Recentemente o site Games Industry postou uma matéria com a previsão de analistas para o mercado de games em 2019. No embalo da ‘futurologia’, a GamePress foi conversar com um pessoal que convive diariamente com games no Brasil.
O time é formado por: Ariel do Combo Infinito, Bruna Lanzillotta do Meu PS4, Bruno Micali do Voxel, Marcelo Brambilla do Xbox Power e Nelson Alves do Jogae.TV. São pessoas que conhecemos e recomendamos que sigam, leiam, ouçam e assistam para estar sempre bem informados sobre o mundo dos games.
Questionamos 5 pontos, referentes às principais fabricantes e seus consoles – Sony/PlayStation, Microsoft/Xbox e Nintendo/Switch – e sobre melhor jogo e a grande decepção. Também deixamos aberto espaço para considerações finais. Veja a aposta de cada um:
Ariel Souza – Combo Infinito
Sony/PlayStation – “Com a saída da Sony da E3, ela corre o risco de ser o grande destaque de 2019 ou a grande decepção. Mas tudo depende do que a empresa está guardando. Os rumores indicam dois eventos próprios, onde um deles traria o anúncio do PS5. Caso isso se concretize, também vai depender bastante do que será apresentado. Ou seja, não vejo o anúncio do PS5 como primordial para o sucesso da Sony nos próximos anos. Mas sim o que ele vai conseguir fazer. Se vier com retrocompatibilidade e algum novo serviço, será o ideal. A Microsoft jogou essa pressão pra cima da Sony.”
“Embora a empresa tenha em suas mãos grandes jogos exclusivos. A vitória do God of War no TGA fortalece a estratégia da Sony. Contudo, o nascimento de uma nova geração praticamente zera tudo. E neste momento, a Sony é a mais frágil das três empresas por não mostrar exatamente qual será a sua estratégia. A falta de transparência no que ela quer fazer daqui pra frente, pode ser o seu calcanhar de Aquiles.”
Microsoft/Xbox – “Em 2014 eu escrevi um artigo dizendo que a Microsoft tinha um grande problema: a falta de estúdios próprios para criar exclusivos. Isso mudou, o Xbox tem uma quantidade ótima de estúdios próprios agora. Mas tudo depende do que eles irão criar. 2019 será o ano para a Microsoft criar o “hype” para o futuro, para a próxima geração e para o que estes novos estúdios poderão fazer. E o que serão capazes de fazer. “
“A E3 será o grande palco da empresa e vejo que a história do Xbox pode ser bem diferente antes e depois da E3 deste ano.
Vejo a Ninja Theory como a grande joia da Microsoft atualmente. Este estúdio tem o potencial de se tornar a Naughty Dog do Xbox. Mas ainda é cedo para se empolgar.”
Nintendo/Switch – “O Nintendo Switch já mostrou que tem muita força de mercado, mesmo que fique atrás do PS4 e do One em poder. Com mais jogos exclusivos da Nintendo, prevejo que teremos uma data de Metroid 4 em breve, pois este será um dos grandes jogos do Switch nos próximos anos.”
“A nova versão do Switch, que tanto estão falando que poderá ser revelada, pode realmente acontecer. Mas não acho que teremos mudanças significativas no que diz respeito ao poder do hardware. A Nintendo já mostrou que são seus jogos que chamam a atenção e não a resolução que eles rodam. De todas as três, vejo que a Nintendo terá um dos anos mais positivos para ela financeiramente falando.”
Jogos – “Caso saia este ano, acho que The Last of Us 2 será o grande game. Caso não saia, o título pode ficar com Cyberpunk 2077. Outro game que estou apostando alto é Death Stranding. Resident Evil 2 Remake e Devil May Cry V também vão fazer bonito.”
“Prevejo também a chegada de grandes games indies, após o sucesso de The Messenger, Gris, Dead Cells e principalmente Celeste. Anthem, Crackdown 3 e Days Gone são as grandes dúvidas. Mas não acho que o pior jogo do ano saia desta trinca. Contudo, ao menos um deles deve tirar nota 6 ou 7 por aí. O pior jogo do ano deve ficar para algum projeto de menor expressão.”
Bruna Lanzillotta – Meu PS4
Sony/PlayStation – “Exclusivos como Death Stranding, The Last of Us Part 2 e Ghost of Tsushima devem receber datas de lançamento. Death Stranding lançado ainda no primeiro semestre. The Last of Us Part 2 mais para o final do ano.”
“Anúncio e primeiros detalhes do PS5 no fim do ano, provavelmente com o retorno da PSX, mas com um conceito mais tradicional.”
Microsoft/Xbox – “E3 bombástica com anúncio do sucessor do Xbox One com conceitos e serviços diferenciados. Ainda mais parceiras com estúdios para aumentar o catálogo de exclusivos e vir com tudo na próxima geração.
“Ampliação de serviços de assinatura para o jogador, seguindo os passos do sucesso do Game Pass.”
Nintendo/Switch – “Provável explosão em vendas, especialmente com o fim dos ciclos do PS4/XB1.”
“Mais títulos third party.”
Jogos – Melhores: “The Last of Us Part 2 da Naughty Dog, caso seja lançado até o fim do ano, e Resident Evil 2, da Capcom.”
Decepções: “Crackdown 3 pelo desenvolvimento longo e incerto e Death Stranding tem chances de flopar pelo marketing confuso, ainda que o nome de Kojima tenha grande peso.
Considerações finais – “Sony vai prometer reformular serviços online, como a PSN e a PlayStation Plus. Steam ser abalada pela Epic Store, com adesão de mais desenvolvedoras, apesar de continuar a manter a liderança. Serviços de streaming alcançando e interessando a um público maior podem aparecer, provavelmente via Microsoft.”
Bruno Micali – Voxel
Sony/PlayStation – “A Sony cancelou a PSX 2018 e confirmou que não dará as caras na E3 2019. Desde então, a dona do PlayStation sumiu do radar e isso não é exatamente legal aos fãs. A força azul está ciente de que seus jogadores não desejam ver novos teasers: eles querem datas.”
“A Sony continuará confiando em seu arsenal de exclusivos para garantir um sólido fim de geração, ao mesmo tempo em que projeta o PS5 para um possível 2020. Eu acho que, além de Days Gone, Concrete Genie e Dreams, 2019 pode ser casa de um dos títulos do “trio de ferro” que o PlayStation tem no forno atualmente: The Last of Us 2, Death Stranding ou Ghost of Tsushima. Um deles deve sair em 2019.”
Microsoft/Xbox – “O duvidoso Crackdown 3 vai contra a maré da qualidade garantida de Gears 5 ou do encantador Ori and the Will of the Wisps. É certo que o Xbox continuará erguendo a bandeira de serviços em 2019, seja com a expansão do GamePass ou o aumento do catálogo de títulos retrocompatíveis. Mas, mais do que isso, a força verde tem esses bons exclusivos na manga – ei: não se esqueça de que o nostálgico Battletoads vai voltar também. Uma pincelada no RPG de mundo aberto que a Playground está desenvolvendo? Talvez. Foco em poder técnico e desempenho dos third-parties no Xbox One X? Com certeza.”
Nintendo/Switch – “A filosofia portátil será ainda mais forte na Nintendo em 2019. Pode-se dar como certo que haverá, sim, uma versão 100% portátil do Switch, sem o dock, e o desligamento paulatino do 3DS. O panteão de exclusivos vai bem, obrigado: Bayonetta 3, a nova aventura de Yoshi, um Animal Crossing inédito e, quem sabe, lá no campo dos sonhos, um Metroid Prime 4 devem garantir um bom ano ao híbrido da Nintendo. Aliado a isso, o serviço online pago do sistema deve ampliar substancialmente o catálogo de NES – mas acho que não vai ser agora que veremos o SNES por lá.”
Jogos – “Difícil aposta no Jogo do Ano, visto que o primeiro trimestre de 2019 parece ser o melhor momento, com Resident Evil 2, Kingdom Hearts 3, Anthem, Devil May Cry 5, Sekiro: Shadows Die Twice e mais alguns. Minhas fichas vão para Sekiro. Acho que será o suprassumo da From Software; a culminação de toda a experiência que a desenvolvedora somou nos últimos anos, com todas as mudanças que ela trouxe ao mercado, incluindo um gênero próprio, o “Souls-like”. Faltava um tempero samuraico a tudo que ela fez, e Sekiro pode ser o resultado de tudo isso.”
“Mais difícil do que prever o jogo do ano é imaginar qual pode ser a maior decepção de 2019. Aqui, não consigo apontar um único culpado no cartório, mas deixo três que estão no meu “radar do perigo”: Crackdown 3, Anthem e Days Gone. Crackdown 3 corre o risco de ser leviano e genérico por tudo que vimos; Anthem pode ser vítima do próprio excesso de hype e Days Gone parece usar o velho rótulo do “mais do mesmo” ao apresentar uma proposta batida, saturada no mercado, numa roupagem que também já está enferrujada. Qualquer um deles (ou quem sabe todos) pode surpreender, no entanto. Torçamos para isso.”
Considerações finais – “A tendência é que 2019 seja um ano de “transição” em que muitas empresas estarão em stand-by para ver como as gigantes se comportam com relação à próxima geração. Depois desse primeiro trimestre bombástico, poucos títulos de peso estão confirmados com exatidão até o fim do ano.”
“O PlayStation VR tem chances de sair do estado “morno” para esquentar um pouco mais sua presença no mercado com um número maior jogos, especialmente depois de nomes como Astro Bot: Rescue Mission, Tetris Effect, Déraciné, Moss e Beat Saber. Outra tendência é que a retrocompatibilidade ganhe mais valor – a concorrência (do Xbox) precisa olhar com carinho para isso e ampliar a filosofia em serviços.”
Marcelo Brambilla – Xbox Power e Team Xbox
Sony/Playstation – “Eu acho que vai rolar uma confirmação de um novo console. A data eu não consigo chutar e eu espero mesmo, de coração, que seja retrocompatível com PS4 e PS3”
Microsoft/Xbox – “Com uma alta aposta nos novos estúdios, nós jogadores podemos esperar por novos títulos. A Microsoft vem forte na E3 2019 e eu ainda acho que vai ter espaço pra algum anúncio do projeto Scarllet”
Nintendo/Switch – “Da Nintendo eu só posso esperar mais e mais jogos crossplay. Sei de vários amigos que tem o console e seria muito bom essa integração chegando a mais jogos”
Jogos – “Olha, essa é muito difícil responder. A Ubisoft vem tendo excelentes resultados e já no começo teremos The Division 2. Ainda tem a excelente proposta de Anthem, pela Bioware. E eu ainda preciso citar Halo Infinite que está datado para esse ano e vem com uma novíssima engine. Com tantos chutes bons, eu vou chutar Paw Patrol 2. Pelo menos eu erro com louvor.”
“O Flop do ano de 2019 será qualquer jogo que se assemelhar a Fallout 76 na sua mediocridade, por qualquer produtora que tente copiar a incompetência da Bethesda em cima desse jogo.”
Considerações finais – “2019 será um excelente ano… mas eu considero que ele será a porta de entrada apenas, para tudo de especial que nós jogadores veremos em 2020 e 2021. Seja por novos consoles, novos títulos, novos serviços, novas formas de aproximar o jogador casual ao produto de entretenimento mais rentável do planeta.”
Nelson Alves – Jogae.TV
Sony/PlayStation – “The Last of Us 2 deve ser título de lançamento do PS5 em 2020.”
Microsoft/Xbox – “Um momento interessante de transição. Eu vejo a empresa preparando o terreno de forma sólida pro próximo console, que deve ter retro nativa, um amplo suporte de first parties (principalmente com a compra de tantos estúdios), um maciço suporte a nuvem.”
“Eu arrisco dizer que será uma retomada semelhante à época do X360. Não ficaria surpreso com um anúncio de uma Xbox sem leitor de disco (como opção mais barata à versão tradicional).”
Nintendo/Switch – “Embora as vendas do aparelho estejam no céu e o suporte das thirds seja imenso, penso que a Nintendo deve anunciar uma versão remodelada do aparelho. Algo mais leve, com um consumo ainda menor de bateria. O modelo atual possivelmente teria uma redução significativa de valor. E pode ter certeza que o suporte das thirdies deve crescer, incluindo aí EA.”
Considerações Finais – “A distribuição digital deve se firmar de vez. Mídia física devem perder [mais] relevância com o anúncio dos próximos consoles. Os sistemas de assinatura, como GamePass, devem surgir em outras variantes.”