Jogos de romance (ou visuals novels) não são tão conhecidos aqui no ocidente, onde basicamente o jogador lê os acontecimentos e em determinados momentos é solicitado para tomar uma escolha. E assim se desenvolve o gameplay do gênero.
É nesse ritmo que a análise de Psychedelica of the Black Butterfly (PotBB), jogo criado pela Otomate, se desenvolverá. Até porque muito leitura teve de ser feita para compreender melhor o universo desse estilo de jogo extremamente peculiar.
Originalmente o PotBB foi lançado para PS Vita em 2015 no Japão pela Idea Factory, em 2016 pela Aksys Games na América do Norte e dois anos depois, em 2018, na Europa. Chegando recentemente para o PC no último dia 15.
Porém, diferente de outros jogos da Otomate, PotBB, tem o romance como pano de secundário no desenrolar da trama. A história se inicia com uma jovem acordando em uma estranha mansão onde de imediato já é atacada por um monstro. Contudo, ela não consegue se lembrar de absolutamente nada, como do tipo “como foi parar lá” e “quem são seus pais” não existem em sua memória. E assim, toda a narrativa é feita pela própria personagem, então basicamente o jogador vai ler muito enquanto tenta compreender melhor o que está se passando.
A única coisa que ele possui é um celular com uma mensagem: “Encontre os pedaços do caleidoscópio”. Sendo essa toda a trama inicial do jogo, que se estrutura em capítulos.
Com relação aos elementos como jogabilidade, visual, som e diversão, vamos ponto a ponto a seguir:
A jogabilidade é simples, caso queria acelerar as falas, há um botão para pular os diálogos e apenas ler. Em alguns mini games os comandos são responsivos e funcionam bem, porém suas estruturas são bastante simples, nada complexo ou que exija demais do jogador.
O visual do jogo é bonito, apesar de não haver um ambiente dinâmico ou que o jogador controle propriamente a personagem. Os traços dos personagens lembram muito mangás e animes. Tudo muito bem trabalhado e com o cuidado de ter leves animações, ou seja, os personagens não estáticos o tempo todo. Possuem feições de interesse, medo, cansaço, dor e afins. É um estilo bastante peculiar de visual.
A trilha sonora de abertura é muito interessante e conforme a história é contada, ela acompanha de forma muito orgânica os eventos.
E por fim, não menos importante, o fator diversão. Como escrito no começo do texto, trata-se de um gênero extremamente particular, com um nicho de consumo restrito em muitas vezes. Para um primeiro contato com esse tipo de jogo, o ritmo não é dos mais convidativos, pois é lento e há a necessidade de se ler todos os diálogos e narrativas para tentar compreender melhor a história. O fato de não ser regionalizado pode afastar muitos jogadores, visto que o elemento textual é o grande fator do jogo.