a se adaptar a cada encontro. As batalhas também passam a ser bem difíceis ao decorrer do jogo, porém, de forma natural e nunca parecendo injusta.

Apesar da abundância de inimigos, Control fica devendo em sua variedade de bosses, já que além de poucos, a maioria deles é formada por inimigos comuns com mais vida. Foram poucos os bosses que mesmo inéditos trouxeram algum desafio ou fascínio, exceto um que é encontrado durante uma missão secundária próximo ao fim do game, que além de desafiador, quebrava a expectativa por ser tão diferente. Foi uma grata surpresa, que infelizmente não se repetiu muitas vezes

Na exploração, Control apresenta um mapa “semi open world”, onde determinadas locações só poderão ser exploradas após o jogador adquirir algum cartão de acesso ou habilidade específica, no melhor estilo Metroid, criando a sensação de que os constantes momentos de “ida e volta” durante a campanha não são em vão, já que novas áreas e até passagens secretas podem ser encontradas mesmo em lugares já visitados. O prédio do Departamento possui diferentes sessões, cada uma com novos personagens, inimigos e missões. Elas podem ser acessadas por um dos diversos pontos de controle que funcionam como save point e onde o jogador poderá customizar os status de Jesse.

Beleza prejudicada

Como já dito anteriormente, Control conta com uma mistura de live action e 3D utilizados de maneira assertiva e natural, sem quebrar o ritmo do jogo, como ocorre em Quantum Break. Esses elementos conjuntos fazem parte desse universo misterioso e confuso que só se fortalecem dessas ferramentas. Os personagens centrais da história são feitos a partir de captura facial, trazendo um realismo bem-vindo aos diálogos e interações.

Na parte sonora, Control dispõe de uma trilha atmosférica que favorece o clima de constante mistério, apresentando músicas e sons para cada uma das diferentes áreas, além de músicas específicas para os encontros com inimigos. O combate se aproveita dessas escolhas sonoras, já que além de criar a atmosfera de ação, também funciona como um indicador para quando os inimigos estão na tela.

Infelizmente nem todos poderão aproveitar Control em sua melhor forma nesse momento, pois tanto o modelo base do Playstation 4 (onde o jogo foi analisado) quanto o do Xbox One sofrem com problemas severos de performance, principalmente em relação a quedas de frame rate durante combate, congelamentos e algumas cutscenes (tanto live action quanto em 3D) acabam engasgando durante o game. Esses problemas prejudicam a experiência, podendo afastar jogadores que não tem acesso as versões mais atuais dos consoles ou PC. A Remedy publicou recentemente que está trabalhando em melhoras, porém, nada foi atualizado até o momento.

Uma experiência única

Control apresenta o potencial para se tornar uma das experiências obrigatórias dessa geração. Com gameplay e história bem executados e que se complementam de forma criativa, existe um pouco de tudo para aproveitar durante a aventura e criar expectativa para as futuras atualizações já anunciadas. O game já está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

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