A EA Sports retomou sua linha de jogos de golfe com o novo PGA Tour: Road to the Masters, lançado este ano após um grande hiato de quase uma década sem desenvolver jogos deste esporte. Embora o golfe não seja um esporte muito popular no Brasil, o momento foi excelente para o lançamento graças à série Dias de Golfe, da Netflix, que explica melhor e mostra o cotidiano do esporte justamente para o público que não conhece propundamente o PGA Tour, maior campeonato do mundo e que reúne os maiores nomes do golfe.
E é justamente sem saber integrar um público que não é fã de golfe que PGA Tour começa errado. Com a licença para representar os maiores campeonatos, como o Masters, US Open e FedEx Cup, e os principais jogadores – que podemos conhecer mais intimamente na série da Netflix – falta ao game uma pegada mais introdutória, que faça com mesmo quem não conheça o esporte possa se interessar.
Quanto ao golfe em si, o game apresenta uma boa variedade de opções de jogos e integra muito bem o desenvolvimento de um golfista em todos os seus modos, destacando-se o Modo Carreira e os Desafios, mas bonificando ainda quem usa o personagem criado nos demais modos, incluindo em partidas online.
Dias de Golfe
Como já mencionado, a primeira coisa que o jogador precisa fazer é criar seu próprio golfista e participar de eventos para ganhar XP e desenvolvê-lo. A EA Sports acertou ao colocar diferentes tacadas que exigem que o jogador invista pontos em diversos atributos para serem desbloqueadas. Assim sendo, não basta investir tudo em força para deixar seu golfista melhor, já que dois ou mais atributos precisam chegar a certo patamar para liberar tipos de tacadas que farão diferença em campo, incluindo a qualidade das mesmas, que podem ser bronze, prata ou ouro.
Uma vez configurado o golfista, o jogador pode partir para inúmeros tipos de jogo, online ou não – mas como é de praxe nos jogos da EA, a conexão permanente é insistentemente cobrada. Além de poder jogar avulso, ou no modo carreira, também tem opções como torneios online (até 16 jogadores), 2 contra 2, e por aí vai. Mas também há um torneio híbrido, que apesar de contar a pontuação online, o jogador participa sozinho, recebendo recompensas conforme a classificação ao final do dia.
Na areia
Um dos maiores erros no golfe é o jogador acertar um banco de areia, obstáculo colocado propositalmente nos campos. Podemos dizer que a questão das recompensas é um ponto que a EA Sports mais uma vez se perde, sempre deixando uma brecha para o famoso pay-to-win, uma vez que é possível usar dinheiro real para comprar benefícios dentro do jogo.
Embora quase a totalidade dos itens à venda seja apenas cosmético, há também alguns que influenciam a gameplay, com maior poder ou controle da bola, tacos e demais equipamentos. Para criar este mecanismo, a EA transita entre um jogo sério de golfe, que parece ser a meta de PGA Tour: Road to the Masters e algo mais arcade, já que é possível acrescentar, além dos itens de benefícios, coisas como rastros coloridos seja para a bola ou para os tacos.
Um ponto importante para destacar é que há opção de jogabilidade amadora, com a máquina oferecendo ajuda nas tacadas, incluindo o cálculo do putt, ou mais profissional, em que as ajudas são desligadas e o jogador deverá utilizar o controle da forma mais precisa possível para conseguir a trajetória desejada da bola.
Driver
A primeira e mais longa tacada do golfe é o driver, é a partir dela que vemos como o atleta terá que conduzir a partida até levar a bola ao buraco. E podemos fazer um paralelo desta versão de PGA Tour com um driver, já que embora passe longe da perfeição, seja com menus péssimos ou a falta de identidade do jogo entre a seriedade e o arcade, o game mostra caminhos interessantes para o golfe nos videogames.
O maior destaque realmente são as inúmeras variações de jogo, que permitem ao gamer levar a jornada pelos principais troféus do esporte de maneira particular. Ainda assim, falta empatia do produto ao jogador que resolveu se arriscar conhecendo não somente um novo esporte, mas um novo jogo, já que a EA passou longo tempo sem desenvolver seu título de golfe.
Ainda assim, quando a bola está em campo, acertar as melhores tacadas gera um ótimo balanço em relação risco/recompensa tornando gostoso arriscar tacadas diferentes em prol de reduzir sua pontuação e entrar no clima dos maiores torneios do mundo do golfe.
