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The Alliance Alive HD Remaster é a segunda chance de um excelente JRPG

JRPG é um estilo em constante evolução. Mas, ao mesmo tempo, apresenta mecânicas, maneirismos e características específicas que continuam cativando os fãs. E é por conta dessa contínua evolução que, após experimentar games mais modernos como Persona 5 ou Dragon Quest XI, voltar para alguns dos clássicos pode ser difícil, já que alguns aspectos não envelheceram bem quando comparados aos mais modernos.

Em The Alliance Alive HD Remastered, produzido pela FuRyu e publicado pela NIS America, temos o equilíbrio perfeito entre o novo e o antigo. O game, originalmente lançado para Nintendo 3DS em 2018, traz sistemas, visuais, jogabilidade e estilo narrativo influenciados diretamente por clássicos do JRPG, porém, simplifica cada um desses aspectos de forma natural, sem perder a sensação de desafio.

Um mundo dividido

The Alliance Alive conta a história de um mundo que, depois de ser dominado por uma poderosa raça de criaturas chamadas Daemons, foi dividido em cinco diferentes continentes, separados por uma barreira mágica. Cada um desses continentes sofre com irregularidades climáticas por conta do isolamento, como constante chuva ou atividade vulcânica eterna. Nesse universo, os humanos são considerados uma forma de vida inferior, já que os Beastfolks – animais antropomorfos que também habitam esse mundo – são considerados dominantes por conta de sua semelhança com os Daemons.

Para combater essa ameaça e restaurar o planeta ao que ele era antes, um grupo de nove heróis começa a difícil missão de criar uma aliança juntando todos os continentes e seus diferentes povos e guildas, reunindo as pessoas que há tanto tempo foram separadas.

The Alliance Alive entrega ao jogador um objetivo central já nas primeiras horas de jogo, capturando cedo o interesse por sua narrativa. Seu mundo e seus personagens são cativantes e divertidos, mesmo abraçando os estereótipos deste tipo de obra. Cada um dos nove heróis tem sua própria personalidade, objetivos e história de fundo o suficiente para que nenhum pareça menos importante que o outro.

De cara nova

A nova versão em HD de The Alliance Alive potencializa ainda mais a imersão nesse mundo, pois os visuais foram retrabalhados para os consoles e PC. Misturando um estilo de arte chibi e traços cel shading, os personagens parecem saltar da tela, enquanto os cenários parecem páginas de um livro infantil. Estética que pode enganar, já que o game apresenta algumas passagens de história tensas e até pesadas, envolvendo assuntos sérios e plots políticas bem executadas. Além das melhorias visuais, a versão remasterizada traz menus retrabalhados e adaptados para os consoles, facilitando a navegação.

Apesar de ser uma experiência consistente, a versão de consoles de The Alliance Alive decepciona por não acrescentar vozes aos personagens. Por contar com uma trilha sonora mais atmosférica e contida, não ter as vozes para acompanhar o diálogo acaba diminuindo o impacto que alguns daqueles momentos tentam passar.

Descomplicado

Mesmo seguindo o modelo clássico de construção de mundo, personagens e narrativa como os clássicos do JRPG, The Alliance Alive procura descomplicar quando se trata de seu gameplay. O game facilita a jogatina de diversas formas, sacrificando sua duração (o jogo tem por volta de 30 horas), mas entregando uma experiência satisfatória e sem enrolação.

É possível ler literalmente todas as informações sobre mecânicas, história, personagens, dicas, entre outras rapidamente no menu, permitindo que o jogador sempre tenha rápido acesso a qualquer momento para resolver eventuais dúvidas durante a jornada. A navegação nos mapas também é facilitada, já que existe a opção de rever as direções que precisam ser seguidas, mesmo quando o mundo do game se expande para os demais continentes. Sempre existirá um personagem que poderá recapitular a próxima parada ou missão. Durante a jornada, vários veículos são desbloqueados, diminuindo o tempo necessário para se locomover até locais específicos.

Os encontros e batalhas não são aleatórios, dando ao jogador a opção de lutar ou não. Além disso, existem upgrades que podem tornar os personagens quase que imperceptíveis aos monstros.

Mecânicas próprias

O combate, apesar de ser em turno, traz mecânicas únicas e interessantes que num primeiro momento podem parecer confusas, mas o jogo faz um ótimo trabalho em te preparar para todos os aspectos. O jogador terá o controle de uma party de cinco personagens e posicionará cada um deles em uma espécie de “tabuleiro” com três campos. Cada um desses campos definirá que tipo de bônus de atributo aquele herói terá como ataque, defesa ou suporte.

Cada um dos membros da party pode usar até duas armas por vez, além de seus punhos, sendo importante estabelecer um equilíbrio na equipe, além de ficar de olho nos status pessoais e a afinidade com aquele equipamento. Quanto mais uma arma específica for utilizada, maior a chance de um novo ataque ser descoberto, expandindo o leque de possibilidades na batalha.

No lugar de níveis, The Alliance Alive conta com um sistema de ponto de talentos, que podem ser atribuídos a qualquer tipo de equipamento, aumentando a facilidade com que se aprende novos golpes, ou até diminuindo o custo de SP para utilizar as habilidades. Esses pontos também podem ser utilizados para ações fora das batalhas como foi citado há pouco. Essa mudança acaba com a necessidade de longos períodos de grinding.

As guildas são aliadas importantes dos heróis. Cada uma das cinco conta com um tipo de suporte específico tanto dentro, quanto fora das batalhas.

Uma segunda chance

The Alliance Alive HD Remaster é uma nova chance do game ter a atenção que infelizmente não teve em seu lançamento original. Nada além dos visuais foram alterados e nem precisavam, já que o JRPG entrega uma experiência digna dos clássicos do estilo, mas, “moderniza” o suficiente, deixando de lado alguns dos pontos negativos do gênero. O game já está disponível para Playstation 4, Nintendo Switch e PC.

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