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Mesmo com limitações, Blair Witch é um “suspiro” para os games de terror

Desenvolvido pela Blooper Team, equipe criadora de games como Layers of Fear e Observer, o novo jogo de terror psicológico “Blair Witch” mostra que atualmente ainda é possível surpreender os fãs do gênero. Inspirado no folclórico cinematográfico “A Bruxa de Blair” de 1999, o game consegue reproduzir bem todos os sentimentos que o longa trouxe em sua época, onde revolucionou os filmes de terror.

História Intrigante

No game assumimos o ex-policial Ellis, afastado de suas funções por alguns problemas em seu passado. Acompanhado de seu cão Bullet, eles partem para a Black Hills para ajudar as autoridades à encontrar dois meninos desaparecidos misteriosamente. Aparentemente seria uma busca comum, onde os garotos apenas poderiam ter se perdido em meio a mata, mas tudo vira do avesso e Ellis se encontra em grave perigo e lutando por sua vida.

No começo, absolutamente nada fará sentido. Os acontecimentos e a trama se desenrolam aos poucos e sem pressa mas também sem enrolação, e quase que na metade do game que tudo começará à se encaixar. A história e como ela é explicada são alguns dos pontos fortes do game.

Ellis e seu parceiro Bullet enfrentam sérios perigos na floresta de Black Hills

Ambientação “macabramente” maravilhosa

Eis o ponto forte de Blair Witch. Visualmente falando, o game não apresenta inovações ou gráficos estupendos, mas nem de longe suas texturas são feias. A floresta Black Hills é assustadoramente bem feita. Suas árvores altas no qual cobrem qualquer passagem de luz solar trás a claustrofobia ao personagem, e sua vegetação densa e obscura que trazem a sensação de que alguém nos vigia constantemente. Mesmo em momentos de dia a impressão que fica é de total vulnerabilidade, e à noite o jogo é completamente escuro, onde sua lanterna e cão guiará seus passos durante toda a investigação.

A sonoplastia é impecável. Todos os efeitos sonoros elevam o terror psicológico ao extremo, que se jogado com fones de ouvido, melhoram ainda mais a imersão. Em muitas das vezes não vemos os inimigos, mas o efeito audiovisual dá a sensação mais desesperadora que vimos nos últimos games de terror lançados. Todos os eventos que ocorrem na floresta são muito bem explorados visualmente e sonoramente falando, algo típico da desenvolvedora que criou os mesmos aspectos em Layers of Fear. Embora o game não apresente um mundo aberto, um inteligente sistema de loop faz com que o cenário seja enorme para explorar, e de uma certa forma – alguns jogadores podem achar bom ou ruim – faz com que as vezes fique andando em círculos até que o jogador encontre um ponto de referencia para se situar no cenário, ou encontre algo que não estava naquele local anteriormente.

Ambientação é um dos pontos fortes de Blair Witch

Gameplay com alguns problemas

A gameplay de Blair Witch apresenta alguns problemas. A movimentação é travada e pesada, embora não haja necessidade de pressa ou correria durante a trama. O jogo não segue a linha de Outlast onde há fuga ou necessidade de se esconder do inimigo, com o foco quase que cem porcento na narrativa. Na versão de PC, devido à optimização em relação ao framerate, o game tem mais fluidez. Já no Xbox One, os constantes travamentos na movimentação deixa o jogo um pouco cansativo, mas nada que prejudique a imersão ou prejudique a jogabilidade.

Bullet tem papel fundamental na exploração do cenário.

Como foi dito antes, o game tem como principal a sua narrativa, onde o jogador explorará o mapa investigando o desaparecimento dos garotos, procurando pistas e resolvendo alguns enigmas. Bullet tem uma importante participação, pois para avançar no game, o cão irá rastrear novos itens que mostrará ao jogador seu próximo passo. Nas batalhas, Bullet também terá um papel fundamental, pois à noite o game é extremamente escuro, e como não enxergamos o inimigo, o cachorro indicará para você a direção do perigo com seu rosnar ou latidos.

A interatividade de Ellis com os itens que ele possui também são interessantes. Seu celular recebe ligações e mensagens estranhas, o rádio de vez em quando emite sons incomuns e sua câmera trará revelações de situações que na verdade não são realidade. Os bugs que ainda encontramos no game acontecem exatamente com Bullet, que simplesmente desaparece ou some na sua frente. Alguns problemas como ficar preso em árvores ou pedras acontecem ligeiramente. O game não é longo, podendo ser zerado em 5 ou 6 horas, algo que também não é tão ruim, pois a história não se estica demais para não enrolar o jogador.

Blair Witch trás escuridão e apenas seu cão te levará ao caminho certo.

Um grande suspiro…

Enfim, Blair Witch é um grande suspiro para os games de terror que estão em baixa no mercado. Faz algum tempo que não víamos um bom horror psicológico à não ser o recém lançado Layers of Fear 2 também produzido pela Bloomer Team. Embora não apresente uma gameplay muito fluida, o game tem mais prós do que contras, apresenta um enredo intrigante e pode render alguns ataques de ansiedade com a escuridão e a tensão psicológica jogada encima do jogador.

Lançado no último dia 30 de Agosto, Blair Witch é um jogo obrigatório para os fãs de terror e está disponível para PC e Xbox One. Lembrando que o game também pode ser jogado através do serviço Xbox Game Pass da Microsoft.

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