Melbits World é um jogo com um visual fantástico e amigável. Logo de cara as crianças se identificam com os personagens e se sentem a vontade com eles. Por ser um jogo multiplayer local, em que é necessário controlar engenhocas com o uso dos smartphones, aproveitei a visita de meu afilhado de 4 anos para testar o jogo.
A coisa toda é muito simples, em um primeiro momento, mas a evolução gradativa da dificuldade é bem vinda, criando novas situações a cada fase concluída.
Não a toa, a Melbot Studio recebeu muitos prêmios como reconhecimento pelo jogo, mas realmente é algo pensado para entreter a família em frente ao PlayStation 4, plataforma para qual o jogo encontra-se disponível. Ele utiliza a tecnologia PlayLink para permitir coop local até 4 jogadores, porém é necessário no mínimo duas pessoas, com 2 aparelhos conectados, para começar a jogar.
Lemmings moderno
O objetivo em Melbits World é levar os personagem do início ao fim de um mundo tridimensional, ativando certos itens que estão no cenário. Por exemplo, um dos jogadores controla barreiras, que também servem como elevadores, enquanto outro manipula molas que impulsionam cada boneco. A movimentação deles se dá de forma automática, então não há controle sobre a movimentação do personagem propriamente dito.
O Melbit entra no cenário por um cano e começa a andar sempre pelo caminho já traçado. Os jogadores precisam cuidar da navegação de cada um deles, tudo de maneira bem simples e direta. O jogo não teria nada de mais se não fossem os comandos dedicados a cada um dos players. Por exemplo, um jogador precisa apertar um botão para mover uma plataforma, mexer uma alavanca para ativar uma mola ou rotacionar o smartphone para girar um tronco sobre o qual os Melbits andam. Muitas vezes a dependência de que certa pessoa cumpra adequadamente a tarefa a ela designada pode gerar aquela vontade de tomar o controle – smartphone, no caso – das mãos alheias. Na maioria das vezes, um erro implica em repetir a mesma tarefa até cansar.
Bonito, mas falta charme
A sensação de jogar Melbits World é a de que ele pode ser o substituto perfeito para momentos em família que estão desaparecendo aos poucos, como jogos de tabuleiro, por exemplo. Todas as fases acabam gerando interação entre os controladores do jogo, ou seja, os gamers. Muitas delas contam com itens e presentes os quais precisam de uma rota alternativa para serem coletados. Para as crianças, essa concepção pode ser um pouco complicada, já que é difícil explicar que a função dela é fazer uma ação mas naquele momento ela não precisa fazer tal coisa.
Por outro lado, a interação entre os personagens é um ponto que poderia ser melhor aproveitado, ainda mais por cada usuário ter um “controle” a mão, mas que é basicamente só utilizado mecanicamente para as funções. Ao final de cada fase, é possível balançar o smartphone para que os personagens dancem, mas o resultado é pouco satisfatório e na terceira vez que a coisa se repete, perde o sentido.
Melbits World conquista com seu visual animado e colorido. A ideia é sensacional e pode funcionar para famílias que queiram passar um tempo juntos a frente do videogame, mas é difícil imaginar a aplicação do jogo em outro cenário. A curva de aprendizado é boa para quem já é acostumado com games, mas pode ser de difícil compreensão para crianças menores que estão ingressando neste mundo, que se interessariam mais caso houvesse mais afinidades para com os personagens.