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Street Power Football tropeça nas próprias pernas

A boa premissa de Street Power Football não é suficiente para torná-lo um bom jogo de futebol. Quem está acostumado ao “mainstream” com FIFA e PES, sempre imaginou a possibilidade de um jogo voltado ao futebol de rua. Inclusive o tema já foi abordado em FIFA Street e no modo Volta Futebol, que faz parte do FIFA 20 e retornará no FIFA 21, porém sem muito brilho.

O campo estava aberto para Street Power Football – em alguns lugares chamado de Street Power Soccer – avançar, ainda mais com a consultoria de Sean Garnier, figurinha carimbada no mundo freestyle, e inserção de marcas como a Red Bull.

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Infelizmente tropeça nas próprias pernas. Não aproveita de maneira alguma tudo o que poderia oferecer. Parece feito às pressas.

O jogo conta com 4 provas diferentes relacionadas ao mundo do futebol de rua, e mais o modo carreira, conduzido por Garnier. Abaixo vamos analisar individualmente cada um deles.

Become King

Este é o título do modo carreira. O objetivo, é claro, é se tornar o Rei da Rua. A primeira péssima impressão já fica pela aparição de Sean Garnier, com o áudio totalmente dessincronizado da imagem. Não dá pra entender se dublaram o personagem principal do jogo e, se foi este o caso, porquê não optaram por legendas? Ficou muito ruim o resultado.

Além de falar demais, Garnier faz um tour pelo mundo, apresentando diversas quadras e modalidades do futebol de rua. O Brasil foi representado com “Rio Favela” e “Copacabana”.

Golzinho

Em cada novo cenário o jogador é confrontado com desafios, os quais deve cumprir para seguir adiante. Outra coisa bizarra: nem sempre é preciso vencer as partidas! As vezes basta completar um drible, usar um poder especial ou cumprir exigências para continuar.

O Become King engloba as 4 modalidades disponíveis. Vamos a elas!

Street Power

É o famoso “contra”. Pode ser jogado em um contra um, duplas ou trios. O objetivo é marcar mais gols que o adversário. O básico. Porém problemas na execução da jogabilidade tornam este modo um pesadelo!

3 contra 3

Imagine que jogadores capazes de rodopiar com a bola em qualquer sentido não conseguem acertar o gol vazio a menos de 1 metro de distância. Exceto, claro, se estiver realizando algum truque. Chutes de voleio costumam ter uma excelente precisão.

Há botões para realizar truques, levantar a bola e fazer golpes especiais. Tudo isso até que funciona bem em conjunto. O ruim mesmo é a parte básica do futebol. Movimentação, passes e chutes são bizarros. O botão de correr, por exemplo, ativa um turbo quase incontrolável no boneco.

Mesmo assim, o Street Power é o melhor de Street Power Football.

Trick Shot

Pra mim, a maior decepção do jogo. O potencial é enorme! Utilizar seus chutes para atingir objetos determinados no cenário. Sabe os vídeos incríveis que vemos no YouTube? Não tem nada daquilo!

Acerte os alvos, sem habilidade

O jogador escolhe a direção, altura e força. E tem que atingir os objetos que aparecem em uma parte determinada do cenário.

O talento não conta. O importante aqui é atingir os objetos no menor tempo possível. Mas nada é mais decepcionante que a movimentação dos personagens. Parece que nunca chutaram uma bola na vida. É duro, mecânico, feio. Parece um tapa buraco.

FreeStyle

O FreeStyle é certamente a categoria que mais exige habilidade dos praticantes mas em Street Power Football foi reduzido a um jogo de ritmo. Em um primeiro momento os jogadores iniciam seu truque com uma sequência, para cima e para baixo, por exemplo, e depois devem apertar os botões no ritmo que aparecem na tela para desenvolver à perfeição.

Truques reduzidos a ritmo de apertar botões

Há várias opções de combinação para iniciar o truque, mas nada que exija uma habilidade fora do normal. Uma sequência de 4 botões no estilo “meia-lua e soco” está na categoria mais difícil. Em alguns truques, durante a execução é necessário manter o equilíbrio da bola também, feito com comandos de direcional ou botões de ombro.

É mais entediante que divertido.

Panna

A famosa caneta. O objetivo aqui é passar a bola por debaixo das pernas do seu adversário ou marcar gols. Enquanto um gol vale 1, a Panna vale 2. O campo é reduzido e esse evento é somente um contra um, o que torna marcar gols exageradamente chato.

Quick Time Event determina o sucesso

Já a Panna até que é divertida. Pra poder iniciar é necessário preencher uma barra de energia. Para isto, basta ter domínio da bola ou chutar à gol. Uma vez a barra preenchida, é necessário aproximar-se do adversário e iniciar um Quick Time Event (apertar uma sequência de botões na ordem correta). O mecanismo é o mesmo tanto para quem ataca quanto para quem defende. Quem acertar mais sequências, ganha. Concluída a Panna, 2 pontos no placar! O problema é que é só isso mesmo.

Street Power Football
Caneta!

Pontos Altos

Nem só de bola fora vive Street Power Football. Apesar das mecânicas atrasadas – talvez fosse um bom jogo umas duas gerações atrás – tem muitas coisas que valem a pena ser comentadas.

A primeira delas é a trilha sonora, que deixa no chinelo os grandes do mundo do futebol, como os já citados FIFA e PES. São ótimas músicas que criam um clima gostoso para jogar.

Outro ponto divertido são as comemorações após marcar gols. Sempre tirando um barato dos adversários. Seria mais legal se fossem controláveis também.

Os gráficos no estilo cell-shading, principalmente representado diversos lugares do planeta, são bonitos. O lado ruim é o casamento do cell-shading com a movimentação dos personagens e principalmente da bola.

Na Trave

Como escrevi acima, Street Power Football parece atrasado para seu tempo. Não é que falte alguma coisa no jogo, mas tudo que ele oferece parece mal acabado ou pouco desenvolvido.

Street Power Football
Street Power Football

Faltou poder para representar um mundo tão grandioso quanto o do futebol de rua. Tal qual Sean Garnier conduzindo o jogo no modo carreira.

Análise feita no PlayStation 4 com cópia cedida pela assessoria de imprensa

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