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Igarashi entrega Bloodstained Ritual of the Night como oásis para fãs

Bloodstained Ritual of the Night é um jogo que foi lançado por campanha no Kickstarter em 2015 pelas produtoras ArtPlay, DICO e  WayForward Technologies e distribuído pela 505 games – mesma empresa de Arma, Magna Carta, Bust a Move e Armored Core. Porém,  jogos que entram no Kickstarter são sempre um jogo de dados (um de 20 lados talvez), podendo sair uma obra prima como Shovel Knight ou um belo soco no estômago como Mighty No. 9.

O que mais chamou a atenção nessa campanha foi o seu produtor: nada menos que Koji Igarashi, o responsável por nada menos que 12 Castlevanias (Aria of Sorrow, Curse of Darkness e o aclamado Symphony of the Night). Currículo não faltou para apostar em um grande sucesso.

Fãs de Symphony of the Night começaram a circular a informação que o jogo seria uma sucessão espiritual do mesmo, e pra alegria de toda a nação gamer, isso é verdade. Igarashi confirmou o boato logo no começo da campanha, para alavancar a arrecadação, dizendo que esse seria o seu melhor “Igavânia”, e em poucas semanas a meta foi atingida e extrapolada.

Mantendo o estilo

Atmosferas góticas sombrias, inimigos que saem diretamente de uma história de terror, muitos tesouros para pegar, castelos para explorar, chefes para derrotar e segredos para encontrar são elementos constantes do estilo, e não ficaram de fora em Bloodstained Ritual of the Night.

A personagem principal é Miriam, uma Shardbinder, heroina que teve cristais mágicos incorporados em seu corpo, permitindo que ele absorva e use magias demoníacas. Infelizmente, este cristal também lentamente instaura a loucura.

De qualquer forma, um grupo de alquimistas sacrifica cada Shardbinder – a raça da heróina – em um ritual “manchado de sangue” e acidentalmente abre um portal para o inferno. Somente dois Shardbinders sobrevivem: Gebel, um pseudo Drácula que parece estar comandando as forças do mal, e a própria Miriam. Agora cabe a ela passar por um castelo místico para impedir Gebel e fechar o portão para o inferno. Há TONELADAS de surpresas e reviravoltas em Ritual of Blood. Nem tudo é o que parece ser.

Sem deixar de inovar

O game conta com elementos de várias franquias Castlevania como Aria e Dawn of Sorrow. Toda vez que se derrota um inimigo, por exemplo,é possível absorver o fragmento do mesmo – assim como Soma podia absorver as almas . Cada fragmento pode oferecer uma bela variedade de poderes, como magias, invocações e escudos, que contam com um sistema de levels, para manter sempre a sensação de progresso.

Esse é apenas alguns dos vários sistemas aglomerados em Bloodstained, com os itens que você coleta, você também pode fabricar armaduras, armas e até cozinhar – mecânica que permite recuperar life, aumentar o status temporariamente ou definitivamente. O jogo realmente oferece muitas oportunidades, como plantar sementes para cultivar produtos ou utilizar lembranças perdidas para construir um cemitério. Tudo que é feito tem sua consequência, permitindo atingir objetivos secundários ou simplesmente garantindo um item que poderá ser essencial na jornada – em uma dessas jornadas, por exemplo, cozinhar para uma mulher idosa garante acesso a sua coleção de artefatos surpreendentemente poderosos. Outras ações curiosas são alugar livros de um velho vampiro, cortar o cabelo de um zumbi e muito mais!

Simplesmente abrir caminho do castelo até o final é uma opção, mas se embrenhar no universo de Bloodstained é mais do que recomendado. Ainda mais se gostar de completar listinhas de troféus/conquistas.

Há uma quantidade obscena de estilos de jogo simplesmente na escolha de armas. São espadas, chicotes, bumerangues, todos os quais operam completamente diferentes. Também é possível optar por mosquetes, espingardas e até mesmo armas mágicas – e o jogo se transforma em algo mais próximo de Mega Man ou Metroid. Como todo bom castlevania, cada arma possui movimentos únicos que realmente afetam o gameplay, gerando assim um altíssimo fator replay.

Para completar, Bloodstained conta com 13 dlcs gratuitas, incluindo um modo cooperativo, versus, novos personagens e muito mais, deixando qualquer um que tenha investido no kickstarter extremamente feliz.

Para os fãs

O trabalho de Koji Igarashi tem como resultado um jogo que realmente parece um trabalho de amor. Os gráficos são fantásticos, casados com a ambientação brilhantemente projetada. A dublagem é ótima e conta com grandes dubladores de videogames como David Hayter. A trilha sonora é incrível e é tão cativante quanto qualquer Castlevania que veio antes dela. Se houver alguma reclamação que possa ser imposta sobre este jogo, é apenas nos “detalhes” menos importantes. O script tem vários erros de ortografia e gramática e as vezes o texto não é exibido corretamente. Alguns bugs também assombraram as versões para PlayStation 4 e Xbox One, mas tudo isso pode ser facilmente corrigido com patches futuros.

É difícil descrever com precisão essa nova respirada em Bloodstained. Os fãs de Symphony of the Night, irão querer passar o máximo de tempo possível no game, encontrar todos os tesouros, criar todos os itens e até colocar um monte de nomes idiotas na tela de criação de personagens procurando por códigos (e sim, eles existem). É entregue tudo o que poderia ser oferecido em um sucessor espiritual da Sinfonia da Noite e muito mais.

Bloodstained: Ritual of the Night é certamente um dos melhores jogos gerados no ventre do Kickstarter. Igarashi cumpriu todas as promessas que fez e até algumas que não fez. Esse é um jogo feito para os fãs, para as pessoas que amavam o seu trabalho original. Este é o desenvolvimento do jogo sem a necessidade de estar vinculado aos investidores, para definir seus próprios prazos, para ouvir livremente o feedback dos fãs. Qualquer um, mesmo considerando o Kickstarter como um método de financiamento, deve olhar para Bloodstained como um exemplo de sucesso, porque é o que ele é.

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