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Soul Calibur VI é ideal aos novatos da série, sem decepcionar os veteranos

Durante os anos 90, os jogos de luta estavam em alta, trazendo pancadaria e personagens coloridos para os arcades e video games. Franquias como Street Fighter e The King of Fighters dominavam no quesito qualidade, trazendo sprites e mecânicas em 2D que funcionavam perfeitamente para o estilo.

Em 1994, uma empresa chamada Namco resolveu apostar em um outro formato para os jogos de luta, já experimentado por games como Virtua Fighter: um game totalmente em 3D. Não só os personagens e cenários, mas também uma movimentação mais livre pelo cenário. Esse projeto recebeu o nome de Tekken, franquia que hoje é considerada um dos pilares do estilo.

Foi então que um ano depois, ainda apostando no novo formato, a Namco lançou para os arcades um game chamado Soul Edge, onde, diferentemente de Tekken, os personagens lutavam usando diferentes estilos de armas, e podiam se movimentar livremente pelas oito direções do cenário. Algum tempo depois, esse game geraria a franquia que conhecemos hoje como Soul Calibur.

Após mais de 20 anos e com diversos jogos lançados, o aguardado retorno da série de almas e espadas aconteceu: Soul Calibur VI chegou ao Playstation 4, Xbox One e PC.

Soul Calibur VI se trata de um reboot da série, onde a história – já confusa por natureza – é recontada de maneira igualmente confusa e charmosa como sempre foi, reintroduzindo os icônicos personagens para a atual geração, além de apresentar alguns rostos novos para o embate.

Lá vem História!

A lenda da espada amaldiçoada Soul Edge e como seu poder maligno se espalhou pelo mundo, causando caos e destruição, é o tema central em Soul Calibur VI. Também somos introduzidos a versões mais jovens dos personagens que conhecemos, todos tendo suas histórias recontadas de maneiras novas, e com alguns twists pelo caminho.

Logo de cara, somos apresentados a dois modos histórias principais: Soul Chronicles e Libra of Soul. O primeiro sendo um modo história mais tradicional, onde podemos acompanhar a convoluta saga em volta da terrível Soul Edge, com a possibilidade de controlar alguns dos personagens principais da franquia, além de alguns episódios separados para cada um dos lutadores do elenco. O segundo modo, Libra of Soul, segue a história de um guerreiro sem memórias criado pelo próprio jogador (falaremos mais sobre a criação de personagem em breve), viajando pelo mundo e enfrentando diversos inimigos, enquanto tenta desvendar os segredos sobre sua situação atual.

Apesar de serem conteúdos que adicionam para a longevidade do game, ambos os modos acabam se tornando cansativos após algum tempo, já que estamos falando basicamente de diálogos entre personagens com imagens estáticas de fundos e eventuais (e curtas) cutscenes feitas com a própria engine do jogo. É algo totalmente opcional para aqueles que não estão interessados na nova versão do conto, mas, ainda são um ótimo meio de se familiarizar com o gameplay. Além disso, existem alguns conteúdos liberados, como um personagem extra (finalizando Soul Chronicles), dinheiro in game, peças para o modo museu, etc.

Ainda para o conteúdo offline, temos um modo arcade que consiste em 8 lutas contra personagens aleatórios escolhidos pelo computador, que, mesmo no modo normal, podem ficar bem desafiadoras perto do final. Apesar de apenas recompensar o jogador com valores in game, existe um sistema de rankings que pode ser chamativo para aqueles que gostam de se provar. Além do arcade, ainda temos os clássicos modo versus e treino.

Sem Limites

Sem sombra de dúvidas, uma das grandes estrelas em Soul Calibur VI, que vem chamando muito a atenção pela internet, é seu robusto modo de criação de personagem. O sistema recebeu uma turbinada desde Soul Calibur V, permitindo a criação dos mais diversos lutadores. Desde o lançamento, já fomos agraciados (ou não), com personagens famosos da cultura pop, como super-heróis, personagens de séries, animes, outros games, ou até monstruosidades inexplicáveis. São diversas opções de customização, recompensando aqueles que tem paciência e imaginação.

Após criar seu personagem, é possível utilizá-lo inclusive nos modos online do game, então não é de se espantar que entre batalhas contra personagens como Siegfried ou Taki, possamos encontrar guerreiros como Ronald McDonald, ou lagartos com falos gigantescos.

Falando sobre os modos online, Soul Calibur VI apresenta dois modos, sendo um casual e um ranked, ambos tendo conexões estáveis, mesmo quando lutamos contra oponentes de outros países. É possível também conferir os rankings locais e mundiais, além de colocações entre seus personagens favoritos.

Na Mesma Pegada

Para aqueles que já conhecem a série, o gameplay de Soul Calibur VI é extremamente familiar, sendo um aglomerado de todas as versões anteriores. A velocidade e fluidez das batalhas são extremamente similares às de Soul Calibur II, considerado por muitos o melhor da franquia nesse quesito. Os sistemas de especiais e quebra de equipamento são uma evolução natural do quarto e do quinto jogo, e as lutas, além de frenéticas, tem um elemento cinematográfico que se aproveita dos visuais excelentes do game, fazendo cada um dos embates parecerem ainda mais grandiosos.

Algumas das mecânicas inéditas introduzidas em Soul Calibur VI são o Soul Charge, um “boost” temporário ao seu personagem liberado com o uso de uma barra, que pode até ativar novas formas ou ataques dependendo de quem o jogador escolher; e o Reversal Edge, que  é uma técnica que pode ser utilizada como uma forma de “contra-ataque”, ativando uma pequena cena em câmera lenta, onde os jogadores disputam uma espécie de “pedra, papel e tesoura”. Todas essas mecânicas, incluindo os novos especiais “cinematográficos”, podem ser ativados usando apenas um botão, não quebrando o ritmo do embate.

Ambiente Caprichado

No quesito apresentação, Soul Calibur VI tem alguns dos melhores visuais em jogos de luta 3D até esse momento. Na parte musical, temos algumas releituras de temas clássicos e novas músicas que ajudam a definir o clima medieval da série. É impossível não apontarmos também a qualidade da arte que encontramos nos retratos dos personagens, ou nos quadros durante o modo história, que podem depois serem revistos no modo museu.

Porém, toda essa excelência visual vem com um preço, fazendo com que os loadings do game sejam extremamente longos e maçantes. No modo versus, foram diversas as vezes que o game “engasgava” na tela de seleção, pois levava um tempo para carregar o modelo do personagem selecionado. Durante as batalhas, algumas quedas de frame também foram vistas, principalmente durante algumas das animações de especiais, ou de agarramento. (Testamos a versão de Xbox One, cedida pela Bandai Namco).

Como se trata de um reboot, o elenco de Soul Calibur VI foca em sua grande maioria em personagens clássicos da franquia, corrigindo o erro do quinto game da série, que não trazia nomes icônicos como Taki e Killik. O jogo também conta com algumas caras novas, como Groh e Azwel, além da participação especial de Geralt of Rivia, protagonista da série The Witcher.

A Bandai Namco já havia provado com Tekken 7 que jogos de luta podiam ter grandes produções, e ainda assim ter conteúdo de sobra para aqueles que pretendem jogar online ou aproveitar o game sozinho em casa. Com Soul Calibur VI deram um passo a mais, entregando um produto completo, com diversos modos single e multiplayer, apresentação exemplar e gameplay excelente que vai agradar os fãs mais fervorosos e receber novos jogadores. Soul Calibur VI é uma ótima porta de entrada para aqueles que ainda não se aventuraram pelo universo das duas espadas, e ainda melhor para aqueles que já enfrentaram a Soul Edge ao longo dos anos.

Soul Calibur VI já está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

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