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Visualmente bonito, Bubsy: Paws on Fire! exagera na simplicidade

Bubsy foi um jogo que marcou época na era 16-bits e nem foi por ser um dos melhores jogos da geração, mas talvez por suas animações incríveis, tirinhas engraçadíssimas aliadas ao alto grau de dificuldade, porém premiado com controles precisos e gráficos decentes para a época, características que, mais tarde, levaram o game a ter um status de “cult” dentre os jogadores mais “hardcore”. Obviamente que, com esse potencial mencionado, é de se imaginar que seria uma boa ideia transformar as aventuras do gato selvagem (seria um lince?) em uma franquia sucesso. Muitas tentativas já foram realizadas, e Bubsy: Paws on Fire! é mais uma delas. Será que a Accolade conseguiu?

Mundo do jogo é bonito e colorido.

Bom, não é preciso se adentrar muito no mundo gamer para descobrir que a ideia inicial da Accolade não deu muito certo. A recepção dos gamers já não foi das melhores em relação aos títulos anteriores da franquia, com destaque para o último game lançado em 2017, que foi considerado por muitos como o pior título do nosso herói gatuno e, por consequência, fez com que a Publisher tomasse algumas medidas para tentar salvar a série do fracasso iminente.

Para começar, é importante salientar que Bubsy: Paws on Fire! é um jogo totalmente diferente da série tradicional estabelecida, começando pelo seu estilo de jogo como um todo. A jogabilidade é baseada em corrida automática, com a clássica visão lateral, onde o importante é ter o ritmo correto para desviar ou destruir armadilhas e, principalmente, recolher o maior número de novelos de lã que a habilidade do jogador for capaz ao longo das dezenas de fases disponíveis pelo simples prazer de acumular mais pontos – algo bem semelhante ao joguinho do dinossauro disponível no navegador Chrome quando há algum problema na internet. Aqui, obviamente, a jogabilidade foi bem mais elaborada e com todo o charme do Bubsy e sua turma.

Bubsy & Amigos

Cada personagem tem características únicas que mudam o gameplay

O que faz de Bubsy: Paws on Fire! um jogo diferente, e até atraente de certa forma, é a proposta de que, além de controlar o astro principal que dá nome ao game, é possível jogar com outros três amigos de sua turma, cada um com características de gameplay próprias que, consequentemente, altera todo o layout das fases para se enquadrar nos movimentos de cada um, trazendo uma diversidade muito bem vinda para o gênero em questão, que costuma se tornar repetitivo muito rapidamente.

Controlando o Bubsy, o jogador conta com os movimentos clássicos do felino, como o pulo simples, a capacidade de ignorar a gravidade e planar no ar por alguns instantes sem equipamento aparente que justifique tal ato e um feroz ataque horizontal capaz de dizimar um adversário ou algumas caixas que buscam impedir o progresso do nosso herói.

Bem parecido com o Bubsy temos o Virgil, que não pode planar e nem realizar o ataque horizontal, mas em contrapartida ele é capaz de realizar pulos duplos e caminhar agachado para acessar áreas livre de armadilhas.

Woolie, por sua vez, é um dos personagens mais interessantes justamente por sair do óbvio de somente apertar botões no momento certo, como os dois anteriores. Ainda que a tela continue se movendo automaticamente, o jogador controla livremente o disco voador que carrega Woolie durante o estágio e não apenas isso, é possível atirar em algumas armadilhas e inimigos enquanto segue-se o propósito do game, que como já dito, é recolher os novelos de lã para acumular pontos.

Woolie no disco voador.

Não tão divertido como Woolie, mas ainda bem diferente da jogabilidade principal proposta pelo título, temos o Arnold que, por sua vez, tem uma jogabilidade que funciona com uma visão por trás do personagem, enquanto ele deve recolher os cristais por uma espécie de túnel, exatamente como nas fases bônus de Sonic 2. Coincidentemente, ou não, assim como no famoso ouriço, os estágios do Arnold também funcionam como um estágio bônus em Bubsy: Paws on Fire, que também serve somente para acumular ainda mais pontos.

Exageradamente simples

Apesar de ser um jogo simples e direto, Paws on Fire! é divertido e bem feito até certo ponto. Com gráficos bem coloridos e animados, em conjunto com uma trilha sonora que dita o ritmo da aventura, o game entrega uma diversão simplificada que estava fazendo falta nas últimas tentativas da Acollade, ao mesmo tempo em que mata a saudade do personagem que marcou uma época.

Mapa do jogo lembra games mobile.

Em contrapartida, essa simplicidade em excesso e estilo de gameplay traz à tona uma comparação inevitável com as centenas de jogos disponíveis nos celulares atualmente onde, de fato, a sua simplicidade tem um propósito, por estar em uma plataforma com telas de toque que tornam inviável algum tipo de controle mais elaborado ou o seu uso ser destinado para somente alguns minutos enquanto estamos esperando um ônibus, por exemplo. É claro que o jogo tem um ou outro pequeno diferencial, como um chefe a ser enfrentado ao completar todos os estágios em um determinado mundo do jogo, o que é muito legal, mas ainda assim pode ser considerado muito pouco para justificar o interesse do jogador em usar um console ou PC para jogar algo com movimentação automática e jogabilidade basicamente de apertar um ou dois botões no momento certo.

Coletar novelos de lã é um dos objetivos.

Portanto, é bastante compreensível que o jogador sinta um tanto decepcionado com todo o potencial do mundo de Bubsy sendo traduzido em um jogo onde o único desafio em potencial é apertar os botões na hora certa para recolher o maior número de novelos de lã, fazendo o maior número de pontos possível a cada jogada. Não foi desta vez que os fãs irão se sentir completamente satisfeitos com um novo game do felino.

Confira mais análises de games no site da GamePress! Para mais informações sobre Bubsy: Paws on Fire!, visite o site oficial: https://www.accoladegame.com/bubsy-paw-s-on-fire.

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