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Necrosphere capa

Necrosphere é inovador e recompensa jogadores com satisfação

Existem tabus no mundo do games que, volta e meia, são desafiados e, a partir daí, passam a ser referência para toda uma nova linhagem de videojogos subsequentes. Claro que, para isso, a desenvolvedora tem que ter algum tipo de criatividade acima da média que lhes permita “pensar fora da caixa”. Talvez este seja o caso do estúdio brasileiro Cat Nigiri que teve a brilhante idéia (para não dizer absurda) de criar Necrosphere, um jogo de mundo aberto, repleto de puzzles, no melhor estilo “metroidvania” e tudo isso usando apenas dois botões.

Mais absurdo que essa ideia é o fato de que a Cat Nigiri realmente entregou o prometido e de uma maneira onde tudo funciona muito bem. Embora o resultado desse pacote tenha sido um jogo extremamente difícil, por muitas vezes frustrante, no final sempre é muito recompensador. É claro que também existe uma história de fundo bem legal e convincente durante a apresentação do game e, mesmo ela seja bastante promissora, logo toda a raiva e o ódio farão com que o jogador rapidamente a esqueça e foque na resolução dos problemas encontrados.

É só o começo

O jogo apresenta a história do agente secreto Terry Cooper, que foi morto durante o trabalho e foi parar numa espécie de limbo conhecido como “Necrosphere”. Lá, o seu objetivo é desbloquear quatro misteriosos portais para assim retornar ao mundo dos vivos.

O primeiro detalhe que causa alguma estranheza é que ao iniciar o game não nos deparamos com nenhum tipo de tutorial ou mapa de orientação, nem aquele básico: “aperte R para se movimentar para a direita e L para se movimentar para a esquerda”. Logo é percebido que tudo isso foi colocado ali desta maneira intencionalmente, para que o jogador se sinta a vontade dentro do mundo do jogo e que aprenda as suas mecânicas de gameplay com o ambiente dentro do jogo. Essa proposta, além de fenomenal, funciona com maestria, ao ensinar o que é necessário usando o próprio layout de Necrosphere. O próprio jogador não percebe que está sendo forçado a desenvolver as habilidades que serão testadas ao longo de sua aventura.

O sistema de orientação também dá a sensação de ter sido pensado para que o jogador o domine de maneira orgânica ao longo da jogatina. Apesar da ausência de um mapa de navegação, é muito comum entre os desafios passar por diversas tochas que se incendeiam marcando o território. Elas servem tanto para posterior referência de que o jogador já passou por ali, servindo de orientação no desbravar de novos caminhos, como também para salvar o jogo automaticamente.

Conforme o jogador segue se aprofundando no mundo do game, novas habilidades, como pulos e capacidade de quebrar blocos, são aprendidas por Terry Cooper. Os novos comandos mantém a simplicidade em harmonia com o jogo, fazendo uso somente do gameplay de dois botões, mas mudam completamente a dinâmica do jogo. O mundo deixa de ser linear para oferecer uma exploração mais aprofundada, forçando o jogador a retornar aos ambientes já explorados para abrir caminhos, antes inalcançáveis, para o desconhecido.

Som e Imagem

Necrosphere imagem

A apresentação do game é toda no estilo retrô, com gráficos pixelados que lembram bastante a era 8/16 bits. Ainda que a proposta seja justamente esta, a primeira vista pode incomodar alguns jogadores mais exigentes devido ao seu excesso de simplicidade gráfica.

A trilha sonora é fantástica e totalmente funcional dentro do game, trabalhando sempre para contribuir com a imersão e o momento atravessado pelo jogador e dando aquele alento necessário para encarar o seu próximo desafio.

Satisfação em Superar

Necrosphere imagem 2

Por mais que aparente ser simples Necrosphere não é para qualquer um. Por trás do seu estilo colorido e amigável, jogabilidade aparentemente simples com seu sistema inovador de dois botões e um estilo de jogo de aventura e exploração, se esconde um jogo que não vai ter nenhuma pena de quem ousar segurar o controle. Aqui sua paciência será testada até o limite e as mortes no jogo não serão dezenas ou centenas, mas milhares. A sensação é de que a Cat Nigiri levou o ditado “depois da tempestade vem a bonança” ao máximo, fazendo com que o jogador, de fato, se sinta como um ser especial ao resolver alguns dos puzzles mais exigentes que se tem notícia no mundo dos games.

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