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Little Dragon’s Café mistura gêneros de exploração e gerenciamento

Existe um problema quando um grande produtor mostra ao mundo um jogo que se torna referência em um gênero em particular e esse é justamente o caso de de Little Dragon’s Café. A mente por trás do seu desenvolvimento é Yasuhiro Wada – da série Harvest Moon – que cria uma alta expectativa de jogar um game tão bom quanto a sua primeira grande obra.

little dragons cafe posterWada entrega uma experiência totalmente diferente dos seus jogos anteriores e, de certa forma, até inovadora. Isso fica bem evidente desde o início do game quanto percebemos que o seu papel não é ser um simples gerente do Café. De fato, o objetivo principal do jogo é o gerenciamento do estabelecimento em questão, mas a maneira como o jogador o faz é o que diferencia dos outros jogos da categoria.

Um café e um Dragão

A história de Little Dragon’s Café tem um pouco das bizarrices das mentes criativas japonesas e pode causar danos permanentes à memória dos mais jovens se certas suposições forem feitas. O jogo só está disponível no Brasil totalmente em inglês e isso pode dificultar um pouco o entendimento dos novinhos.

Tudo começa com dois irmãos gêmeos que vivem juntos à sua mãe, ajudando-a no dia-a-dia nas suas tarefas no Café. Certo dia, subitamente, sua mãe fica doente e entra em um sono profundo. Então, misteriosamente aparece um mago que explica para os jovens que ela tem um passado sombrio com um dragão. Para que tudo volte ao normal e sua mãe fique bem, eles precisam criar um dragão em paralelo com o negócio do Café, para que, assim, o bichinho possa salvá-la.

little dragons cafe dragon 2O gameplay é bastante interessante e a sua fórmula é bastante ousada. O jogador deve comandar todo o funcionamento do Café preparando pratos exóticos, controlando funcionários, limpando mesas, lavando pratos e muito mais. A grande sacada do jogo é que, em meio à todas as atividades previamente citadas, o jogador deve decidir o melhor momento de partir em uma aventura de exploração no mundo do game, em busca de ingredientes e receitas para o aprimoramento do cardápio do Dragon’s Café e, claro, com a companhia do dragão, que será de grande valia na jornada.

Conforme a história progride, o companheiro dragão vai ganhando novas habilidades e o raio de exploração no mundo do jogo se expande, garantindo a possibilidade de adquirir novos ingredientes e receitas para atrair ainda mais clientes e, claro, mais ambientes no incrível mundo do jogo para explorar.

little dragons cafe costumerUm grande ponto forte do game é a interação com os clientes. Cada um tem a sua própria história que influencia diretamente o andamento do game contanto com cutscenes que enriquecem todo um contexto criado na tentativa de estabelecer uma relação com os gêmeos. Isso acaba por amenizar um pouco a premissa de repetição infinita que consiste em atender o cliente, descobrir uma nova receita e coletar ingredientes. Porém, é aí que os problemas começam. A maioria das histórias paralelas são muito rasas e, no fim, toda a história contada se resolve com um prato bem feito de comida.

A relação do jogador com o dragão também pode ser considerada outro ponto bem divertido do game. Apesar dele não ser controlado diretamente, é bem satisfatório explorar o mundo com um dragão e comandar diversas habilidades como caçar, empurrar pedras e até mesmo voar em certo ponto de desenvolvimento do jogo.

Cospe Fogo!

Os controles atrapalham bastante a boa fluidez do gameplay. Errar pulos fáceis é uma constante no game, assim como gerenciar seus empregados, o que faz com que o jogador não demore a perceber que é muito mais fácil e rápido ele mesmo fazer todas as tarefas no Café do que delegar aos seus subordinados.

little dragons cafe dragonOs gráficos do jogo são uma peculiaridade ímpar na aventura. Tudo é feito para lembrar um desenho feito com giz de cera, trazendo uma atmosfera única para o mundo. Uma pena que os problemas de performance influenciam diretamente na apreciação dos gráficos.

Os pop ins constantes e muito próximos do personagem principal e os engasgos causam uma grande estranheza para quem está jogando e acaba influenciando em como o jogador aprecia o mundo ao seu redor. Tem também a quantidade absurda de loadings no decorrer da jornada que irrita demais a experiência.

A trilha sonora é muito boa e totalmente condizente com a ambientação proposta pelo jogo. A menção honrosa fica por conta das músicas que são entoadas durante o mini game de cozinhar que, diga-se de passagem, é a parte mais divertida de todo o game. Nele, o jogador deve seguir o ritmo das músicas e a sua performance vai definir o grau de perfeição da sua comida, que está diretamente relacionado com o nível de satisfação do cliente.

Little Dragon’s Café é, definitivamente, um jogo que não cumpre a grande expectativa gerada em torno dele de ser tão divertido e inovador como foi a grande obra de Wada, colocando-o para sempre à sombra do mesmo. Ainda assim tem seus pontos positivos e merece uma chance por sua ousadia em inovar mesclando dois gêneros diferentes em um. Seus evidentes problemas de performance e o ritmo lento no andamento da história certamente prejudicam demais a experiência no game mas vale a pena para o jogador que sente a necessidade de experimentar algo diferenciado no gênero.

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