It Came From Space And Ate Our Brains passa longe de qualquer tipo de inovação e foca somente na diversão sem complicação. O jogo, disponível para consoles e PCs, promete entreter os gamers que buscam uma grande aventura, mas sem grandes compromissos.
Desde o inicio do jogo fica muito claro que It Came From Space And Ate Our Brains – ou ICFSAAOB, como gostam de abreviar – é um jogo que aposta na simplicidade. Seu estilo gráfico quadradão lembra jogos como Minecraft ou até mesmo a série Lego, porém com ausência de texturas ou animações trabalhadas. Isto revela sua proposta tão logo o jogador se apodera do controle.
A história tampouco é contada em algum momento durante o gameplay, tamanha sua irrelevância ante a proposta de sua desenvolvedora, a Triangle Studios. Logo, o que podemos nos aproveitar para entender melhor o que se passa é o próprio título do game e a sua atmosfera. Usando os dois podemos entender que alguns aliens quadradões invadiram o planeta Terra com o objetivo de comer os nossos cérebros. Agora, cabe ao jogador a divertida tarefa de evitar tal destino cruel atirando em tudo o que se mover ao longo do caminho.
Corra que eles vem aí
Acompanhado de uma jogabilidade bem simplificada, no estilo twin stick, o jogador terá que enfrentar hordas infinitas de aliens. No controle basta simplesmente escolher a direção do tiro no analógico direito enquanto se movimenta com o analógico esquerdo. Obviamente que sempre descendo o dedo no gatilho de sua arma, pois os inimigos não vão dar nenhum segundo de fôlego para o seu herói.
Com uma câmera superior de ângulo fixo, o jogador vai desbravar alguns níveis que começam nos arredores de um hospital e vão até uma caverna sombria que serve de base para os comedores de cérebro.
Para ajudar na sua aventura, a mecânica da jogabilidade de It Came From Space And Ate Our Brains entrega uma não tão grande variedade de armas. São apenas 6, mas que enriquecem bastante a experiência de gameplay no jogo, uma vez que cada opção possui características próprias.
A arma certa para seu estilo
Armas como uma shotgun, metralhadora de projéteis e de laser ou até uma bazuca podem ser compradas com o dinheiro do jogo. Para ganhá-lo é necessário estilhaçar as infinitas hordas de aliens ou, principalmente, encontrar pacotes de dinheiro ao destruir certos itens espalhados nas fases.
Além de comprar as armas, o jogador ainda pode investir o seu dinheiro na instalação de aprimoramentos nas suas ferramentas de combate, transformando-as em verdadeiras máquinas de destruição em massa.
Existem também equipamentos auxiliares que podem ser encontrados durante a campanha. Eles vão desde uma metralhadora que pode ser montada em locais estratégicos para aniquilar automaticamente ordas inteiras de aliens, minas explosivas que podem obliterar ordas inteiras de uma só vez, até luzes lasers que rodeiam o personagem protegendo e impedindo que os aliens avancem até o seu campo de ação.
Um passo de cada vez
Cada estágio do jogo é dividido em três “checkpoints”. Ao chegar em um deles, o personagem ativa um save-point que permite retomar exatamente no estado em que chegou, caso ele falhe na sequência. Todo o seu dinheiro e armas nos seus respectivos níveis são restaurados e o jogador terá uma nova chance de prosseguir. Se a habilidade do jogador for suficiente, no final do estágio ele vai encontrar a sua batalha final contra o mestre dos comedores de cérebros. É possível recomeçar do último save infinitamente, e isso é um grande alívio no nível Insano, porém se o jogador sair para o menu principal, todo progresso é apagado.
Confira uma gameplay no nível insano:
Meu cérebro, seu cérebro
Apesar de It Came From Space And Ate Our Brains ser um jogo que transpira simplicidade, não há como negar que existem problemas que podem minar consideravelmente a sua diversão.
A começar com o que poderia ser uma grande virtude do título em questão, que é o seu modo cooperativo.
Nele é possível encarar toda a aventura na companhia de um até três amigos. Contudo, esse modo está restrito somente de maneira local, e todos nós sabemos que uma das partes mais divertidas advindas da evolução dos games é a capacidade de compartilhar uma aventura com amigos de qualquer parte do mundo, o que não é o caso aqui.
Simples demais
Os cenários também são exibidos de uma maneira muito simplória, sem causar o mínimo de impacto ou criar uma identidade que seja compatível com o título.
Para piorar, esse fator combinado com a falta de diversidade dos inimigos, que basicamente se restringe a mudanças de tamanhos e movimentos um pouco fora do padrão, tira toda a sensação de progressão do jogador, entregando momentos de constantes repetições.
A trilha sonora, no começo, é o ponto alto do game. Com grandes trilhas trance, ela é capaz de imergir com maestria o jogador no papel frenético da destruição proporcionada no game.
Em conjunto com belíssimas cores neon presentes durante as fases, o jogador se sente como numa rave bizarra, no ápice de sua freneticidade. Contudo, por algum motivo intrigante, essa química perde o seu encanto nos últimos estágios, onde as trilhas trance são substituídas por alguns ruídos sem muito ritmo.
Os controles funcionam de maneira satisfatória. Entretanto, o sistema de hitbox falho, muitas vezes tenta minar a satisfação de controlar o seu personagem. Aqui, é comum o jogador mirar corretamente o inimigo e o tiro simplesmente passar por cima dele, mesmo ambos estando num mesmo plano. Esse problema aliado ao sistema de spawn dos inimigos que, por muitas vezes, faz com que eles nasçam junto ao seu herói é o maior responsável por fazer com que o game transponha a barreira da diversão e alcance a frustração. Precisosas energias e até mortes injustas podem acontecer aqui.
Faltaram detalhes
Em sua essência, It Came From Space And Ate Our Brains é sim um jogo simples e divertido. Ao se dispor à jogá-lo, não é preciso e nem possível refletir sobre qual é a melhor estratégia de ataque ou sobre como suas ações vão influenciar o andamento da história. Neste game, tudo o que é preciso é o jogador pegar um controle e sair explodindo aliens quadrados, evitando que eles te matem, simples assim.
A falta de ferramentas mais modernas no gameplay também são bastante sentidas no game. Um mini-mapa, por exemplo, seria de grande valia para um jogador com o perfil mais explorador. Também faz falta um sistema de slowmotion durante a seleção, compra e upgrade de armas. Isso tudo acontece em tempo real e slowmotion seria uma adição mais que bem-vinda.
Assista à nossa análise em 3 minutos: EM BREVE!
Para o jogador que busca arejar as suas ideias com um jogo que tem a premissa de ir direto ao ponto, sem complicações e divertido, certamente It Came From Space And Ate Our Brains é um jogo à se considerar. O modelo twin sticker shooter, porém, já foi explorado melhor em pelo menos uma dúzia de jogos que satisfazem mais quem busca este estilo.
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