Falta pouco mais de dois meses para o cenário de jogos de
luta ter um novo competidor de peso: Mortal Kombat 11 já está quase entre nós.
Anunciado no final de 2018 durante o The Game Awards, Mortal Kombat 11
surpreendeu a todos com seus visuais insanos e continuou a surpreender
recentemente, quando teve seus primeiros detalhes revelados.
Impossível não ficar ansioso, não é? Mas para a nossa sorte, a Warner Bros Studios convidou a Gamepress para o evento Konvocação, uma das várias festas de anúncio em que o estúdio, juntamente com a Netherrealm Studios, convidou mídia e influencers para ter o primeiro gosto de Mortal Kombat 11. Para mais detalhes do evento, clique AQUI e confira nossa cobertura!
Tivemos a chance de, por várias horas, experimentar uma demo de Mortal Kombat 11 e ter uma noção do que nos espera em abril. As impressões a seguir foram formadas após aproximadamente 25 partidas, algumas delas contra a CPU e outras contra outros jogadores.
É impossível começar a falar de Mortal Kombat 11, sem exaltar sua apresentação. A Netherrealm Studios aperfeiçoou os visuais de MK11 em todos os aspectos quando comparado aos seus antecessores.
Seguindo os moldes dos games anteriores, MK 11 conta com personagens criados por captura de movimento, técnica que a Netherrealm aprimorou de maneira incrível – os personagens parecem mais vivos do que nunca! Cada movimento ou golpe é traduzido pela expressão dos lutadores, que em momentos de “close” tem suas máscaras ou coberturas faciais postas em transparência, para que suas expressões possam ser destacadas.
A coreografia dos movimentos e as animações gerais dos personagens durante as lutas e cutscenes também teve uma evolução impressionante. Mortal Kombat X recebia duras críticas em relação a algumas decisões em suas animações e coreografia, pois alguns golpes pareciam anatomicamente irrealistas ou mal animados. Agora, em Mortal Kombat 11, as lutas são extremamente fluídas e os combatentes demonstram movimentos coreografados que poderiam ter saído diretamente de um filme de artes marciais. Outro fator importante de se destacar, é que cutscenes e gameplay se confundem por conta da qualidade visual constante que o game mantém.
Outro aspecto visual que destaca MK 11 é sua paleta de cores mais rica e vívida, que ajudam a destacar ainda mais todas as qualidades que o game oferece.
Quando frente a frente com o game, é impossível não perceber mudanças também na interface do jogo durante o combate. MK 11 conta com duas barras distintas de ações, uma focada em ações ofensivas e outra nas defensivas, diferente de MK X que contava com uma barra única para ambas. Tecnicamente, isso permite que as ações durante a batalha sejam mais planejadas, e é fácil definir qual das duas barras será necessária para algum movimento defensivo, ou até para interagir com algum objeto ao atacar.No entanto, a maneira de recarregar essas ferramentas é diferente do que convencionalmente vemos em jogos do estilo.
Ambas as barras são repostas pelo tempo, não sendo possível ter um controle sobre elas, e restando apenas esperar que a ação ocorra. Isso pode interferir diretamente no ritmo da luta, já que não existe uma maneira palpável de se recuperar as barras quando preciso, tornando a utilização das mesmas algo arriscado, principalmente perto do fim da partida.
Outra mudança relacionada ao uso das barras, principalmente na questão ofensiva, fica por conta de como o amplificar os golpes especiais. Até MK X, ao executar um movimento especial e apertar o botão de defesa, o personagem executaria uma versão especial daquele mesmo movimento, utilizando de uma fatia da barra. Agora, em MK 11, cada movimento especial exige uma combinação diferente para ser amplificada, o que pode ser um tanto quanto intimidador para os novatos do estilo.
Isso pode ser uma mudança preocupante, se levarmos em consideração as novidades em relação aos estilos de luta e customização que o jogo promete. Cada personagem poderá equipar três itens diferentes que vão não só alterar seu visual, mas alguns de seus movimentos especiais, aumentando o número de possibilidades de maneira exponencial.
Na demo que jogamos, haviam apenas três variações de cada um de seus sete personagens, e cada um contava com até três movimentos próprios. Se a customização trouxer tanta variedade, será um trabalho extra decorar cada uma das combinações para amplificar os ataques, além dos botões necessários para executar a versão normal daquele movimento, tornando o que teoricamente seria uma liberdade incrível em algo que possa causar mais trabalho do que necessário.
Os X-ray, mecânicas introduzidas em MK 9, não retornam em MK 11.Em seu lugar, temos duas novas mecânicas que tem um papel fundamental em como o game deve ser jogado: Crushing Blows e Fatal Blows.
Crushing Blows são variações especiais de cada um dos movimentos do personagem, que podem ser ativados cada um apenas uma vez por jogo. Para serem ativados, é necessário que o golpe em questão seja executado de maneira extremamente específica, ativando uma pequena cutscene que mostrará de maneira cinematográfica uma versão mais brutal do ataque em questão. O problema desta mecânica é que não existe um indicador de quais são essas condições para que ela ocorra, transformando-a em algo que provavelmente será melhor aproveitado apenas por jogadores com mais experiência.
Fatal Blows já são mais diretos. Quando o personagem perde por volta de 70% de sua vida, é possível ativar seu “fatal blow”, que se trata de um combo também cinematográfico que causará um dano considerável no oponente. Porém, é necessário que se utilize a ferramenta com cuidado, já que cada lutador poderá usar apenas uma vez durante a partida. Caso o jogador erre o ataque, ele poderá tentar de novo após um certo período de tempo.
Era importante que todas essas mecânicas fossem explicadas, pois Mortal Kombat 11 claramente se conduz ao redor delas, já que o gameplay base teve uma diferença considerável desde seu antecessor, principalmente em sua mobilidade.
MK 11 em alguns momentos passa a sensação de ser mais lento que MK X, principalmente se comparadas as opções de movimentação dos dois games. A Netherrealm, que já havia deixado isso claro no passado, moldou seu jogo pensado na cena de eSports, onde o gameplay agressivo dos jogos anteriores foi substituído por outro mais técnico e focado. Os personagens não contam mais com um botão para corrida, os “juggles” aéreos são quase inexistentes, combos longos não são tão eficientes quanto executar uma curta corrente de ataques finalizada com um crushing blow.
Essa aproximação mais técnica fica ainda mais evidente após jogarmos algumas partidas com uma mentalidade próxima a de Mortal Kombat X. Os personagens têm uma movimentação mais concentrada e dashs são escassos. No tempo em que jogamos, o método mais eficiente de se aproximar do oponente, era se utilizando de golpes especiais que focassem em deslocamento, como o teleporte de Scorpion, ou a rasteira do Sub-Zero. Talvez seja a mudança mais crucial quando comparada aos outros jogos da série, e algo a se preocupar, já que projéteis, assim como em MK X e Injustice 2, são extremamente eficientes e um tanto desequilibrados. Ainda mais agora que as opções de movimentação básica parecem tão limitadas, podendo novamente ser um problema a longo prazo.
Não é preciso esperar muito até colocarmos as mãos em Mortal Kombat 11. O game chega em abril, e trará diversas mudanças na franquia. Com um foco maior em eSports, a Netherrealm pode estar trazendo seu jogo mais técnico até o momento, causando certa divisão entre os fãs da série. Não podemos mentir que o estranhamento inicial perante as mudanças tenha causada uma primeira impressão preocupante, mas, após algumas horas de gameplay e um pouco mais de contato com as novidades, MK 11 deixou um gosto de curiosidade e ansiedade, deixando-nos mais fascinados do que apreensivos com o novo capítulo do rei da violência exagerada.
Mortal Kombat 11 chega no dia 23 de abril para Xbox One, Playstation 4, PC e Nintendo Switch.